sábado, 18 de janeiro de 2014

Noiva do Irmão

(Observação da autora no dia 01/10/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "Noiva do Irmão". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).

Capitulo 1

Há 17 anos, numa guerra entre vampiros, lobisomens e humanos, Marco, o lorde, o chefe, estava a procurar humanos dignos para virarem vampiros.
Encontrou três crianças com a sua mãe. Marco sabia que um deles tinha dons. Ele pressentia. Então pegou na criança mais forte.
– Matem-na! – Ordenou ele, com a sua voz fria, se referindo à mãe das crianças. Então, um pequeno golpe de um vampiro e a mulher estava morta.
“Vou transformar os três em vampiros e levo o mais forte comigo” – Pensou ele. Assim que fez isto, levou a criança, chamando-a de Joel. Três meses depois disto, aconteceu o esperado. Joel tinha um dom. Podia tirar os sentidos às pessoas e provocar a morte. Um ano depois, uma filha de Marco nasceu. Marco pensou que se tivesse uma filha com uma mãe poderosa, que a filha também seria. Elisabete, que era a mulher de Marco, demorou um pouco a concordar, mas acabou por ceder. Quando a filha nasceu, chamaram-na de Beatriz. Mas Beatriz não era poderosa, não tinha nenhum dom, o que deixou Marco furioso. Beatriz, sem poderes, quem passaria para o trono? É que a regra dos vampiros era que se houvesse um homem vampiro a comandar, o sucessor deveria ser uma filha e não um filho, como era suposto acontecer. O desejo de ter uma filha com Elisabete foi aumentando. Era a única solução. E assim aconteceu. Nasceu Rita, uma menina muito poderosa. Tinha dois dons.
Hoje, a família Ferreira estava a ter a sua reunião que ocorria sempre de semana a semana.
– Amanhã, como vocês sabem, os Borges chegam. – Começou Marco.
– E pela primeira vez vou vê-los! – Exclamou Rita, animada.
– Não vais te arrepender, irmã, são todos muito simpáticos. – Assegurou Joel, a sorrir.
Masco levanta-se da cadeira onde estava sentado.
– Não! – Exclamou ele, irritado – Eles são nossos inimigos, mesmo que aqui sejam convidados. Eles são nossos inimigos! E ela não é tua irmã, é tua noiva! Vocês vão se casar, querendo ou não, e ter filhos poderosos.
Rita levanta-se também.
– Não, pai! Eu amo o Joel, mas como irmão e não vou me casar com ele. – Disse ela, indo para o seu quarto.
– A minha resposta é a mesma. – Disse Joel, enquanto se dirigia para o seu quarto.
– Com licença. – Disse Beatriz e, logo de seguida, foi para o seu quarto.
Marco gritou.
– Calma, meu amor, vai ficar tudo bem. – Disse Elisabete, tentando acalmá-lo.
Mais tarde, a Rita estava na varanda no seu quarto olhando pela janela, quando ouviu um barulho na sua porta.
– Sou eu.
A Rita reconheceu a voz do Joel e mandou-o entrar sem sair do mesmo sítio.
– Olá! – Saudou ele.
– Olá.
– Rita, vai ficar tudo bem, não vamos casar. Vamos fazer alguma coisa.
– Eu sei...
– Se não tivermos ideias, podemos fugir. – Disse ele, tentando arrancar um sorriso da irmã.
Há algum tempo que não sorria. Desde que soube que tinha de casar com o seu irmão. Mas aquilo tinha funcionado. Ela sorriu.
– Claro! Mas temos de levar a Beatriz. – Disse ela, entrando na brincadeira.
– Óbvio! Vou fazer a minha mala. – Abraçou a sua irmã – Tudo vai voltar ao normal, vais ver.
– Eu sei...
Mas o que eles não sabiam era que a partir do dia seguinte tudo mudaria.

Capitulo 2

A família Borges estava toda no seu carro, na entrada para a casa onde os Ferreira moravam. O carro estava estacionado.
 – Este ano vai ser diferente. Provavelmente, iremos ver a Rita. A filha do Marco. – Disse Roberto.
 – E? – Perguntou Leandro.
 – Ela é especial. O Marco dá mais importância a ela que à própria vida.
O André encarou-o, curioso.
 – Como assim?
 – Bem, eu não quero que vocês olhem para os olhos dela. Dizem que dói muito, mas eu nunca os vi. – Explicou Roberto.
 – Como é que olhar pode doer? – Perguntou Célia.
 – Pois, parece que dói. Ela vai enfiar os dedos dela nos nossos olhos! – Riu Leandro – Roberto, sabes que nós somos rápidos.
 – Nunca vi ninguém correr tão rápido quanto o Joel e a Beatriz. E pelo que sei, a Rita é mais rápida ainda. E luta melhor que eu.
“Luta melhor que o Roberto? Como assim? Ah, se ele pensa que nos assusta está muito enganado.” – Pensou André.
 – De mim ela não ganha. – Riu o André.
 – Não estou a brincar. – Disse o Roberto, sério – Ah, e não se apaixonem por ela.
 – Ah? Por que razão eu me apaixonaria? – Perguntou o André.
 – Primeiro, porque ela é noiva do Joel. – Disse Roberto.
 – Noiva?! – Engasgou-se o Leandro.
 – E segundo, porque ela é linda. Muito linda mesmo.
 – Como sabes? – Perguntou a Célia.
 – Boatos. – Respondeu o Roberto.
 – Linda, o quê! Isso é tudo conversa! – Disse André.
 – Quando a vires vais entender. – Disse Roberto.
Célia olhou séria para Roberto.
 – Célia, ela é uma miúda para mim.
Célia sorriu. André olhou em frente.
 – É essa a casa?
Roberto olhou.
 – Sim. É.
Era uma grande casa. Muito bem construída. Parecia um palácio. Logo à entrada, havia um grande portão e ao lado um muro a proteger a casa. Eles saíram do carro e encaminharam-se para o portão. O portão abriu-se e eles avistaram Marco, que já estava à espera para recebê-los.
 – Roberto, meu velho amigo. – Cumprimentou o Marco.
 – Marco. – Disse Roberto.
 – Célia, André, Leandro, como vocês estão? – Perguntou o Marco.
 – Bem, obrigada. – Respondeu Célia.
O André não conseguia parar de fitar os olhos escuros de Marco. Como aquilo acontecia? Era tão estranho para ele.
 – Vamos entrar? – Convidou Marco.
 – Claro, só vou buscar as malas. – Disse o Roberto.
 – Não seja tolo! Os servos pegam. – Disse o Marco.
 – Está bem.
E eles entraram. A entrada estava coberta de árvores e flores. À frente, dois vampiros a lutar. Não dava para ver o rosto de nenhum dos dois. No banco, sentada, uma vampira ria. Era Beatriz. A vampira mais calma dos Ferreira. Os vampiros que lutavam, pararam subitamente.
Um deles, os Borges reconheceram. Era Joel. Mas a outra estava de costas para eles.

***

 – Joel! Dá-me a visão. Estou a falar a sério. – Disse a vampira.
"Eles estavam a brincar?” – Pensavam os Borges.
Joel agarrou a vampira que estava com ele e abraçou-a.
– Então... como estás?
No meio do nada, ele caiu no chão. A vampira riu. O Joel estava com dor, deitado no chão, mas a divertir-se.
– Rita! Vai para o teu quarto! Vai te arranjar e pára de brincar com o teu noivo. – Disse Marco..
Rita não se virou. Foi até Joel, deu-lhe um beijo na testa e foi para o seu quarto.
– Ah, Leandro, André! – Cumprimentou Joel, se levantando do chão.
– Olá, Joel e Beatriz. – Cumprimentou o André.
Beatriz levantou-se suavemente.
– Como vão? – Perguntou ela.
– Bem, obrigada. – Respondeu o Leandro.
– Vamos comer? – Perguntou Marco.
“Sangue humano” – Pensaram os Borges.
Os Ferreira conduziram os Borges para a sala. Era uma sala grande. No centro tinha uma grande mesa com talheres postos à frente de 9 cadeiras. Só Elisabete é que estava sentada.
Marco indicou os lugares onde se sentariam e, de seguida, sentaram.
Marco bateu palmas e apareceram vários mordomos que colocaram à frente de cada lugar um copo com sangue. A bebida preferida dos vampiros.
– Sangue animal? – Perguntou Roberto, surpreso.
Ele tinha cheirado.
– Sou educado. – Disse Marco.
– E nós? – Perguntou Joel, com pouca esperança.
– Também sou educado com vocês, infelizmente. – Respondeu ele.
A porta abriu-se nesse momento. Uma vampira linda entrou. Os seus olhos quase que hipnotizavam. Estava vestida com uma blusa azul, uma saia e tinha calçado umas botas. Leandro e André olhavam para ela, boquiabertos. Ela era mesmo linda. A jovem sentou-se na ponta da mesa que era considerado o lugar mais importante e principal.
– Rita? – Perguntou o Marco.
Capitulo 3

O Marco tinha perguntado pela filha Rita.
– Sim? – Respondeu ela.
A voz dela era suave.
– Cumprimenta o teu noivo e os convidados.
– Claro. – Disse ela, sorrindo.
Rita cumprimentou todos, quando chegou ao André, arrepiou-se. Ficou uns segundos a pensar.
– Rita? – Perguntou Marco, interrompendo os pensamentos da filha.
– Desculpa, pai. Eu só me assustei.
Ela virou-se de novo para o André e cumprimentou-o.
"Como é que olhar dela pode torturar alguém?” – Pensou o André.
Ele não sabia que ela podia ler os seus pensamentos. Ela riu, o que chamou a atenção de todos.
– Na verdade, podes testar. – Ela olhou para o André, respondendo à pergunta dele.
– Bem, a Rita também lê pensamentos. – Disse Marco, percebendo o que se estava a passar.
André ficou imóvel.
"Então quer dizer que ela ouviu tudo? Isto vai ser lindo, então" – Pensou o André.
– Na verdade sim e continuo a ouvir. – Disse ela, respondendo aos pensamentos dele, novamente.
– Rita, pára! – Ordenou Marco, irritado.
Rita pegou na taça com sangue e bebeu-a. Os Borges estavam assustados. Ela foi a primeira a pegar na taça e nem disse nada a ninguém. Estaria zangada com o pai naquele momento?
"Agora acredito por que é que ela tortura as pessoas com o olhar" – Pensou o André. Rita olhou para ele, esforçando-se por não o magoar.
– Sr. Marco! O senhor vai ter que se retirar durante um tempo. – Disse um servo.
– Sim, Elisabete – Disse, se virando para a mulher – Os vampiros estão com problemas.
A mulher afirmou com a cabeça.
– Joel, serás o dono desta casa no tempo em que estivermos fora. Partiremos amanhã bem cedo. E quando voltarmos, esperemos que esteja tudo pronto para o casamento.
– Eu não vou me casar com o meu irmão. Onde já se viu vampiras ficarem noivas do próprio irmão? – Gritou Rita, atravessando a sala e saindo de casa.
– Isto é tudo culpa tua, Beatriz! – Disse Elisabete.
– Minha? – Perguntou Beatriz.
– É claro! Tu influencias a Rita.
– Mãe, não sejas injusta com a Beatriz. Ela não fez nada. – Defendeu Joel.
– O Sr. Marco quer que eu vá atrás dela? – Perguntou o André.

Capitulo 4

Os Borges, excepto André, que esperava pela resposta de Marco, olhavam para a porta por onde ela tinha saído.
"Como assim, ela não quer se casar" – Era o pensamento de todos eles.
Joel e Beatriz olhavam para baixo, tristes. Marco estava irritado e Elisabete com vergonha.
– Gostaria, obrigado. – Disse Marco, respondendo à pergunta do André.
– Com licença. – Disse André.
Levantou-se da cadeira e foi atrás dela. Sentiu o cheiro dela e seguiu-a. Depois de um tempo, encontrou-a no bosque, encostada numa árvore. André aproximou-se com cuidado.
– Olá, André.
– Olá. – Respondeu ele, aproximando-se.
"Será que me encosto na árvore ao lado dela?” – Pensou ele.
– Sim, André, podes te encostar. – Disse ela, respondendo aos seus pensamentos.
André encostou-se na árvore ao lado dela.
– Por que é que não queres casar? – Perguntou André, com insegurança – Não gostas do Joel?
– Eu amo o Joel. Mas como irmão. Ele é meu irmão e meu melhor amigo.
– Mas tens de escolher alguém para governar contigo.
– Eu sei, mas eu não quero que seja com o Joel. Eu quero viajar. Eu sou aventureira. Talvez até me apaixone por um homem de negócios. Acho que, por viajar muito, ainda largo as questões do trabalho. – Ela sorriu – Mas enfim... e tu?
– Era mais fácil se lesses o meu pensamento.
– Diz, gosto do som da tua voz.
– Também nunca me apaixonei. Um dia irá aparecer o amor na minha vida.
– Talvez...
Ela sorriu.
"Como uma vampira pode ser tão bonita?” – Pensou André.
– Obrigada. – Agradeceu ela, sorrindo.
"Esqueci que ela lê pensamentos" – Pensou André.
– Desculpa. Eu sei que é invasão.
– Tudo bem, não há problema.
Eles ficaram uns segundos calados.
– O Marco quer que voltes. – Disse André.
– Claro que ele quer. – Disse ela, mal-humorada.
André se desencostou da árvore e perguntou:
– Queres ajuda?
– Não, não necessito. Na verdade, nunca necessito.
Ela se desencostou rapidamente da árvore.
– O que vais fazer quando voltares? – Perguntou o André.
– O meu pai age como se nada tivesse acontecido. Não é a primeira vez que fujo. Temos que ter mais conversas destas. Pareces interessante.
– Também acho.
Eles sorriram um para o outro.
– Bem... Tenta me alcançar! – E dito isso, ela começa a correr.
“O Roberto tinha razão. A Rita era realmente muito rápida.” – Pensou André. A Rita nem ouviu o pensamento dele.
Uns três segundos depois, a Rita já estava na porta de casa. Em seguida, André chegou.
– Cheguei antes, André. – Disse ela, a rir.
– É verdade. Querias apostar uma corrida amanhã, Rita?
– Claro, André. Amanhã as quatro da manhã?
– Não, mais tarde.
– Tens medo?
– Não!
– Então fica às quatro.
– Então está as quatro.
Um servo vai ter com Rita.
– O Sr. Marco está a sua espera no escritório dele.
– Obrigada. – Disse Rita e, em seguida, virou-se para André – Adeus, André.
E ela saiu.
– Adeus, Rita.




Capitulo 5
Rita entra no escritório.
– Olá, pai!
– Rita, o que queres? Eu dou-te tudo e tu agradeces-me assim?
– Eu não quero o Joel como meu marido. Ele é como um irmão para mim.
– Então vamos fazer o seguinte: Vou te dar dois meses, que deve ser o tempo da minha viagem, para arranjares um noivo, de preferência, que tenha poderes. Se conseguires um bom noivo, casas com ele e não casas com o Joel, se não arranjares, casas com o Joel.
– Está bem. – Disse ela e, em seguida, saiu do escritório.

***

O André estava no seu quarto quando o Roberto entra.
– Posso entrar? – Perguntou ele.
– Claro, embora já teres entrado.
 Eles riram.
– Por que demoraste tanto tempo?
– Porque estava a conversar com a Rita. Ela é engraçada.
– André, estás apaixonado por ela?
– Claro que não! Mal a conheço.
– Cuidado, André. Dizem que ela deve ter um terceiro poder, mas nem ela sabe. É a facilidade dos homens vampiros se apaixonarem por ela. Homens vampiros? Bem, eu acho que até podem ser humanos.
– Eu não estou apaixonado por ela, Roberto.
– Está bem. – Disse ele, indo para porta – Mas cuidado, podes estar a condenar a nossa família e a dos Ferreira.
Roberto saiu.
“Eu não estou apaixonado por ela. – Disse para si mesmo – Ou será que estou? Nem a conheço bem.”

***

Rita estava vagueando pela casa. A pensar em como ia arranjar um noivo. Elisabete e Marco já tinham partido e a casa estava vazia. Enquanto caminhava, lembrou-se da corrida com o André. Olhou para o relógio de parede que estava na sala. Eram 3:40 da manhã. Ele não se ia importar se ela chegasse cedo.

***

André estava deitado na cama dele, a pensar, até que ouviu passos leves e logo depois uma leve batida na porta.
– Pode entrar. – Disse André.
Rita entrou no quarto.
– Olá, André. – Disse ela, a sorrir.
– Cheguei em má hora? Estás com um olhar pensativo.
– Não! Acho que não.
André fez um rápido movimento e a porta fechou-se.
– O que foi isso? – Perguntou Rita, assustada.
– O meu dom. – Respondeu ele.
– Interessante.
– Acho que sim. – Concordou ele.
– Pensei que poderíamos conversar antes da corrida. – Disse Rita.
– Claro. Senta-te. – Disse ele, apontando para a cama.
Rita sentou-se, cruzando as pernas.
– Como foi com o teu pai, Rita?
– Bem, ele disse que tenho de encontrar um noivo com poderes em 2 meses.
– Que bom!
– Não! Eu não vou casar-me! – Irritou-se ela.
"Até irritada ela é bonita." – Pensou ele.
Ela riu.
– Obrigada.
– Não tens de quê.
– Não falava de ser bonita, sei que sou. – Eles riram-se – Mas por seres simpático.
Sem eles perceberem, os seus rostos foram se aproximando. Leandro, Beatriz e Joel tinham aparecido no quarto e, nesse momento, eles afastaram-se com rapidez.
– Isso foi estranho. – Disse Leandro.
Joel e Beatriz riram-se.
– Nós já estávamos de saída. – Disse Rita, se levantando da cama.
– Nós? – Perguntou Beatriz.
– Corrida. – Respondeu André.
– Querem vir? – Perguntou Rita.
– Não. Podem ir. – Disse Joel, enquanto André se levantava.
– Adeus. – Rita se aproximou de Joel e ele beijou a testa dela.
Rita e André saíram para o jardim de casa.
– Vamos correr? – Perguntou Rita a ele.
– Claro. – Respondeu ele.
Rita lançou um olhar desafiador para André.
– Um.
– Dois.
– Três.
E os dois começaram a correr.
– Há! – Exclamou Rita, quando tocou na porta da casa antes de André.
– Vingança amanhã! – Disse ele, a sorrir.
– Duvido que ganhes. – Disse ela, a rir.
– Eu fico por aqui. – Disse André.
– Então adeus!
Rita aproximou-se de André para lhe dar um beijo na bochecha, mas, acidentalmente, André virou o rosto e acabaram por se beijar. Nessa altura, Joel passava por lá e viu-os.

Capitulo 6

Joel apareceu lá e falou.
– Se eu não chegasse aqui, imaginem o que teria acontecido. – Disse ele, meio irritado e meio brincalhão.
Rita e André olharam para ele.
– Bom. – Começou Rita.
– Tudo bem, maninha. Ele é melhor para ti do que eu... Na verdade, esquece, Rita. – Ele fez uma cara dramática. – Nunca te vou perdoar por me teres traído! – Ele riu – Estou a brincar. Podem continuar. Com cuidado. E nada de ir longe demais.
Rita olhou para ele, irritada.
– Eu vou andando. – Disse Joel, se virando.
– Espera, Joel. Esqueci-me de dizer uma coisa. O pai deu-me dois meses para encontrar um noivo. – Disse Rita.
– Que bom! –Disse Joel, aliviado – Vou começar a ligar para os candidatos, agora mesmo. – Virou-se para André – Eu estou a falar a sério sobre cuidar da minha irmã.
O André assentiu e Joel saiu.
– Bom, então... – Começou Rita, mas foi interrompida por André, que a beijou.
Por mais que fosse errado, Rita não conseguiu parar.
– O que vamos fazer agora? – Perguntou André.
– O que tu quiseres. – Disse Rita no ouvido dele.
Pois. Ele nem sabia o que queria.
– Porque nós não continuamos a encontrarmo-nos?
– Adoraria, André. Mas escondidos, certo?
– Óbvio.
– Agora tenho que entrar.
Ela beijou-o.
– Adeus, André.
– Adeus, Rita.
Ela entrou no quarto, o deixando sozinho. André olhou pela janela. Estava a amanhecer. Foi para o seu quarto, calmamente.
Capitulo 7

No dia seguinte, a Rita foi caçar. Quando chegou no jardim, os Borges, o Joel e a Beatriz estavam sentados em bancos a conversar.
– Olá. – Disse Rita, aproximando-se deles.
– Rita! – Disseram Joel e André, ao mesmo tempo, num tom de alegria na voz.
– Parece que estás próximo dela, André. – Disse Roberto, preocupado.
– Não, é só uma saudação engraçada. – Disse Rita, a tentar defender o André.
– Senta-te aqui, Rita. – Disse Joel, apontando para o seu colo.
Rita sentou-se.
– Joel, podes chamar um candidato a casamento de cada vez? – Perguntou ela.
– Tudo bem. Já liguei para o Rúben e também para a Jéssica. Precisas da tua melhor amiga cá.
– Que bom! Obrigada, Joel. Vou caçar.
Todos olharam para ela.
– Vais caçar... humanos? – Perguntou Leandro.
– Vamos caçar animais, pode ser? É só experimentar. – Disse Joel.
– Joel! – Reclamou a Rita.
– Rita, só tentar. Eu desafio-te.
Os olhos de Rita brilharam.
– Então, vamos lá. – Disse ela, se levantando do colo dele - Lá vou eu caçar animais nojentos.
– André, acompanha a Rita, por favor. Para o caso de ela desistir. – Disse Beatriz, a sorrir.
– Claro. – Disse André, mas Roberto pareceu não gostar.
Os olhos de Rita brilharam mais.
– Vamos, Rita? – Perguntou André – Desta vez eu ganho.
– Vamos ver. – Disse Rita, começando a correr.
André foi logo a seguir. Quando Rita sentiu o cheiro do bosque, parou.
– André?
– Estou aqui. – Disse ele, aproximando-se.
– Perdeste outra vez.
E ela voltou a correr. Ele, com o seu poder, trouxe-a de volta até ele.
– Isso não valeu. – Disse ela, cruzando os braços.
O André riu. Ela colocou as mãos dela nos ombros dele e ele gritou de dor. Ela riu.
– Isso é que não valeu. – Disse ele, massajando um dos ombros.
Ela beijou-o.
– Anda, eu preciso caçar.
– Vem, então.
Rita deu a mão a André e ela seguiu-o.

***

Enquanto isso, Joel e a Beatriz estavam dentro de casa.
– Aqueles dois ainda vão ter algum caso. – Disse Beatriz, a rir.
– Pois. – Concordou Joel.
Joel aproximou-se de Beatriz e acariciou-lhe o rosto.
– Joel. – Começou Beatriz, que foi interrompida por um beijo de Joel.
Ela afastou-se.
– Alguém pode nos encontrar...
– Beatriz. – Reclamou Joel – Agora a Rita não vai se casar comigo, aliás, ela está a trair-me com o André.
Beatriz riu.
– Está bem.
Capitulo 8

Rita berrou, quando viu onde André a levava. Eles estavam no meio do bosque e de longe dava para avistar um grande veado.
– Tenta, Rita. – Pediu André.
– André, não vais me forçar a fazer isto, não é?
– Tenta, por favor.
– Está bem.
Rita saltou e caiu em cima do veado. Sem hesitar, cravou os dentes no pescoço do animal. Para ela, o gosto sabia mal. Mas, mesmo assim, bebeu o sangue todo.
– Credo, não acredito que tu me fizeste beber isto. – Disse Rita, assim que acabou de beber o sangue do veado.
– Tenta beber mais algum animal, Rita, deves estar com sede. Faz isso por mim.
– Não, André, adeus. – E virou-se.
– Não adianta fugires.
Ela virou-se de novo.
– Pára, André! Estou zangada contigo.
André sorriu.
– Podes esquecer em tentar me dar a volta.
Rita respirou fundo.
– Então quero outro animal.
– Tens ali um. – Disse ele, apontando.
Não foi preciso dizer mais nada, Rita apoderou-se do animal num piscar de olhos.
– Que rapidez! – Disse ele, olhando para ela a beber o sangue do animal.
– Pois, parece que sim.
– Mais?
Ela encolheu os ombros e de seguida beijou-o.
– Acho que sim. – Disse uma voz diferente da dos dois. André e Rita olharam para o lado e viram...

Capitulo 9

Joel. Joel estava parado a olhar para eles.
– Muito bonito, não é?! – Disse Joel, a rir – Imaginem, de novo, o que teria acontecido, se eu não chegasse aqui.
– Joel! – Reclamou Rita.
– É verdade. A pura verdade.
– Não exageres. – Disse André.
– Olha, André, a minha irmã é pequena e inofensiva, embora não pareça à primeira vista, então não exageres.
– Calma! – Disse André.
– Está bem. Só vim avisar que o Rúben chegou à 30 minutos e a Jéssica acabou de chegar. Bem, vou andando. Podem continuar com a... – O Joel tentou encontrar uma palavra – Curte, talvez.
Ele riu e saiu dali.
– Eu tenho que ir. – Disse Rita, afastando-se dele.
– Então, vamos. Mas diz-me lá, quem são o Rúben e a Jéssica?
– A Jéssica é a minha melhor amiga e o Rúben é o meu ex namorado, um dos concorrentes que quer se casar comigo.
– Ah, está bem. – Disse ele, triste.
– André, não fiques triste, não gosto dele. Gosto de ti.
André sorriu.
– Não estava triste.
– Estavas sim, eu posso ler pensamentos, lembras-te?
– Pois.
“Nós não poderíamos nos apaixonar.” – Pensou ele.
– Tens razão, não devíamos, mas estamos.
Rita beija-o.
– Agora tenho que ver o Rúben e a Jéssica. – Disse ela.
Os dois foram para casa. Quando chegaram ao jardim, todos estavam lá.
– Bom-dia! – Disse Rúben olhando para Rita.
– Jéssica! – Exclamou Rita.
– Rita! – Disse Jéssica, indo abraçar a melhor amiga.
– Que saudades! – Disse Rita.
“São lindos e o que veio com a Rita também.” – Pensou Jéssica.
Rita conseguiu perceber que ela se estava a referir ao André. Afastou-se dela e olhou para ela, séria, mas meio a brincar.
– É meu! – Disse Rita, a rir.
– Não vou me meter. – Brincou Jéssica.
Rita ficou séria de verdade.
– Estou a falar a sério, Jess, é meu!
Rita chamava a Jéssica pela alcunha carinhosa: “Jess”.
“Mas e o Rúben?” – Pensou Jéssica.
Todos olhavam para elas.
– Todos são meus. – Disse Rita, começando a rir.
Joel riu, quando percebeu do que se tratava.
– Tens razão, Rita. Todos são teus. E não há brigas.
Rita olhou para o irmão. Ele percebeu o olhar dela.
– Não, Rita. – Ele virou-se para Jéssica – Estou a falar a sério. Ela arranca-te a cabeça, se te meteres com ele.
– Nem vou falar com ele. – Disse Jéssica, rindo.
– Com quem? – Perguntou André.
– Ninguém, lindo. – Disse Rita.
– Lindo? – Perguntou Joel, começando a rir.
– É um nome carinhoso, coisas de amigos. – Disse Rita.
– Ah, está bem. – Disse Joel, não acreditando - Não vais cumprimentar o Rúben?
– Claro. – Respondeu a Rita.
Ela aproximou-se de Rúben.
– Olá, Rúben.
– Rita! Não mudaste nada. – Disse Rúben, a sorrir.
O Rúben era um rapaz bonito e forte. Também simpático e amável, mas nada comparado com o André.
“O André não pode ficar com a Rita.” – Pensou Roberto.
– Roberto, tem calma. – Disse Rita.
– Rita, André, podem se arranjar para o próximo almoço? – Perguntou Beatriz.
– Está bem. André, vamos nos arranjar? – Perguntou Rita.
– Claro. – Respondeu André.
Eles correram até chegarem ao quarto do André. Beijaram-se.
– Bem, vou andando. Vemo-nos na mesa. – Ela saiu do quarto dele.

Capitulo 10

Beatriz estava sentada na cama do seu quarto e o Joel estava com ela.
– Joel... – Disse ela, um pouco preocupada.
Joel olhou para ela.
– Que foi?
Beatriz suspirou.
– Joel, eu não sei se o que estamos a fazer é certo.
– O quê? – Joel olhou para ela, preocupado.
– Isto. - Apontou para eles os dois.
Joel suspirou e passou a mão pelo rosto de Beatriz.
– Beatriz, eu amo-te. E espero que também me ames o bastante, para passares por tudo para ficarmos juntos. Por ti, eu me arrisco a tudo.
Beatriz olhou para ele.
– Eu amo-te é só que... – Ela parou, mas ele fez sinal para que ela continuasse.
Ela começou a chorar, sem fazer qualquer barulho.
– Eu tenho medo.
Ele passou a mão pelo rosto dela, para limpar as lágrimas que estavam a escorrer.
– Medo do quê?
Beatriz olhou para baixo.
– Que isto não dure. – Disse ela, apontando para os dois.
– Como assim? Isto vai durar para sempre, Beatriz.
– Joel, tu tens a Rita. – Ela continuou a olhar para baixo.
Joel riu.
– Beatriz, tu sabes o que eu sinto pela Rita. E sim, é amor.
Beatriz deixou cair mais lágrimas. Joel levantou-lhe o rosto.
– Mas é amor de irmão. Eu amo-a como minha irmã mais nova, nunca quero que ninguém toque nela e a faça mal. Mas tu, Beatriz, tu és diferente. Eu nunca senti isto por ninguém. Todas as regras que a nossa família tinha, tu quebraste e eu estou a gostar disso. É um risco que eu quero correr, Beatriz, e eu nunca te vou deixar. Por favor, não duvides do meu amor.
Ela sorriu.
– Joel, eu amo-te. Eu só quero que isto dure para sempre.
– E vai durar... para sempre.

***

Os servos tinham posto a mesa no jardim naquela noite, a pedido de Beatriz. Todos estavam muito elegantes. Rita tinha sido a última a chegar.
– Olá. – Disse ela, quando se aproximou da mesa.
André sorriu para ela.
"Ela é realmente muito bonita, mas não vou casar com ela, por isso, mas sim porque quero ser rei." – Pensou Rúben.
Ele esqueceu-se que a Rita lia pensamentos, mas ela não estava a prestar atenção aos pensamentos dele.
– Rita, senta-te aqui. – Disse Joel, apontando para o lado dele.
– Obrigada, Joel, mas deixa a Beatriz sentar-se aí. – Disse ela, sorrindo – Eu sento-me noutro lugar.
E, sem se importar com os outros a encará-la, ela foi sentar-se ao lado de André.
– O que foi? – Perguntou Rita, incomodada com os olhares.
– Nada, Rita. – Disse Jéssica.
Então, Rita se virou para André, ignorando os outros.
– Olá, André.
Ele sorriu.
– Como foi o resto do teu dia? – Perguntou Rita.
Ele olhou para Rita.
– Normal.
"Na verdade, foi chato sem te ver." – Pensou André para Rita ouvir.
– O meu também.
"Para falar a sério, tudo sem ti fica chato." – Pensou André.
Ela sorriu para ele e, não aguentando mais ficar quieta, aproximou-se dele.
"Rita! O Rúben." – Pensou Joel.
– Ah, sim! – Exclamou Rita – Rúben – Virou-se para ele – Podes olhar para o outro lado, por favor?
Joel riu.
– Claro. – Disse Rúben, virando-se para o lado oposto.
Então, Rita beijou André. Mas Rúben, cansado, virou-se. Todos, excepto Joel, olhavam para eles, assustados.
– O que está a acontecer? – Perguntou Rúben.

Capitulo 11

"Não! Eu não posso perder a oportunidade de ser rei!" – Pensou Rúben.
Rita olhou para ele, chocada, mas não se importou muito.
– Nada. – Disse ela, ironicamente.
Jéssica riu baixinho da ironia de Rita. Rúben levantou-se e foi até Rita. Pegou no braço dela e a levantou da cadeira.
– Rúben, larga-me! Tu sabes que eu sou mais forte. – Disse Rita, irritada.
– Rúben, larga-a! – Pediram André e Joel, ao mesmo tempo.
Rúben fingiu não ouvir. Ele apenas apertou mais o braço da Rita. André e Joel levantaram-se. André afastou Rúben de Rita e deu-lhe um soco. Joel pegou na Rita e abraçou-a.
– Rita, estás bem? – Perguntou Joel.
– Estou. – Respondeu ela.
Quando André parou de bater em Rúben, ele aproximou-se de Rita.
– Estás bem, Rita?
Rita abraçou-o e disse:
– Sim e tu?
– Óptimo. – Disse ele, a sorrir.
"Ele não podia se apaixonar por ela." – Pensou Roberto.
"Raios! Esse André é forte." – Pensou Rúben.
– Roberto, Rúben, nós podemos falar? – Perguntou a Rita.
– Claro. – Responderam os dois.
Ela começou a correr. Roberto e Rúben, confusos, acompanharam-na.
– Aqui está bom. – Ela parou de correr.
Roberto e Rúben olharam para ela.
– 1º, Roberto, olhe, eu não irei, nunca, magoar o André, porque eu... – Rita olhou para baixo. – Eu o amo.
Roberto se surpreendeu.
– Eu só quero que vocês tenham cuidado, Rita.
– E nós temos. Agora, Rúben. – Rita olhou para ele. – Eu não te amo e não quero me casar com ninguém.
Rúben olhou para ela.
 – Rita, desculpa o meu comportamento. Eu fui imaturo. Mas tu sabes que eu não te amo e sabes que eu quero ser rei.
Rita sorriu para ele.
– Eu sei, Rúben. E sabes que, se houvesse uma maneira de eu deixar que tu fosses rei, sem eu me casar, eu faria.
– Obrigada, Rita. És uma boa amiga. – Disse Rúben, a sorrir.
– Então, óptimo! Estamos bem não é, Roberto? -–Disse Rita, esperançosa.
– Ok, ok... – Concordou Roberto.
– Então, vamos – Disse Rita.
E começou a correr. Quando chegaram, todos olhavam para eles.
– Tudo resolvido. – Disse Rita.
– É. – Concordou Roberto, ainda preocupado.
– Então, podemos jantar! – Disse Beatriz, que estava sentada ao lado de Joel.
Os servos trouxeram taças com sangue e eles beberam, excepto Rita.
– Não vais beber? – Perguntou Jéssica.
– Já cacei hoje. – Respondeu ela, sorrindo para André.
– Rita, o que me dizes a uma luta? – Perguntou Joel.
– Para quê se já sabes que eu vou ganhar?
– Pois! Vamos.
Rita e Joel levantaram-se das cadeiras e afastaram-se um pouco. Quando começaram a lutar, Rita, com um rápido movimento, tinha mandado o Joel ao chão.
Rita riu.
– Ganhei! De novo! – Declarou ela.
Em minutos, já todos estavam a lutar uns com os outros.

Capitulo 12

Horas mais tarde, Roberto andava de um lado para outro, inconformado.
– Eles não podiam se apaixonar!
Célia colocou-se à frente dele.
– Pára um pouco! – Disse ela, irritada – Deixa ele viver a vida. Ele ama-a, Roberto! Tenta te conformar.
– Desculpa. Estou a tentar. – Ele abraçou-a – Não fiques irritada. Por favor.

***

Era de dia, André e Rita viram o Joel e a Beatriz na sala. Joel tossiu.
– O que andaram a fazer?
– Nada. – Disse Rita.
Joel não se convenceu. Rita saiu da sala, com André ao seu lado.
– Eu acho que ela já fez algo que eu não gostaria. – Disse Joel.
Beatriz riu.
– Deixa-a! – Disse ela, defendendo a irmã.

***

Quando já estavam longe o bastante de Joel e Beatriz, André e Rita beijaram-se.
– Hum... – Disse uma voz.
Eles viraram-se.
– Jess? – Perguntou Rita.
– Sim. Os outros estão à vossa espera no jardim. – Disse Jéssica, envergonhada.
– Ah, claro. – Disse Rita.
Eles foram até ao jardim.
– Olá. – Cumprimentou Rita.
– Onde eles estavam? – Perguntou Joel, ignorando Rita e olhando para Jéssica à espera de uma resposta.
– Ah... – Começou Jéssica, sentando-se, seguida pela Rita – Vamos dizer que... Eles estavam... hum... a comerem-se no corredor. – Disse ela, a rir.
Rita pisou o pé de Jéssica.
– Ai! – Exclamou Jéssica, massajando o pé.
– Hum, eu e o André vamos passear por aí. – Disse Rita, totalmente atrapalhada.
Ela virou-se, com André ao seu lado e começou a andar. Eles pararam um pouco à frente, onde todos os podiam ver.
– Eles estão tão apaixonados. – Disse Célia, a suspirar.
– São tão lindos. – Disse Beatriz, sorrindo.
Agora, Joel estava a olhar para o André e para a Rita.
– Pois. – Concordou Joel, impaciente.
André aproximou-se de Rita e ela sorriu para ele.
“Eu posso beijar-te, ou importas-te com os outros?” – Pensou André, parecendo preocupado.
Rita não respondeu, só sorriu e, de seguida, beijou-o. Naquele momento, eles tinham se esquecido dos outros, que estavam a observá-los.
“Rita, pára!” – Pensou Joel para a irmã.
Rita não ligou, ela continuou a beijar o André.
Então, de repente, ela tinha perdido todos os sentidos. Não ouvia, não via e estava muda.
Ela só ouviu Joel a pensar: “Eu disse para parares! A minha irmã a fazer coisas destas à frente de toda a gente não tolero.”
– Rita, estás bem? – Perguntou André, preocupado.
Mas ela não o ouvia.
– Rita!
Capitulo 13

Joel estava irritado.
– Joel, eles estavam bem antes. – Disse Beatriz.
Roberto e Joel olhavam para ela, espantados.
– Eles são muito jovens. – Disseram os dois, ao mesmo tempo.
– Mas eles amam-se. – Disse Célia.
– Mas isso é intolerável. – Disse Rúben.
– Joel, eu tenho a mesma idade da Rita. – Disse Beatriz.
– Mas é diferente. Ela é minha irmã.
– Deixa-a, Joel! Tu sabes que ela pode fazer bem pior. – Disse Beatriz, já irritada.
– Era isso que eu temia. – Joel suspirou e deixou Rita.
Rita recebeu os seus sentidos. André olhou para ela.
"Não perdes pela vingança, Joel" – Pensou Rita.
Ela sorriu para André e beijou-o. André retribuiu.
– Agora foi longe demais! – Gritou Joel.
– Não, Joel! – Gritou Beatriz, mas foi tarde demais.
Joel já estava a agarrar André pelo pescoço.
– Joel, larga-o agora! – Gritou Célia, preocupada.
Mas Joel não precisou de largar. Rita tinha usado o seu poder e Joel estava a gritar de dor.
– Rita, o que estás a fazer? Vais magoá-lo. – Disse Beatriz, preocupada.
Mas Rita não parou. Continuou a torturá-lo. Ela estava muito irritada.
– Por favor, pára Rita. – Implorou Beatriz, já com lágrimas nos olhos.
Rita parou, triste consigo mesma. Foi ter com André.
– André. – Disse ela, abraçando-o.
– Eu estou bem, mas acho que exagerámos. – Disse André.
André e Rita sentaram-se no meio do jardim.
– Estás bem, Joel? – Perguntou Beatriz.
– Claro. – Respondeu ele, dando-lhe um beijo.
Joel virou-se para Rita.
– Estás de castigo.
– O quê? – Perguntou Rita, espantada.
– O nosso pai deixou-me a mandar nisto, por isso estás de castigo.
– Não podes fazer isso! – Gritou ela.
– Posso sim. Vai para o teu quarto agora!
– Eu não sou uma criança, Joel! – Berrou Rita e, dizendo isto, levantou-se e foi para o quarto.
– A Rita tem razão, Joel. – Disse Beatriz.
– Sim, mas é mimada. Ela não poderia ter feito aquilo comigo. – Disse Joel, triste.
– Ela ficou irritada, Joel. Entende, tu magoaste o André, a pessoa que ela ama. – Disse Beatriz.
– É como se ela tivesse magoado a Beatriz. – Disse a Célia.
– Ela nunca faria isso com a Beatriz. – Disse Joel.
– Pois, mas o André é teu amigo. – Disse Beatriz.
– Está bem, vou pedir-lhe desculpas. – Disse Joel.
– Deixa que eu vou lá. – Disse André, se levantando.
– Mas é que não mesmo! – Gritou Joel.
– Joel! – Disse Beatriz, segurando-o.
– Ok, vamos os dois. – Disse Joel, soltando-se de Beatriz.
Os dois foram. Pelo caminho, Joel disse:
– Desculpa, André, mas é difícil para mim ver aquelas coisas. Ela é minha irmã.
– Na verdade não, eu não tenho irmãs. – Disse André.
Joel sorriu.
 Nesse momento, chegam ao quarto da Rita.

Capitulo 14

– Rita! – Chamou o Joel.
– O que queres? – Perguntou ela.
– Como sou simpático, vim te tirar do castigo.
– Obrigada, Joel. – Ela sorriu para o irmão.
– Mas para ti – Olhou para André – É melhor cuidares muito bem da minha irmã pequena e frágil.
– Claro. – Respondeu André – Claro que sim.
– Nada de coisas indecentes em público.
– Claro, prometo que em público não vai acontecer nada. – Disse Rita.
– Eu vou andando. – Disse Joel, virando-se e começando a correr.
André e Rita olharam um para o outro.

***

O dia tinha amanhecido. André e Rita tinham “dormido” juntos.
– Bom dia! – Disse André.
– Bom dia!
Ouvem uma batida na porta.
– Pode entrar. – Disse Rita. Era Rúben.
– Olá! Desculpem interromper, mas o Joel está a chamar-te, Rita. O teu pretendente está lá em baixo.
– Sabes o nome dele?
– Renato. Até já. – E saiu do quarto.
André olhava Rita, com tristeza.
– Eu queria casar contigo, mas não posso. – Disse Rita.
André foi vestir a camisa, quando Rita vê uma mancha nas suas costas.
– O que é isso?
– É um sinal de nascença. – Disse ele, surpreso.
– O Joel tem uma igual.
– O Leandro também, mas ele é meu irmão.
Eles não falaram mais. Saíram do quarto dela e foram para a sala, onde todos os esperavam.
– Olá, Renato. – Disse Rita, aproximando-se.
– Vamos fazer os testes. – Disse Joel.
Eram três testes no total. O último dava uma esperança a André, pois era o teste rotulado de felicidade. Eles faziam a Rita feliz? André sorriu ao ouvir o último teste.
– E se ele não passar? – Perguntou ele, esperançoso.
– Bem, ele precisa de passar aos três testes. – Respondeu Joel.
– E são muitos candidatos? – Perguntou André.
– Muitos, diria quase milhões. – Respondeu Joel.
André ficou sério.
– Vamos começar. – Disse Joel.
Todos se sentaram, excepto Rita.
Capitulo 15

As raparigas deram nota até 10 e todas iam para mais de 8. Rita deu 9,8.
– Porque não um 10 logo? – Perguntou Jéssica.
– Sem ofensas, Renato, mas não és moreno e não tens um sinal nas costas.
André sorriu.
– Estou a delirar. A fria Rita apaixonou-se. – Disse Renato.
Rita apenas sorriu.
– Mas como sabes que o André tem... – Disse Joel, interrompendo-se – Esquece, não quero saber.
Todos se riram. Rita chamou as raparigas para falarem com ela a sós.
– Eu não vou me casar. Eu já me decidi. – Disse Rita.
Beatriz pôs a mão no ombro da irmã.
– O quê? Não podes.
– A Beatriz está certa, Rita. – Disse Célia – O teu pai matava-te.
– E não queremos isso. – Acrescentou Jéssica.
– Até tu, Jess? – Perguntou Rita, indignada.
– Amiga, só me preocupo contigo. – Explicou Jéssica.
Rita suspirou.
– Vocês não precisam de se preocupar comigo. Vocês têm de confiar em mim.
As raparigas sorriram.

***

Algum tempo depois, Joel estava sentado no jardim com os outros homens. Renato já tinha ido embora.
– Ele foi muito bem. – Disse Joel, se referindo a Renato – Mas isso não é o bastante.
– Porquê? – Perguntou Roberto, curioso.
– Por mais que ele tenha ido bem, a Rita não vai querer se casar.
Leandro concordou com a cabeça.
– Pois.
– Eu estou preocupado, eu quero que ela encontre alguém. – Disse Roberto.
André olhou para baixo.
“Eu não.” – Pensou ele.
Eles ouviram passos, as raparigas tinham chegado e sentado.
– Olá. – Disse Rita, nada entusiasmada.
André apenas sorriu. Jéssica se afastou e Rúben também.
– Jéssica, espera. – Disse Rúben.
– Sim, Rúben. – Disse, enquanto se sentava num banco.
Rúben sentou-se ao lado dela.
– Eu não ia ficar lá sozinho.
– Tinhas o Leandro. – Disse ela, a sorrir.
– Eu não te deixaria sozinha.
Ela riu.
– Os teus olhos estão escuros. – Disse Rúben.
– É, tenho medo. Isto vem a piorar. – Disse ela, a suspirar.
– Tens caçado?
– Sim.
Ela ficou calada, depois da resposta.
– Jess, sabes que podes me contar. És a minha melhor amiga, desde há muito tempo.
Ela afirmou com a cabeça.
– Rúben, sabes muito bem o que acontece quando um vampiro se alimenta e os seus olhos tornam-se escuros.
– Ele morre. – Disse ele, suspirando.
– Exactamente. – Afirmou Jéssica, baixando a cabeça.
– Jess, a Rita sabe disto?
Jéssica negou com a cabeça.
– Não, por favor não contes a ela, Rúben. Ela não pode saber. – Disse Jéssica, com lágrimas nos olhos.
– Ok, mas Jess, vai ficar tudo bem.
Ela afirmou.
– Obrigada, Rúben.

***

André e Rita estavam num canto do jardim, sozinhos.
– Isto anda mal. Muito mal. – Disse Rita.
– Eu não quero que te cases com nenhum daqueles idiotas. – Disse André.
– Não vou casar.
– Eu nem sei como isto vai ser. Eu amo-te! – Disse ele.
Antes que ela pudesse ter alguma reacção, uma voz grave chamou-a:
– Rita Ferreira!
Capitulo 16

Rita virou-se e viu os seus pais na entrada para o jardim.
– Pai? Mãe? – Disse ela, se levantando.
– Rita, querida, nós chegámos mais cedo. – Disse a mãe, enquanto a abraçava.
Rita paralisou. Assim que abraçou a mãe, olhou para o pai.
– Mas eu ainda não decidi com quem irei me casar, pai! Nós combinámos 2 meses.
O pai aproximou-se dela. O resto dos vampiros aproximavam-se.
– O que nós combinámos acabou, Rita. – Disse ele, com um olhar frio – Desculpa, mas vais casar com o Joel.
– O quê? – Disse Joel, aproximando-se de Rita.
– Sim, vocês vão se casar.
Rita respirou fundo.
– Então... Porque vieram?
Beatriz abraçou a irmã.
– Querida, está para começar uma guerra. – Disse Elisabete.
Todos olharam espantados para Marco e Elisabete.
– Outra guerra entre vampiros e lobisomens. – Esclareceu Marco – E tu, Rita, és a nossa melhor guerreira. Tens de estar preparada e o teu noivo também. Joel, irás à batalha, também.
Rita afastou-se de Beatriz e aproximou-se do pai, zangada.
– Eu irei lutar. Mas pelo meu povo. Porque se fosse por ti, eu nem estaria aqui. – E foi para dentro de casa.
– Ela não entende. – Disse Marco, abanando a cabeça.
– Nem eu entendo. – Disse Joel, seguindo a sua noiva.
Silêncio.
– Beatriz, se quiseres lutar, seria óptimo. – Disse o pai.
– Exactamente, Beatriz, de qualquer maneira, não nos importaríamos se morresses. – Disse Elisabete, a sua madrasta.
Beatriz olhou para Elisabete.
– Elisabete, ouça, eu vou lutar e não irei morrer, mas ficaria muito agradecida se a senhora morresse.
Ela entrou dentro de casa. Estava farta de ser maltratada pela madrasta.

***

Rita estava sentada na cama do seu quarto a pensar.
Ela faria tudo para não se casar com o Joel. Tudo. Ela nunca iria destruir a felicidade da sua irmã. Mais... o André amava-a e o pior é que talvez ela sentisse o mesmo. Ela tinha medo, mas porquê?
Nesse momento, batem à porta.
– Entre!
Beatriz e Joel entraram e sentaram-se perto de Rita. Rita não aguentou. Começou a chorar.
– Não chores! – Joel abraçou-a.
– O que nós vamos fazer? – Perguntou Rita.
Beatriz olhou para baixo.
– Nada. – Disse ela. Joel e Rita olharam para ela – Vocês os dois vão se casar e eu tenho de me conformar.
– O quê, Beatriz? Não! – Disse Joel.
– Beatriz, se nós não nos conformamos, também não tens de te conformar.
– Mas eu não quero destruir a felicidade de ninguém.
– E não vais destruir. – Disse Joel, abraçando-a.
Houve silêncio.
– Vão para a guerra? – Perguntou Joel.
– Claro. – Respondeu Rita, a sorrir.
Ela amava lutar mais que qualquer coisa.
– Eu também vou. – Disse Beatriz.
– Tenham cuidado. – Disse ele, abraçando-as.
– E acreditem, eu e o Joel não vamos casar. Vocês os dois sim. Eu vou encontrar uma maneira.
Nesse momento, batem à porta.
– Entre!
Jéssica entrou no quarto séria.
– Rita, queria falar contigo a sós.
Rita olhou para ela, preocupada. Joel e Beatriz saíram do quarto da Rita.
– Rita, tu és a minha melhor amiga desde cedo e, bem, eu preciso de te contar. – Disse Jéssica, enquanto se sentava na cama de Rita.
– Então conta, Jess.
Jéssica começou a chorar.
– Rita, eu vou morrer.
Rita começou a chorar.
– É uma certeza? – Perguntou ela, sussurrando.
– Não, mas eu sinto, Rita. Acho melhor não criar esperanças.
– Agora tudo faz sentido.
– Sim, Rita.
– Não, Jess, eu não deixarei isso acontecer. Eu tenho esperanças. Eu sei que ficarás viva. Nós somos melhores amigas para sempre. Vamos encontrar uma maneira.
– E se eu morrer?
– Eu morro também. – Disse a Rita, abraçando a amiga.

***

– Marco, nós ajudaremos na luta, por mais que eu seja totalmente contra a violência. O André é extremamente poderoso. – Disse Roberto.
– Claro, como Joel, o seu irmão. – Disse Marco.

Capitulo 17

Roberto olhou para Marco perplexo.
– O quê? – Perguntou ele.
Marco não disse nada. Apenas olhou para o lado e viu Joel, Beatriz, Célia, André e Leandro a entrarem na sala.
– O que aconteceu? – Perguntou Joel, vendo a expressão dos outros.
Marco afirmou com a cabeça. Chegou a hora.
– Joel, André e Leandro vocês são irmãos. Vocês têm uma marca nas costas, um pequeno sinal de nascença. Sentem-se.

***

Uma criada da Rita estava a arranjá-la para a guerra.
– Menina Rita, vai querer qual das armas?
Rita olhou para ela.
– Nenhuma. – Disse ela, secamente.
De repente, Jéssica entra na sala.
– Jess! – Exclamou Rita, abraçando a amiga.
Jéssica olhou para ela e sorriu.
– Estás pronta para lutar?
– Claro.
Rita riu e fez sinal para a criada se retirar. Rita olhou para a amiga e percebeu que ela estava vestida para lutar e com uma arma na mão.
– Tu vais?
– Claro, eu não perderia por nada. – Respondeu Jéssica.
Rita afirmou antes de abraçar a amiga.
– Jess vai correr tudo bem, vais ver.

***

Marco levantou-se da cadeira onde estava sentado, depois de contar a história. Os vampiros estavam todos em choque.
– Bem, é isto. Eu acho melhor todos se arranjarem, pois a guerra está para começar. – Disse ele, antes de sair da sala.
Joel olhou para os rapazes ao seu lado.
– Nós somos irmãos?
Eles afirmaram com a cabeça e abraçaram-se.
– Temos que nos vestir. – Disse Roberto.
Beatriz foi para o jardim e olhou para o céu.
– A tempestade está para vir.
Todos foram se vestir.
– Antes eu tenho de resolver uma coisa. – Disse André, afastando-se deles.

Capitulo 18

Rita andava pelos corredores, quando André apareceu à frente dela.
– André?
André parou e olhou para ela.
– Não vais para essa guerra.
Rita olhou para ele, espantada.
– André, lutar é a minha vida. – Disse ela, a sorrir.
– Rita, fica, por favor.
– Não, André, eu faço isto pelo meu povo.
André segurou nas mãos dela. Rita abanou a cabeça.
– Não me faças ficar, André.
– Mas e se...
– E se, nada. Vai correr bem. Eu sei que vai.
– Rita, acho que não percebeste ainda. Eu amo-te. Se alguma coisa acontecer contigo, eu não sei se vou aguentar.
Ela abraçou-o.
– Eu também te amo, André. Lembra-te disso.
E saiu do corredor indo para o jardim e subindo para cima do seu cavalo.

***

Jéssica estava a preparar-se para a guerra dando festas ao seu cavalo.
– Olá! – Disse Rúben.
Jéssica sorriu para o amigo.
– Olá!
– Boa sorte na guerra. Eu também me vou preparar.
Ela sorriu. Rúben beijou a testa dela.
– Obrigada, Rúben.
Ela subiu para o seu cavalo.
– Adoro-te. – Disse Jéssica.
Ele sorriu.
– Também eu. Agora vai.
E ela foi. Deixando-o pensativo.

***

Joel olhava para Beatriz. Ele não se conformava que ela ia lutar. Ela era tão inofensiva à sua frente.
– Beatriz, não vás, por favor. – Pediu ele.
– Eu tenho de ir, eu quero provar que sou poderosa, eu quero provar que sou uma vampira, que sou desta família, Joel.
– Existe outras maneiras.
– Eu não vejo outra. – Ela olhou para ele – Desculpa.
– Então vamos partir juntos. – Disse Joel – Ficarei mais descansado.
Ela sorriu e se afastou. Joel ficou a olhar para ela a ir-se embora, quando sentiu alguém atrás de si.
– Joel, não vens? – Perguntou André.
Joel virou-se e afirmou.
– Hum, sim, mas chama-me de irmão.
– Vai ser estranho, ao princípio, mas vou tentar habituar-me.
Joel sorriu.
– Então, onde está a minha irmãzinha?
André perdeu o sorriso no rosto.
– Ela foi-se embora. – Respondeu ele.
Joel suspirou.
– Eu sei que estás preocupado com ela e eu também estou, mas ela é forte, mais do que todos nós e tu sabes disso e tu só tens de te preocupar quando ela começar a entregar-se demais.
– É esse o problema. Se ela tivesse cuidado, eu não estaria preocupado, mas ela não tem cuidado.
– Então tens de garantir a ela que vais estar ao seu lado, sempre.
– Obrigado... – Lembrou-se da palavra – Irmão.
E afastou-se.
Capitulo 19

Rita galopava com rapidez, estava à procura de um santuário. Depressa o encontrou. Saiu do cavalo e entrou.
– Menina Rita? – Perguntou o padre vampiro.
– Eu quero casar o Joel com a Beatriz. – Disse ela, com rapidez.
– Mas como? Joel é seu noivo. – Disse ele, espantado.
– Mas não o amo dessa maneira. Ele é meu irmão.
– Desculpe, mas, se eu os casar, o seu pai mata-me. – Disse ele, balançando a cabeça.
– Eu sou a herdeira, mas se os dois se casarem, eles serão o rei e a rainha, e o meu pai não terá poder nenhum sobre si.
O padre sorriu.
– Como pretende fazer isso?
– Eu tenho um plano. – Disse ela, a sorrir e a começar a contar.

***

André olhava em volta onde todos os vampiros se posicionavam para a guerra. Ele via todos os que conhecia, menos a única que ele queria ver. Estavam todos à espera que os lobisomens chegassem.
– Onde está a Rita? – Perguntou ele para o Joel, que dava um beijo na testa da Beatriz.
– Ali. – Respondeu a Beatriz, apontando.
Rita foi imediatamente para perto deles. André e Rita sorriram um para o outro.
– Onde estavas? – Perguntou o André.
– Tu verás. – Respondeu ela.
Nesse momento, ouviram um uivar. Os lobisomens chegaram.
– À guerra! – Gritou Marco.
– André, eu amo-te. – Disse Rita, antes de cavalgar em direcção aos lobisomens.
– Eu também. – Disse ele.
Capitulo 20

O céu estava escuro e prometia chuva e trovoada. A luta era pior que todas as outras lutas. Eram só corpos no chão, mas, a maioria, de lobisomens. Ao longe, estavam os Reis e os príncipes dos lobisomens, que só observavam e davam ordens.
Quanto aos vampiros, Rita lutava melhor que nunca. Não tinha nenhuma arma e usava só o seu poder para magoar os lobisomens à sua frente. Ela olhava algumas vezes de relance para o André. Joel, estava a lutar bem, como sempre, e olhava muito para Beatriz, preocupado. André lutava com o seu poder, embora tivesse uma espada. Movia a espada, sem a tocar com as mãos. Ele percebia os olhares preocupados de Rita e suspirava. Leandro, Célia e Roberto lutavam despreocupados. Célia e Roberto por experiência e Leandro, porque tinha pedido duas espadas. Rúben lutava bem, mas estava preocupado com Jéssica. Ela lutava bem, mas, por um minuto, parou de mexer na espada. Ela tinha piorado. Piorado tanto ao ponto de perder a força nos braços e deslizar para fora do cavalo. O único som saído da sua boca foi um grito.
Todos os vampiros olharam para ela.
– Não! – Gritou Rita, vendo a amiga caída no chão.
– Rápido! Afastem o corpo da luta! - Gritou Joel, preocupado com Jéssica.
Rúben rapidamente foi ter com Jéssica e a agarrou, levando-a para fora da luta. Joel, Beatriz, Rita e André seguiram-no.
– Fiquem descansados. Podem ir. Eu, o Leandro e o Roberto cuidamos disto. – Disse Célia, também preocupada com Jéssica.
– Como é que ela está? – Perguntou Rita.
– Não sei! – Respondeu Rúben, desesperado.
Beatriz ajoelhou-se ao lado da amiga. Ela estava lavada em lágrimas.
– Eu não acredito que ela se foi! – Disse ela, acariciando o rosto da amiga.
Como por magia, o rosto de Jéssica mudou para a cor “normal”. Jéssica voltou a respirar e abriu os olhos, lentamente. Todos olharam espantados para Beatriz.
– Como fizeste isso? – Perguntou Joel, assustado.
– Eu não fiz nada. – Disse Beatriz.
Marco, que via toda aquela cena, foi ter com Beatriz. Elisabete olhava chocada, ao mesmo tempo que seguia o marido.
– Beatriz, preciso que vás comigo ao meu escritório. – Disse Marco.
– O André protege-nos. – Disse Rita.
– Anda, André! – Pediu Célia, que estava a ser vigiada por Roberto, caso algum lobisomem fosse ter com ela.
O André recomeçou a lutar e os outros foram ao escritório do Marco. Ele foi até uma caixa de vidro que estava numa gaveta. Elisabete murmurou para o marido:
– Não acredito que vais dar isso agora a ela.
– Vou dar sim, tem que ser, Elisabete. Este acontecimento vinha mesmo a calhar para as nossas vidas.
E Marco deu a caixa de vidro a Beatriz. Beatriz olhou para o pai com um olhar inquisidor.
– Tu és uma vampira poderosa. Muito poderosa. Uma das mais poderosas. Pouca gente tem o poder de ressuscitar vampiros e humanos. Usa esse poder com os mais novos, não com os Reis idosos, pois acabarás por ser castigada. A ti coube-te o poder mais poderoso que alguém pode ter. Essa caixa te pertence. Abri-a.
Beatriz abriu-a. Era uma placa.
– Aí está retido todo o poder da tua mãe, o mesmo poder que o teu. A tua mãe era a imperatriz. A mais poderosa. E tu tiveste o poder da tua mãe. Toma esta coroa. – Ele pegou na coroa e colocou-a na cabeça dela – A tua mãe deu-ma antes de partir e disse-me para entregar a uma pessoa que tivesse o mesmo poder que ela. Ela esperava que fosse a filha dela. – Ele sorriu – E viu-se concretizado o desejo dela. A tua mãe era imperatriz da Austrália. Visita Austrália e diz ao teu povo que és a filha da imperatriz. Eles te aceitarão. Bem, e agora não podemos perder tempo. Vamos acabar esta guerra.
E eles saíram do escritório.

***

Uns minutos depois, Rita chamou o padre. O vampiro aproximou-se.
– Agora. – Disse ela ao padre.
Ele foi para a frente de Beatriz e de Joel.
– Joel aceita Beatriz como sua esposa? – Perguntou ele, sem demoras.
Beatriz demorou um pouco para processar a pergunta do padre a Joel e Joel virou-se para Rita, rapidamente.
– Rita, tens noção do que estás a fazer?
– Sim, Joel. Tenho. – Disse ela, entregando as alianças a ele.
– Joel? – Perguntou, novamente, o padre.
– Sim. – Respondeu ele, a olhar para a Beatriz.
Beatriz também disse o “sim” e colocaram as alianças um ao outro. De seguida, o padre deu sinal que eles se beijassem. E, enfim, Beatriz e Joel estavam casados.
Milhões de perguntas surgiam na cabeça de Beatriz. O Joel iria reinar com ela? Com ela? Sabendo que agora seria imperatriz da Austrália. Seguindo o cargo da sua mãe, já falecida. Mas, enfim, ela não se importava com isso, no momento.
Jéssica agora estava nos braços de Rúben. Acordada da sua “recente” morte. Já sabia que estava no meio de uma guerra. Rita estava com ela. Jéssica não estava a acreditar.
– Eu estou viva, amiga! – Exclamou ela para Rita.
– Eu disse que ia ficar tudo bem. – Disse Rita.
A conversa entre as duas foi parada com um grito. Rita olhou. Estavam dois corpos no chão. Dois corpos conhecidos. Marco e Elisabete. Rita estava sem reacção. Os seus pais estavam mortos. Parecia mentira. Mas não era. Eles estavam mesmo mortos. Largou uma lágrima dos olhos. Lembranças vieram-lhe à tona. Afinal, ela era mais apegada aos pais do que o Joel e a Beatriz.
Todos os lobisomens estavam mortos. Mas os seus pais também. A guerra tinha parado. Rita foi ter com os seus pais e pegou na coroa do seu pai, delicadamente. Levantou-se e aproximou-se de Joel. Joel abraçou-a. Beatriz abraçou os dois. Rita, depois do abraço, afastou-se de Joel e disse:
– Saúdem o nosso novo rei, Joel. – Disse ela, colocando-o a coroa.
Todos se ajoelharam, incluindo Rita.
De seguida, Rita pegou na coroa da mãe e aproximou-se de Beatriz. Beatriz a parou antes que ela pudesse falar qualquer coisa.
– Não. – Disse ela, com uma voz firme – Rita, posso ter me casado com o Joel, mas tu és destinada a ser rainha. Eu sempre fui a segunda filha. A Elisabete é minha madrasta. E eu... bem, eu sou querida na Austrália. O meu povo quer uma imperatriz.
Beatriz colocou a coroa na cabeça da irmã.
– Saúdem a nossa nova rainha, Rita. – Disse Beatriz.
Rita soltou umas lágrimas. Olhou para Jéssica. Ela estava feliz, abraçada a Rúben. Ele também estava feliz. E André? André olhava atentamente. Parecia satisfeito. Eles se ajoelharam.
Rita, passados uns segundos, fez um gesto para todos se levantarem. André foi ter com a amada e deu-lhe os seus pêsames.
– Eu vou-me embora. – Disse ela.
– Eu vou contigo. – Disse André.
– Já imaginava que dissesses isso.
Ela sorriu e foi ter com os seus amigos. Deu um abraço em todos. E subiu no seu cavalo. Joel, percebendo o que a irmã queria fazer, (afinal ela sempre queria viajar) sorriu para ela.
– Vais voltar? – Perguntou ele, enquanto via André a subir para o seu cavalo.
– Um dia, talvez. – Disse ela, sorrindo para o irmão.
André olhou para os seus amigos, todos inexpressivos. Tinham motivos para ficarem felizes, mas também tinham motivos para ficarem tristes. Ele acenou para os amigos, antes de acompanhar Rita para a nova vida que os esperava. Quando ele a alcançou, os dois logo pararam de galopar.
– O que aconteceu? – Perguntou ela.
Ele encolheu os ombros olhando para ela.
– Nada. Só adoro a vampira com quem estou a falar agora.
– Eu te amo. – Disse ela.
– Eu também.
E lá foram eles pelo caminho fora. Afinal, tinham a vida toda.


Fim de "Noiva do Irmão".

Sem comentários:

Enviar um comentário

Obrigada pelo comentário, a sua opinião é importante para o escritor.

Avisos:
1- Não costumo responder pelos comentários. Deixe um link do seu blogue, ou contacte-me pelas minhas redes sociais presentes aqui.
2- Caso necessite de resposta, eu responderei pelos comentários, porém deixarei a minha resposta apenas durante algum tempo indeterminado. O Blogger ainda faz contagem de comentários do próprio autor e, como sabe, faço sempre uma retrospectiva todos os anos. Não se esqueça de clicar no "notifique-me" para que receba notificação sempre que eu responder ao seu comentário.