Opinião: Assassinato no Workshop de Escrita Criativa, de Jeremias Sebastião Manuel

 Olá, Pessoal!

 Hoje publico mais uma nova opinião a um livro.

 Aviso - Pode conter spoiler.

Capa da obra

Informações:

 Título: Assassinato no Workshop de Escrita Criativa
 Autor: Jeremias Sebastião Manuel
 Tipo: Novela
 Editora: Ésobrenós Editora

Opinião/Resenha:

 "Assassinato no Workshop de Escrita Criativa", é acima de tudo, uma novela que homenageia artistas angolanos e a cultura do país.

 A novela curta de 36 páginas inicia-se com um anúncio sobre um Workshop de Escrita Criativa que se expandiu por toda a Luanda a partir das redes sociais. Em três dias, o local não tinha mais lugares reservados. Iria ocorrer no Instituto Guimarães Rosa, nos Coqueiros. Somos catapultados para lá. Às 14h15, conhecemos os apresentadores Dilson Maria e Isvânia Marques, que entram no meio da atmosfera dócil. Ele, o anfitrião, deu as boas-vindas à Isvânia e esta agradeceu. Seis escritores foram convidados a falarem sobre os mais diversificados géneros literários. As duas senhoras, Rosa Soares e Cíntia Gonçalves, eram um pouco mais antissociais, não comparecendo em eventos literários com frequência. Os senhores, Hélder Simbad, Sérgio Fernandes, Velho Kipacaça e Jeremias Manuel andavam a pavonear os livros e os conhecimentos.

 O Workshop inicia-se com um número musical, assim como muitos lançamentos de livros. Após o momento, dá-se o silêncio que deveria dar a entrada do diretor do centro, porém isso não acontece. Fizeram uma breve paragem, retomaram ainda com mais um momento musical, enquanto a autora Reinira28, juntamente com a sua irmã, chegavam. Os apresentadores foram à procura do diretor, preocupados.

 O autor descreve muito bem toda a atmosfera, enquanto existe este compasso de espera. Faz menção aos leitores da Mediateca de Luanda liderados pela Priscila Carmelino. "Diziam as más línguas que eram o suporte de três autores, mas mais do Lucas Cassule, um fenómeno literário no que tem a ver com a publicação de livros. Os críticos literários estavam no lado oposto, em volta de uma escultura da cultura Ovimbundo. Pelas gargalhadas que davam, e liderados pelo AC Kamba, bem se via que mais um texto recém-publicado havia sido reprovado". Volta a mencionar Reinira28, sempre acompanhada de Clélia e agora com mais cinco elementos, entre eles o designer Bondi e a resenhista Johanna Miguel, onde falam sobre o GELELA.

 Com tudo isto chega-se às 15h20 e é quando ocorre o assassinato. Nesta hora ouve-se um som estridente saído da casa de banho masculina. Sérgio e Helder deram de cara com uma senhora estática, inerte, a olhar fixamente para o interior do balde. Encontra-se morto o anfitrião.

 Tudo se torna sombrio. Aquela morte, como ocorreu em solo brasileiro, segundo as normas da diplomacia, a polícia angolana só podia entrar com a autorização do gabinete central de Itamaraty. Temos, então, o agente Teixeira, onde a ficção entra na "realidade". O agente do livro de um dos autores presentes era o agente que tentou (ou tenta, não vou revelar) resolver aquele caso.

 Torna-se muito interessante a ligação entre a realidade e a ficção, como as personagens, reais, entram na ficção do assassinato e onde até mesmo personagens de livros tornam-se "reais" num outro local. Os artistas também acabam envolvidos e até temos o livro de Agatha Christie, Um Crime no Expresso do Oriente, mencionado.

 É um excelente livro de policial angolano, que revela ao público lusófono ótimos artistas do país.

 Pontos Fortes:
 - Boa narração.
 - Boa descrição.
 - Boa mistura entre realidade e ficção.

 Pontos Fracos:
 - ...

Nota (0 a 5 Estrelas):

⭐⭐⭐⭐⭐

 P.S - Esta opinião é apenas de uma leitora, assim como a nota de 0 a 5 estrelas que eu dou. Outros leitores poderão ter uma opinião diferente.

 Link para obter a obra: AQUI.