quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

O Outro Lado da Literatura: Editoras

Olá, Pessoal!
Comecei o primeiro subtema a falar sobre escritores hipócritas, fui para preconceito, dei uma "dica" sobre rivalidade e agora chegámos ao tema delicado: Editoras.
Porquê um tema delicado? Porque são estas "empresas" que dão o "pão" ao autor (quer dizer, a maioria).

Todos nós sabemos que existem vários tipos de editoras, ou deveríamos saber. Um escritor, quando termina o seu livro e quer publicá-lo, já começa na sua procura. Alguns apenas saem por aí no Google a procurarem pela primeira que lhes surge à frente sem sequer conhecem os vários tipos de contratos. É um erro!



No mundo existem, pelo menos, quatro tipos de editoras (que eu conheça até hoje).
Aquelas que todos nós imaginamos são chamadas de "Editoras Tradicionais". A editora investe no autor pagando todos os custos e o autor “deita-se à sombra da árvore". Normalmente fazem uma tiragem de 500 a 2000 exemplares na primeira edição e avaliam realmente o livro, fazendo uma leitura critica.
Até aqui tudo certo, mas se formos aos grupos de escritores vemos alguns a falarem mal destas editoras. Porquê? Porque elas solicitam mudanças de enredo, muitas delas bem vincadas que aborrecem o autor. O escritor não tem liberdade de escolha (ou a maioria não tem). Alguns até dizem terem a sensação de que, no fim, o livro não é deles.
Mas eu até que defendo a editora, se ela paga tudo no livro, ela tem que ter uma opinião a dar. Este tipo de editora paga absolutamente tudo: Capa, revisão, distribuição, impressão e até a divulgação é feita por eles.
A coisa que menos gosto nesta editora é que na questão da avaliação do original ela não avalia pela qualidade do enredo, texto, etc, ela avalia pelo potencial de venda. O livro é visto como um objeto de venda, não uma obra prima do autor.

Depois temos as chamadas "Editoras de Projeto-Pago". São aquelas que cobram do autor toda a produção e não avaliam o original. Recebem qualquer original e fazem o trabalho editorial, mas quem paga tudo é o autor.
Problema com este tipo de editora? Acho que está bem à vista. Nos grupos de escritores do Facebook é onde mais há reclamações.
Acho que a vantagem de começar com este tipo de editora é que o autor, tendo já um livro no mercado, vai ser um começo para ir parar para outras editoras, vai haver uma certa divulgação, vai dar nome.

O terceiro tipo é chamado de "Editoras Sob Demanda". Este tipo de editora vai imprimindo os livros conforme vende. O autor paga alguma coisa, dependendo da editora, mas de forma geral todos os autores pagam.
O problema destas editoras é que a distribuição é deficiente. Aliás, às vezes até o preço de custo é um problema porque a editora ganha mais, enganando o autor. Na maioria das vezes os livros vão para o dobro do preço de custo. As gráficas aqui ajudam muito!

O último tipo são as "Editoras Gráficas" (talvez seja melhor escrever Editoras/Gráficas). Estas imprimem o livro e o autor paga tudo. Algumas ainda oferecem trabalhos editoriais à parte (também pagos pelo autor). A coisa boa é que é de menor custo, o autor pode imprimir o número de exemplares que quiser. Este tipo de editora é uma boa opção para autores que querem apenas ver os seus trabalhos impressos e não no mercado.
O autor tem 100% de controlo dos processos (diferente da editora tradicional) e ainda é "editor" dele próprio.
O problema aqui é que os autores falam que foram "enganados" porque não conseguem divulgação em lado algum.

Também há histórias péssimas, sem citar nomes de editoras nem o tipo delas, de autores que foram "roubados" intelectualmente, editoras que venderam o seu trabalho sem autorização, contratos mal assinados, profissionais oportunistas, pirataria, etc... Poderia ficar aqui uma tarde inteira só a enumerar problemas que autores dizem ter tido com algumas editoras. Más experiências existem em todo o lado.



Também temos que pensar numa coisa: Hoje em dia, o mercado editorial é voltado para a venda e não para o potencial de escrita. Podes ser um Fernando Pessoa a escrever, mas se os teus livros não tiverem potencial de venda vão ficar na gaveta pela maioria das editoras. O livro é um produto, mesmo que para o autor possa ser um objeto de valor inestimável. Aqui temos que ver por um lado profissional.
Devo dizer também que uma editora boa para um autor, pode ser má para outro e vice-versa.
Deixemo-nos de invejas só porque o autor X publicou na editora Y e se deu super bem, mas o autor A teve uma má experiência com essa mesma editora. "Lutar" por editoras é um erro e uma briga de crianças. Deixemo-nos disso, por favor!




No próximo post irei falar sobre autores pouco empáticos (e eu sou uma deles haha!). Irei falar sobre um tema que me toca bastante. Na verdade, o facto de os autores terem fama de pouco empáticos pode não ser a realidade, mas enfim... Vou falar dos problemas de se ser um autor pouco empático. E com isto, também falarei sobre autores que respondem mal para leitores (e os leitores ainda continuam a ler a história).

O post virá em breve!

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