Mercado Literário + Novo projeto

 Olá, Pessoal!

 No dia 22 de Fevereiro, eu lancei um episódio no podcast Chá de Dezembro (do projeto Fábrica de Histórias) com a minha colega Michele Bran chamado de mercado editorial.

 No momento da gravação lembro-me de ter falado que seria um tema impossível de trazer polémica, mas não me quis alongar. Sou autora publicada e questões destas podem me levar a processos. Não sou louca, sei quando posso trazer um pouco de polémica e também sei quem ficará ofendido.

 Comecei a entender o mundo literário em 2009. Inicialmente, o mundo literário online. Descobri o lado bom, o lado dos escritores que se apoiavam mutuamente, o lado dos comentários bem dispostos, dos gostos, das divulgações. Mas também descobri o lado mau, o lado do bullying, o lado do preconceito literário, o lado dos comentários negativos e das divulgações a denegrir a mente dos escritores.

 Em 2015 conheci o mundo editorial. E não poderia ter ficado ainda mais desagradada com o lado mau. A competitividade é ainda maior. Não é uma briga de crianças, isso é o mundo literário online onde escritores competem pelo número de visualizações e comentários, no mundo editorial temos autores publicados, pessoal com idade a tentar subir degraus nem que para isso tenham que atropelar outros pelo caminho.

 Decidi que o lado mau não era para mim. Não tenho personalidade para estar a aguentar o autor arrogante que pensa que escreve que nem um Fernando Pessoa. E não me vou alongar com as editoras. Há quem diga e divulgue mentiras dizendo que não existe ficção jovem de qualidade. Existir existe, mas essas editoras não divulgam. Mas, felizmente, não são todas as editoras a dizerem isto. Contudo, são os grandes selos e têm o peso que têm.

 A minha "fama" de autora de bebe um chazinho com o "amigo vermelho" não é lá grandiosa. Ela não me permite ter a coragem de falar alto e causar polémica com "gente grande". Fico-me com os meus confrontos com os autores que apoiam esse tipo de mercado literário. Porque, no fundo, se não existirem apoios, não há como manter o mesmo nível de pensamento, certo?

 Se deveria fazer uma parte 2 sobre o mercado literário? Sim, deveria. Há coragem? Sim, mas o resto falta.

 Após entender todo o outro lado, decidi participar e criar projetos para ajudar autores pouco reconhecidos. A Fábrica de Histórias é um deles. Tive a parte do trabalho de divulgar as regras de parceria do projeto para autores. E bati de frente com alguns desses autores. Tenho algumas histórias desagradáveis que poderia partilhar em menos de um ano de projeto. Autores arrogantes, que acham que o seu livro deve ser criticado/resenhado por projetos grandes. O nível de arrogância é tal que tive vontade de transparecer claramente a fama que tenho, mas me contive. No futuro espero que algum projeto não lhes feche portas, quando precisarem de divulgação. Se algum deles estiver a ler isto, que eu acredito que alguns estejam, sinta-se "homenageado".

 Em breve criarei um novo projeto. Um projeto que será parceiro da Fábrica de Histórias. O objetivo é apoiar escritores profissionais ou amadores que tenham o gosto pela escrita. Apenas quererei escritores humildes, que saibam exatamente do que se trata a literatura. Por enquanto, estou a ter um resultado positivo.

 E quanto à parte 2 do mercado editorial? Não sei se terá a Michele, mas podem esperar alguma coisa sobre o mercado literário no seu todo, com situações especificas que aconteceram dentro do projeto Fábrica de Histórias.