sexta-feira, 12 de junho de 2020

Longas Palavras Perdidas (Parte 8)

Olá, Pessoal!
Hoje temos a parte 8 do conto Longas Palavras Perdidas.

OBS: Fiquem atentos ao narrador e tentem entender o mistério o mais rápido que conseguirem.
Avisando ainda que apenas os excertos/trechos escolhidos das músicas foram a inspiração para aquela pequena parte do conto.


Longas Palavras Perdidas (Parte 8)

"Isso vem naturalmente, vem naturalmente" - Letra da música.

Música:




– Joana Matias, é suspeita da morte de Mariana Bettencourt. – O polícia entrou no café onde estava Joana a almoçar com os pais.
– Desculpe, como assim? – Quis saber o pai da jovem.
– Senhor Matias, a sua filha esteve no quarto de hospital da menina Mariana. Tudo indica que foi ela quem matou a jovem Mariana Bettencourt.
Os pais de Joana estavam chocados, mas ela parecia serena. Sabia o que tinha feito.
Era inevitável. Ela sabia que iria presa. Ela sabia que isso viria naturalmente.


"Eles podem dizer qualquer coisa. Eu farei qualquer coisa. Nenhuma dor é para sempre" - Letra da música.

Música:



Joana estava bastante calma. Esteve durante todo o caminho até à esquadra. Ela sabia o que tinha feito. Ela não quis negar. Os pais iriam ficar desiludidos, mas isso não era um problema dela. Sempre quiseram ver a filha como uma santa, como alguém que não errava, como alguém que não era humana. Ela também já estava cansada disso. Estava cansada de lhe fazerem uma imagem perfeita. Eles agora podiam dizer qualquer coisa, podiam pensar qualquer coisa. Ela também apenas fez qualquer coisa. A surpresa iria passar. Nenhuma surpresa é para sempre. E a dor também iria passar. Nenhuma dor é para sempre.
Ficar presa era o menor dos seus problemas.

"Quem diz aproximação, diz angústia, pois os problemas não vêm sozinhos" - Letra da música.

Música:



– Ele sabia que os problemas dele estavam apenas a começar quando ele começou a falar com ela. – Explicou-se Joana ao polícia.
– Porquê?
– Mas não via? Ou não queria ver? Não é você e os seus colegas que estão sempre a fazer rusgas ao bairro? A Mariana é uma menina rica. Ela e o João simplesmente não davam certo.
– A menina Joana gostava do João?
– Eu. – Ela riu-se – Claro que não. Eu detesto-o. Detestava-os aos dois.
– Então porque trouxe o rapaz para esta conversa?
– Porque ele foi quem a levou à ruína. E, na verdade, também foi ela quem o levou ao mesmo sitio.
– Por que acha isso?
– Está óbvio. Está bastante óbvio. A sociedade não quer aproximações entre pessoas de diferentes classes sociais. Eles gostaram um do outro, apaixonaram-se, a sociedade fez pressão à relação deles, eles terminaram e foi daí que surgiram as angústias, os afastamentos. E os problemas que eles tiveram dentro da relação foram levados para fora da relação.
– Parece entender sobre isso.
Ela encolheu os ombros.
– Sei algumas coisas.
– Como sabe? Também passou algum tempo naquele bairro?
Joana olhou séria para o polícia. Sim, ela passou.


Espero que tenham gostado!
Já estão a entender alguma coisa? A Mariana realmente morreu? A Joana foi realmente a culpada? Qual será o segredo da Joana?
Quais são as vossas "apostas"?

A próxima parte será postada em breve!

1 comentário:

  1. Olá, Diana. Boa noite.
    Surpreendente essa oitava parte. Confesso que estou surpresa. Mas ainda não estou acreditando que a Mariana de fato morreu/foi assassinada. Estou crendo se tratar de um sonho dela mesma ou de alguém, talvez da própria Joana ou do João...
    Vamos ver a próxima parte.
    ~Cartas da Gleize. 🖂

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