Começa hoje o conto Longas Palavras Perdidas, dividido em algumas partes.
Hoje deixo-vos a primeira parte.
OBS: Fiquem atentos ao narrador e tentem entender o mistério o mais rápido que conseguirem.
Avisando ainda que apenas os excertos/trechos escolhidos das músicas foram a inspiração para aquela pequena parte do conto.
Longas Palavras Perdidas
"Por que nós gostamos tanto de magoar?" - Letra da música.
Música:
A vida é realmente irónica. A gente magoa os outros sem saber a consequência que isso terá para a outra pessoa... e para nós também. Há uns dias, semanas, meses fiz um erro. Vários, na verdade, contando a minha curta vida. Vinte e seis anos de erros. Vinte e seis anos de quebras, de perdas. A vida é curta para pensar no passado, dizem. Mas a vida também deveria ser curta para errar. A vida seria melhor se fosse passada sem sofrimento, sem desgosto, sem morte. Quer dizer, a morte até que poderia estar presente, porém sem mágoa, sem traição, sem dor. Quer dizer, talvez só no momento da morte. Eu já não sei o que estou a dizer...
A única coisa que eu queria era ter uma vida melhor, uma vida sem dramas, queria que a minha vida fosse como um filme de comédia... Mas isso... Se a gente pudesse pedir...
Mas, pelo menos, por agora, só queria que a pessoa que tanto gosto olhasse para mim de outra forma. Não nesse sentido, até porque já a tenho... ou tinha se não fosse o meu erro. E nem um ano de namoro fiz. Mas, também, se realmente terminámos nem durou cinco meses. Parece cliché, mas os nossos mundos são completamente diferentes. Nunca deveria ter feito parte de uma conspiração marada com os meus "amigos" e feito essa pessoa sofrer.
Mas eu nunca penso... nunca pensei...
"Ignorância é a tua nova melhor amiga" - Letra da música.
Música:
Nós não somos iguais. Eu sei de onde vieste, tu sabes de onde eu vim, nascemos e fomos criados em lugares distintos. Eu sei que foste tu quem errou, tu sabes que foste tu quem pisou no lugar errado, mas acabas a dizer que a culpa é minha. Dizes que sou uma pessoa cruel, dizes que não gostas de mim, mas ainda há algumas semanas dizíamos ser amigos e ainda chegámos a escrever os nossos nomes em sangue. Não quero mais "sentir" a tua dor, não quero mais ter que ouvir as tuas opiniões. Tenho que seguir a minha vida da minha maneira. Ontem olhaste para mim com estranheza, como se eu fosse alguém desconhecido. Sabes que isso dói? Mas acho que já me preparei. São sempre os mesmos truques. Eu cresci. Espero que tenhas percebido isso... Ou então não.
De qualquer forma, vou agir como uma adulta, seguir a minha vida e quando te voltar a ver na rua só te vou dizer: "Foi um prazer conhecer-te", porque, no fundo, eu não te conheço. hoje não te conheço. Nem tu a mim. Mas de uma coisa ambos sabemos. Nós não somos iguais.
Espero que tenham gostado!
Nesta primeira parte, o narrador não está presente temos apenas a apresentação das personagens principais e os seus pensamentos.
Como entenderam na apresentação, a parte do romance entre eles não foi escrito (de forma propositada).
A próxima parte será postada em breve!
Oi, Diana.
ResponderEliminarInicialmente, eu gostei dessa parte do conto. Achei essa primeira parte do texto bem objetivo, direto, rápido de ser lido.
Gostei da forma como anexou ou mesclou as músicas ao texto.
Destaco: "[...] queria que a minha vida fosse como um filme de comédia..."
Realmente, seria bom ou melhor se a nossa vida transcorresse dessa forma.
Percebi sobre a ausente narração e a presente apresentação dos protagonistas através de seus pensamentos com que o conto é introduzido. Porém, precisei ler a segunda parte do conto para "juntar as peças do quebra cabeça" e compreender melhor do que eles estavam falando. Por isso vou confessar que eu gostei ainda mais ou mais da segunda parte.
Não prometo acompanhar as próximas partes do conto, mas na medida do possível estarei por aqui lendo.
Bom final de semana!