quinta-feira, 14 de maio de 2020

Longas Palavras Perdidas (Parte 2)

Olá, Pessoal!
Hoje deixo-vos a segunda parte do conto Longas Palavras Perdidas, dividido em algumas partes.

OBS: Fiquem atentos ao narrador e tentem entender o mistério o mais rápido que conseguirem.
Avisando ainda que apenas os excertos/trechos escolhidos das músicas foram a inspiração para aquela pequena parte do conto.


Longas Palavras Perdidas (Parte 2)

"Eu cresci em volta de alguns negros que não eram meus camaradas" - Letra da música.

Música:


A vida dele não era realmente um mar de rosas. Nasceu num bairro problemático. A polícia surgia a cada duas horas. A mãe quase jazia na sala com a parteira ao lado a gritar "força!". Ele nasceu quase negro (e era de raça branca). Passou dois dias no hospital. Ao terceiro dia saiu porque a mãe não teve mais dinheiro para pagar as despesas. Eles eram pobres. A mãe trabalhava como doméstica numa casa de ricos. Ele vendia droga com os colegas. Quase foi preso quando fez quinze anos, mas não tinha idade suficiente para ir para o xadrez e fez serviço comunitário durante cinco meses enquanto ia para a escola durante a manhã. Aos dezoito anos foi realmente preso após desacatos com colegas negros. Havia vinganças, promessas mal pagas. A droga e os seus males. Mas ele nunca consumiu. Ele não era um "agarrado", ele apenas vendia para pagar as contas e ajudar a mãe.
Apaixonar-se foi o seu pior erro. A jovem não tinha sequer a vida dele. Era uma riquinha mimada, filha dos patrões da mãe dele.
Se ele soubesse do seu erro mais cedo, teria sido tudo mais fácil...


"Eu sou o mesmo quando tudo dá certo. Eu sou o mesmo quando tudo dá errado" - Letra da música.

Música:




Aquela manhã depois da escuridão foi péssima para ela. A confirmação que ela deu ao seu seio familiar e de amigos foi chocante. Violação. O culpado? Ele. O rapaz que vivia no bairro pobre. Não é possível. Mas era. Para a família dela. A jovem afirma que foi violada pelo namorado. O namorado nega, mas recentemente começou a aceitar que o fez. Diários tristes e melancólicos começaram a surgir. Não apenas com palavras dela. Ele também tinha um caderno onde falava sobre tudo. A vida é cruel. Ambos sabiam disso.
– Tens que deixar esse rapaz. Ele é um violador. – Disse a mãe dela, vendo a jovem deitada na cama do seu quarto a chorar.
– Eu gosto dele.
Ela estava triste. Mas a mãe acreditava que ela ia superar.
Já ele... não acreditou. Não quis acreditar. A mãe soube da violação e deu-lhe um estalo. Não tinha sido essa a educação que ela lhe deu. O pai tinha morrido num tiroteio meses antes dele nascer. Ele tinha que respeitar a alma do pai. Ele tinha que ser um rapaz sério. Ele poderia traficar para sobreviver, mas nunca deveria tocar com um dedo numa mulher. Ele tocou. Ele tocou e durante muito tempo negou para si mesmo e para os outros. A "conspiração marada" tinha falhado. Os "amigos" não eram amigos. Ele tinha violado a namorada. Como? Ele não se lembrava. Pois, está explicado. Drogas. Ele começou a consumir.


Espero que tenham gostado!
Aqui já temos o narrador. Conseguiram saber mais um pouco sobre a vida dos dois.
O que estão a achar?
A próxima parte será postada em breve!

1 comentário:

  1. Aqui já consegui saber um pouco mais da história dos protagonistas.
    Nessa segunda parte também eu pude sentir o texto bem elaborado, bem escrito, bem trabalhado (não que na parte anterior não tenha sido ou sentido, mas aqui pude sentir mais ou melhor). Tanto, que achei alguns trechos poéticos!

    ResponderEliminar

Obrigada pelo comentário, a sua opinião é importante para o escritor.

Avisos:
1- Não costumo responder pelos comentários. Deixe um link do seu blogue, ou contacte-me pelas minhas redes sociais presentes aqui.
2- Caso necessite de resposta, eu responderei pelos comentários, porém deixarei a minha resposta apenas durante algum tempo indeterminado. O Blogger ainda faz contagem de comentários do próprio autor e, como sabe, faço sempre uma retrospectiva todos os anos. Não se esqueça de clicar no "notifique-me" para que receba notificação sempre que eu responder ao seu comentário.