Hoje falo sobre Clarice Lispector.
Autora de diversos livros, entre contos, romances e literatura infantil, Clarice Lispector nunca assumiu a carreira de escritora, pois nunca se considerou profissional. Segundo ela, era uma amadora e fazia questão de ser uma amadora, já que escrever profissionalmente traria a obrigação consigo mesma ou com outros, de escrever. Clarice sempre preferiu manter a sua liberdade. Conhecida pelas suas obras de grande profundidade e reflexão, que são famosas e muito descritas pela sua introspecção e mergulho ao interior do consciente humano. Muito além das regras e técnicas de escrita usuais, Clarice é capaz de tocar o leitor com as suas narrativas algumas vezes sem uma cronologia de factos a ocorrer.
É interessante falar sobre a sua escrita, que quebra os modelos narrativos tradicionais, principalmente quando no meio literário atual parece existir uma corrida pelo padrão, pelo livro perfeito que segue a fórmula do sucesso de vendas.
Nascida em 10 de dezembro de 1920, na Ucrânia. Filha de pais judeus, foi com apenas dois anos de vida que mudou-se com toda a família para o Brasil, fugindo da violência e antissemitismo que se alastrava pela Rússia na época. Foi aqui que viveu toda a infância e adolescência, tendo desembarcado e vivido por muito pouco tempo em Maceió, onde morava uma irmã da sua mãe. A família mudou-se para Recife, onde Clarice viveu até aos nove anos, quando ficou órfã da mãe e mais uma vez mudou-se, agora para o Rio de Janeiro. Formou-se em direito, mas foi como redatora de um jornal que passou a trabalhar. Em 1944, logo após lançar o seu primeiro romance “Perto do Coração Selvagem”, passa a viajar com o seu marido, um diplomata de carreira, e em entrevista à TV Cultura, em 1977, pouco antes do seu falecimento, diz que nunca conheceu nenhum dos seus críticos no Brasil, por conta dessas viagens.
Perto do Coração Selvagem é o seu primeiro livro, publicado em 1944, e recebido com graças pelo público. Premiado pela Fundação Graça Aranha como o melhor livro de estreia, explora a vida da personagem Joana, que muito jovem perdeu a mãe e passa a ser criada pelo pai. Este logo morre também e Joana vai viver com a tia.
Clarice Lispector é um dos grandes nomes da literatura brasileira, e até mesmo lusófona.
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