segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Eutanásia: Sim ou Não?

Olá, Pessoal!
Deixo-vos um pequeno texto sobre a Eutanásia, esse tema que tem dividido opiniões. No texto deixo as duas opiniões, os dois pensamentos (o favor e o contra).
Espero que gostem!

Eutanásia: Sim ou Não?



A vida não é um mar de rosas, nunca foi. Vivemos aprisionados em algo que não pedimos. Nós não pedimos para nascer, nenhum de nós pede, mas é nos incutido o direito à vida. Temos que tentar viver, uma vez que a vida já nos é fatalmente dada?!
Porque não temos o direito à morte? Por egoísmo? Por amor? Entendemos ser difícil para uma mãe dar a morte a um filho, sendo que lhe deu a vida. Entendemos ser difícil para um pai ver um filho desistir da vida. Mas, vendo por outro prisma, não é desistir, é lutar. É lutar para ter uma morte digna, é lutar para sermos lembrados no nosso melhor e não quando estamos aprisionado numa cama ou numa cadeira de rodas.
A luta pela morte começa a partir do momento em que a luta pela vida termina. Todos nós temos o direito à vida, mas poucos entendem o peso dessa palavra por parecer tão fácil viver.
Não é fácil viver, mas também não é fácil morrer. A vida é uma passagem que todos querem fazer estender, mas quando é insuportável poucos são aqueles que conseguem ver além dela. Não condeno. A esperança é sempre a última a morrer e fomos incutido a ter esperança. Fomos incutidos a viver, a ter esperança e a morrer, quando chegasse a hora, ou quando Deus assim o quisesse.
Se não pedimos para nascer, porquê pedir para morrer, não é? Mas, agora, pergunto, valerá a pena viver apenas para estar vivo?
Pedir para morrer é um pedido de coragem ou de desistência?
Consideras uma morte digna ou um desistir da vida?
Consideras um egoísmo ou um ato de amor?
Consideras a morte um sinónimo de desistência? Ou um sinónimo de luta e de coragem?
Consideras "deixar alguém morrer" ou "descansar em paz"?
E o mais importante: Consideras a morte algo fácil?
Eutanásia: Sim ou Não?

"Temos que tentar viver, uma vez que a vida já nos é fatalmente dada (?)"


Aviso: Este é apenas um texto sobre o tema eutanásia, mostrando os dois pensamentos e formas de ver este tema. A opinião da autora não está, nem de forma implícita, no texto escrito.

Hoje, enquanto pesquisava sobre a eutanásia, vi este texto de uma enfermeira chamada Carmen Garcia no Facebook (clique no nome para ler o texto na fonte original).

"Sou enfermeira. Há dez anos que todos os dias convivo com a dor, a morte e o sofrimento. Sei exactamente a que cheira a miséria, conheço de cor o cheiro ácido das melenas e continuo a arrepiar-me com o cheiro putrefacto de algumas úlceras de pressão. Ainda era estudante, do último ano da licenciatura, quando, em contexto de paliativos domiciliários, vomitei no quarto de uma doente. Porra, tudo ali gritava morte. Aquele cheiro ainda hoje me assombra. A merda, a bílis, o exsudado e os tecidos mortos das feridas. Não aguentei.

Mas depois aqui ando, a discutir o direito de morrer com gente que nunca viu sofrimento sem ser em filmes e que acha que com cuidados paliativos tudo se resolve. Como se os melhores paliativos do mundo mudassem o facto de alguém estar preso a uma cama, a comer por uma sonda, a urinar por outra, a sujar fraldas atrás de fraldas e a criar escaras que, sim, às vezes são inevitáveis. Como se os paliativos mudassem a realidade de quem tem que respirar 16h por dia, através de um buraco que os médicos lhe abriram na garganta, com a ajuda de um ventilador. Não é uma questão de não ter dores, de ter uma linda vista para o rio ou a família por perto. É uma questão de não querer, de não aceitar, viver assim.

Atrás das secretárias ou dos ecrãs de computador, lá onde não chega o cheiro da morte e onde não se ouvem os gritos das dores que a morfina não resolve, é fácil opinar. É fácil falar bonito sobre as escolhas dos outros quando temos umas pernas que nos obedecem, quando a incontinência para nós é apenas uma palavra usada nos anúncio das fraldas e quando a pior dor que já sentimos se resolveu com tramal. Difícil é estar lá, dar a mão a essas pessoas e dizer-lhes que, mesmo contra a sua vontade, terão que continuar a sofrer. Porque alguém decidiu por elas sobre a sua própria vida. Porque alguém decretou que não estão capazes de decidir por si mesmas ainda que as suas faculdades cognitivas estejam intactas.

É, eu também tinha opiniões muito romanceadas antigamente. Mas acho que as vomitei todas em Fernão Ferro, na casa da doente de 41 anos que apodrecia numa cama e que repetia incessantemente duas palavras: "deixem-me morrer"."

Termino este post concordando com o texto acima.

4 comentários:

  1. Oi, Diana.
    Esse é um assunto difícil e tocante. Esse assunto proposto como debate pela minha professora de Português/Literatura no 2° ano do Ensino Médio, em 2010, foi o que me fez desenvolver o meu senso crítico e a ter opiniões sobre as coisas e diversos assuntos sobre a vida, porque na época, quando a professora perguntou para cada um da turma se era contra ou a favor da Eutanásia e eu não soube o que responder, porque não tinha opinião formada ainda sobre o tema, eu me embananei e fiquei com vergonha e comecei a buscar ter a minha própria opinião sobre os fatos que ocorrem na sociedade, porque a vida exige isso da gente e parece exigir cada vez mais. Hoje eu tenho uma opinião formada sobre esse tema tão difícil.
    Eu sou contra o aborto. Acredito que todo ser humano gerado tem direito à vida (e isso nem tem nada a ver com religião, com as minhas crenças, eu acho), exceto, claro, em casos de estupro, porque acredito também que a mulher não é obrigada a carregar no ventre o fruto de uma violência, e em casos de Anencefalia, pois vi um vídeo do nascimento de um bebê anencéfalo e tendo lido sobre o tema eu sei que um bebê anencéfalo não vive mais do que alguns dias, semanas ou meses. Nos três casos que a lei brasileira permite o aborto eu concordo, eu estou de acordo.
    Mas se uma pessoa adulta, lúcida, deseja morrer para parar de sofrer e descansar em paz eu acho que a vontade dela deve ser respeitada. É difícil concordar; se acontece com um familiar nosso, é difícil e sofrido. Mas é de dor e sofrimento que estamos falando. Dói pensar em aceitar e concordar com isso, mas é sobre dor e sofrimento. Só quem sofre as dores sabe o quanto dói. Se um dia eu achei estranho ou julguei quem comete suicídio hoje eu não julgo mais (a bem da verdade, acho que eu nunca estranhei, nem julguei, só fiquei pensando sobre a ocorrência nos últimos anos.). E olha que eu estou tentando enxergar esse problema com os olhos de uma pessoa Cristã, de como Jesus Cristo enxergaria se fosse ele diante disso. Falo em Jesus Cristo, porque é em quem eu creio e busco seguir; sem perfeição, mas errando e acertando nesse caminho na tentativa de melhorar como ser humano. Nesse último caso sim, eu não tinha como não falar sobre a minha crença.
    P.S.: Seu texto e a postagem (o tema dela) foram interessantes de se conversar.
    Tenha uma boa semana! 💌💕💐

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    1. Mas também, volto para dizer, Diana, que em casos de uma pessoa que está lúcida, cheia de dor, com quadro irreversível e que deseja morrer para parar de sofrer, eu sou favorável à Eutanásia, conforme eu me expressei em meu comentário acima, mas que em casos em que uma pessoa está em coma, inconsciente, sem poder falar, nem responder por si, durante anos ou que a morte cerebral dela é declarada por um hospital ou com outros problemas de saúde, quaisquer que sejam, pode ter sido um avc, e a família luta para conseguir que não desliguem os aparelhos dela mesmo assim, como aconteceu no mês passado com o menino britânico Archie Battersbee, eu sou expressamente contra. Até mesmo porque já houve casos de pacientes que estavam há décadas em estado vegetativo e despertaram, como no caso de Munira Abdulla, dos Emirados Árabes, que passou 27 anos em estado de coma, depois de ficar gravemente ferida após um acidente de carro, em 1991, e acordou, em 2019.

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    2. Olá, Rose!
      Sobre esse caso da pessoa estar inconsciente, eu sinceramente não sei exatamente a minha posição, até porque se a pessoa acordar do coma, ela ficou anos sem fazer nada da vida. Ela perdeu anos de vida.
      É uma vida perdida, mas ao mesmo tempo a pessoa não sabe responder se quer viver.
      Sinceramente, quanto a essa situação eu não sei exatamente em que "lado" me posiciono.

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    3. Oi, Diana.
      Realmente isso que você disse é para se pensar; até porque quando acordam geralmente não vivem muito tempo mais, dificilmente realizarão alguma coisa (com seus próprios braços e pernas), a não ser transmitirem em palavras o que sentem e como se sentem. De qualquer forma, eu acho apenas que não é direito nosso tirar a vida de outra pessoa. Mas eu só acho. Eu achar isso não muda nada na ocorrência da Eutanásia. É só uma ideia, um pensamento, posicionamento.

      Boa noite aí! Aqui ainda é tarde. Uma nublada tarde de Sol! 🌞
      ☁☀☁

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