Síndrome do segundo livro

 Olá, Pessoal! Se leram o título e não acreditam, então o post é para vocês. Se leram e não perceberam que síndrome é esse, leiam. Se conhecem o síndrome, leiam para se identificarem.

 Muito se fala sobre a dificuldade de publicar o primeiro livro: vencer os bloqueios criativos e conseguir uma editora para editá-lo. Mas menos comentado é o síndrome do segundo livro. E ele costuma manifestar-se principalmente quando o primeiro livro obteve boa repercussão, muitas vezes até elevando o seu autor à categoria de escritor revelação. Nesses casos, o medo de que a sua segunda obra não seja tão bem recebida pode provocar alguns sintomas, como a volta do bloqueio criativo, o adiamento de um novo livro ou, pior dos casos, o abandono da carreira literária.

 O sonho de todo o autor estreante é que a sua primeira obra tenha sucesso. Quando isso ocorre, surge felicidade? Sim, mas não. Sim, porque existe o sucesso, mas o sucesso dá medo. Medo do segundo livro. Medo do futuro seguinte. Este segundo livro tem que ter o sucesso do primeiro, ou ser maior ainda. Há um temor. E normalmente esse temor é alimentado pela pressão que o escritor sofre do seu público e, muitas vezes, da própria família e amigos.

 Este síndrome é real. É realmente muito difícil repetir o êxito da primeira obra ou, pelo contrário, há chances de que esse segundo trabalho não seja tão bom. Autores sabotam-se, eles acham que o sucesso do primeiro livro foi uma sorte.

 Deixo aqui o exemplo do escritor espanhol Enrique Vila-Matas que escreveu Bartleby & Companhia, um livro que aborda o que ele chama de Síndrome de Bartleby, nome dado ao mal que atinge alguns autores que, principalmente, após atingirem o êxito literário, param de produzir. A expressão é inspirada no romance de Herman Melville Bartleby, o escrivão, no qual começa a preferir a “não fazer nada”, até pára de vez de fazer qualquer coisa.

O meu segundo livro

 Então, sim, o síndrome do segundo livro é um problema. Quanto a mim... sim, também sofri deste síndrome.