Capitulo 30
No Algarve, cinco adolescentes estavam preocupados.
– Têm alguma ideia de onde esteja a Mimi? – Perguntou a Teresa.
– Não. – Responderam os rapazes.
– Calma aí. – Pediu a Mariana.
– O que se passa? – Quis saber a Teresa.
– Se é verdade o que ela escreveu de não estar no Algarve, então só pode estar num sítio. – Explicou a Mariana.
– Qual? – Perguntou o Luís.
– Só deve estar em Lisboa. – Disse ela.
– Sim, mas onde? – Perguntou o Pedro.
– Tenho uma ideia. – Disse a Teresa.
– Espero que seja uma grande ideia, senão amanhã vamos limpar. – Disse a Mariana para a Teresa.
– Mariana, tu sabes a palavra passe que a Mimi usa no Messenger? – Perguntou-lhe a Teresa.
– Eu acho que me lembro.
– Então vamos ao computador.
Depois de terem ligado o computador, o Luís apressou-se a perguntar qual era a ideia que a Teresa tinha pensado.
– Ela deve ter no Messenger alguma coisa.
– E se não tiver? – Perguntou o Carlos.
– Se não tiver estamos mal, muito mal.
Entraram no Messenger da Mimi e não foi preciso muito para descobrirem onde ela estava: no seu nick do Messenger estava lá o seguinte: “Estou farta disto, vou para casa da Patrícia em Lisboa, preciso de paz”.
– Aqui está. – Disse a Teresa.
– Como é que ela se lembrou da Patrícia, a nossa colega? – Perguntou a Mariana.
– Ela é uma génio, como a Mimi, e é a única colega que consegue guardar segredos. – Respondeu a Teresa.
– Próxima paragem: Lisboa! – Gritou o Pedro.
– Não, Pedro. – Negou o Luís.
– Não o quê? – Quis saber o Carlos.
– Eu preferia ir sozinho.
– Tu estás louco! Isto é um grupo, temos de ir todos. – Disse a Teresa.
– Mas eu queria ir sozinho.
– Para quê? Para ela te mandar embora? – Perguntou o Carlos.
– Não, para ela me desculpar. – Respondeu ele.
– O quê? Achas que ela vai te desculpar? E já agora, desculpar do quê? – Quis saber o Pedro.
– De tudo.
– Tu é que sabes, mas isto devia ser em grupo. – Disse-lhe a Mariana, concordando com a Teresa – Tens aqui a morada.
– Podem ficar descansados que eu trago-a de volta. – Tranquilizou o Luís.
– Está bem. – Disse a Mariana.
– Teresa, importas-te que eu peça aos teus seguranças para me levarem a Lisboa?
– Não me importo. Podes ir à vontade. Eles até sabem onde é a casa da Patrícia.
– Obrigada. Até logo!
– Até logo. – Disseram eles.
Capitulo 31
O Luís foi ter com os seguranças da Teresa no outro hotel e eles levaram-no a Lisboa. Enquanto o descapotável ia fazendo o seu percurso, a temperatura pelo caminho ia descendo. O Luís parecia satisfeito por ir à procura da Mimi, pois saberia que agora ficaria tudo bem entre eles.
A viagem durou 4 horas e o Luís estava pronto para trazer a Mimi de volta para o Algarve. A Patrícia vivia numa vivenda com os pais e era rápido o Luís descobrir a casa. Chegou a casa da Patrícia e bateu. Quem foi abrir a porta foi a Patrícia, que o atendeu.
– Está aqui a Mimi? – Perguntou ele.
– Não.
O Luís entrou à pressa, sem que a Patrícia pudesse impedir.
– Aqui está ela. – Disse ele.
A Mimi estava sentada no sofá da sala a ver televisão.
– Que fazes aqui? – Perguntou a Mimi.
– Vim levar-te para o Algarve. – Respondeu o Luís.
– Eu não saio daqui. – Disse a Mimi.
– Se não saíres daqui, eu também não saio. – Disse, virando-se para a Patrícia – Tem mais um quarto?
– Trata-me por tu, se faz favor, e tenho mais um quarto. – Respondeu a Patrícia.
– Está bem. Obrigado. – Disse ele.
– Como é que tu vieste? – Perguntou a Mimi ao Luís.
– Os seguranças da Teresa levaram-me.
– Tu não podes me levar. – Disse-lhe ela.
– Porquê?
– Porque eu não quero ir-me embora.
O Luís virou-se para a Patrícia e pediu-lhe para sair. Quando ela saiu, o Luís sentou-se ao lado da Mimi.
– Todos nós queremos que voltes.
– Até a Teresa? – Quis saber a Mimi.
– Sim, até a Teresa.
– Mas eu não vou, não quero ter pesadelos.
– Por isso é que vim. – Disse-lhe o Luís.
– Vieste para quê? Para eu saber que vocês não se esqueceram de mim?
– Nós precisamos de ti, Mimi.
– Mas se a culpa é toda minha de vocês não conseguirem fazer a banda, eu vou-me embora. – Disse a Mimi.
– Não éramos capazes de fazer uma banda sem ti.
– Eu não contribuo nada para a banda.
– Estás enganada. Nós vamos esforçarmo-nos para que a banda funcione. – Disse-lhe o Luís.
– Eu não consigo, desisti.
– Não digas isso.
– Eu não quero ter pesadelos. – Disse-lhe ela.
– Há umas semanas atrás eu queria marcar contigo um encontro para falarmos sobre a nossa vida, lembras-te? – Perguntou o Luís.
– Sim e eu recusei.
– Mas nós temos de falar.
Capitulo 32
Entretanto, no Algarve estava tudo a correr mal. O Ricardo, o ex namorado da Teresa, tinha estado no hotel onde ela estava com os amigos e o novo namorado. Tinha havido uma discussão. Mas o Ricardo não vai desistir da ex namorada.
– Agora que a Mimi se foi embora é que chegam os problemas, já viram isto? – Disse-lhes a Teresa.
– Porque é que não me disseste que tinhas um ex namorado? – Perguntou-lhe o Pedro.
– Porque quase toda a gente tem. – Respondeu ela.
– Mas entre namorados ninguém pode mentir. – Disse-lhe ele.
– Eu sei, desculpa. – Pediu ela.
– Está bem.
– Como estará a conversa do Luís com a Mimi? – Perguntou o Carlos.
– Não deve estar boa, se tivesse boa já estavam cá. – Disse-lhe a Mariana.
O telemóvel da Teresa tocou.
– Estou? São os pais da Mimi, ah, Olá, senhor Miranda, como vai? Ah, já sabe? Com todo o respeito senhor Miranda, mas a sua mulher foi a principal responsável pelo desaparecimento da Mimi. Pede desculpa? Só agora? Ah, falou com a sua mulher. Já percebi. Obrigada, senhor Miranda. – Desligou o telemóvel e olhou para os amigos.
– A mãe da Mimi pede desculpa pelo que fez e diz que a Mimi já pode fazer a banda.
– A sério? – Perguntou a Mariana.
– Sim. Finalmente. – Disse a Teresa.
Nesse momento, batem à porta. A Teresa foi abrir e deparou-se com o Luís e a Mimi.
– O que é isto? Já chegaram? – Perguntou a Teresa, sem acreditar.
– Só passaram 5 horas. – Disse o Carlos.
– Tenho novidades para vocês. – Disse o Luís.
– São más? – Perguntou o Carlos.
– Não. – Respondeu a Mimi.
– Primeira novidade: Eu e a Mimi já nos entendemos e namoramos. Segunda novidade: Ela vai voltar para a banda. – Disse o Luís.
– Calma aí – Pediu o Pedro – Vais mesmo para a banda?
A Mimi fez um “sim” com a cabeça.
– Boa! – Disse o Pedro.
– Mimi, antes de tudo isto recomeçar, eu queria pedir desculpa. – Pediu a Teresa.
– Eu aceito as desculpas. – Disse a Mimi.
– Temos uma novidade para vos contar. – Disse a Mariana.
– Qual? – Perguntou o Luís.
– A mãe da Mimi pede desculpa à Mimi e diz para ela recomeçar com a banda. – Disse a Mariana.
– A sério? – Perguntou a Mimi.
– Sim. – Respondeu o Carlos.
– Ainda bem. – Disse a Mimi.
– Agora só há um pequeno problema. – Disse o Pedro.
– Qual? – Perguntou o Luís.
– O ex namorado da Teresa apareceu. – Explicou o Pedro.
– Isso é mau. – Disse a Mimi.
– Pois é. O que faço? – Perguntou a Teresa.
– Fala com ele e diz-lhe que não vai valer de nada que sejam namorados de novo e pergunta-lhe se podem ser amigos. – Disse-lhe a Mimi.
– Exacto. Obrigada. Vou ligar-lhe.
– O quê? – Perguntou o Pedro – Tu tens o número dele, Teresa?
– Acalma-te, Pedro. Ele é só um ex namorado e, além disso tens de confiar nela. – Pediu-lhe o Carlos.
– Pois é. Desculpa, Teresa. – Pediu o Pedro.
– Está bem. – Disse ela, saindo da sala juntamente com o Pedro.
– Na relação do Pedro e da Teresa há só uma coisa que interessa: A desculpa. Depois disso, fica tudo bem. – Disse o Carlos ao Luís e à Mimi – Foi uma relação que nunca consegui entender.
– Mas porque fugiste? – Perguntou a Mariana.
– Fugi por causa de tudo o que se passa na banda. – Disse a Mimi.
– Mas eu não compreendo porque fugiste. – Disse a Mariana.
– Por causa disso mesmo.
– Mas isso não te dava para fugires do Algarve.
– Ai não? Então e os pesadelos?
– Pois.
– Agora vamos ter com o representante. – Disse o Luís.
– Vamos à noite ao bar KS3 ter com o representante. Não é agora. – Disse o Carlos.
– Claro que não. – Disse o Luís.
– Já liguei ao Ricardo e ficámos amigos. – Disse a Teresa, indo para onde os amigos estavam.
– Que bom! – Exclamou a Mimi.
– Agora só falta esperar pelas 21:00.
– Não. Não se esqueçam que eu e a Mariana amanhã íamos ser empregadas. – Relembrou-lhes a Teresa.
– Empregadas? – Perguntou a Mimi.
– Sim. Tu desapareceste e eu fiquei rotulada de a irresponsável, porque era eu que tomava conta de vocês.
– Temos de falar com os pais da Teresa. – Disse a Mariana.
Capitulo 33
Correram para o hotel onde se encontravam os pais da Teresa, falaram com o recepcionista e, de seguida, foram ao quarto dos pais da Teresa. O pai abriu a porta e viu a Mimi.
– O que é que a Micaela está aqui a fazer?
– Pai, não me metas de castigo, a Mimi regressou.
– Pois, parece que sim. Não vão ficar de castigo. – Disse o pai.
– Ainda bem. Obrigada, senhor. – Agradeceu a Mariana.
– De nada. A tua mãe já te deixa fazer a banda, Micaela? – Perguntou ele.
– Já, mas quem me disse foi a Mariana.
– Isso é bom. Quando é que vão falar com o representante? – Perguntou o pai da Teresa.
– Hoje no bar KS3. – Respondeu o Carlos.
– Ainda bem. Vão acabar a banda em Setembro, não é? – Quis saber o pai da Teresa.
– Nem pensar. Vamos continuar com a banda até sermos velhos, não é? – Disse a Mimi, olhando para os amigos.
– Exactamente. – Disse o Pedro, a responder por todos.
– Está bem. Eu depois falo com a minha mulher. Adeus.
– Adeus.
Os seis adolescentes observaram o pai da Teresa a fechar a porta e, de seguida, voltaram ao quarto das raparigas no outro hotel. A banda iria começar, ou recomeçar. Estavam prontos para serem famosos.
Capitulo 34
Depois de todos se terem acomodado no descapotável, seguiram pela estrada fora até ao bar. Ao longo de todo o percurso, os adolescentes não conversaram, mas estavam contentes. Quando chegaram à porta do bar, dois seguranças da Teresa saíram do interior do descapotável e contornaram o carro chegando à porta de trás do veículo. Um dos seguranças abriu a porta e um outro estendeu a mão à Teresa que estava ao pé da porta. Teresa deu a mão ao segurança e saiu do descapotável, seguida pela Mimi e pela Mariana. Quando foi a vez dos rapazes saírem do carro, o Pedro olhou para a mão do segurança que estava estendida e o segurança, ao ver o olhar do Pedro e apercebendo-se que ele era um rapaz, tossiu falso e baixou a mão rapidamente. Fez um gesto com a outra mão pedindo-lhe que passasse. Pedro desviou o olhar que estava pousado no segurança e saiu do descapotável. De seguida, os outros dois rapazes também saíram. Os três rapazes deram a mão às raparigas e lá foram os seis para dentro do bar, deixando os seguranças para trás.
Quando entraram, ficaram espantados. Havia balões, panfletos, fitas e no pequeno palco estava colado um papel enorme, vermelho que dizia: “Hoje, há concerto! Os 3+3 vão actuar depois de terem acontecido alguns problemas. Apareçam, vai ser um grande concerto.”
– O que é que se passa aqui? – Perguntou, espantada, a Mariana.
– É o dia mais esperado por toda a gente, especialmente os fãs, os vossos fãs.
O representante tinha ouvido a pergunta da Mariana e apareceu de dentro do balcão. Os seis adolescentes estavam espantados.
– Como soube que nós iríamos cá? – Quis saber o Pedro.
– A mãe da Micaela disse-me o que se passou. – Respondeu ele.
– Então isto tudo quer dizer que vamos dar um concerto? – Perguntou, ainda espantada, a Mariana.
O homem fez um “sim” com a cabeça.
– E na próxima semana têm um concerto em Lisboa. – Continuou ele.
Os adolescentes ficaram mais espantados ainda.
– O quê? – Perguntou o Carlos sem conseguir acreditar – Isso quer dizer que temos de viajar até Lisboa para fazermos um concerto?
– Sim. – Respondeu o homem – Agora chega de perguntas e preparem-se para o concerto.
***
Passou-se meia hora, as pessoas já tinham entrado e estavam à espera da banda até que o barman anunciou:
– E agora, senhoras e senhores, chegou o momento de ouvirem o espectáculo dos 3+3.
Os rapazes foram os primeiros a aparecerem à frente das pessoas com os seus instrumentos. De seguida, apareceram as raparigas e juntos começaram a cantar, dançar e tocar. Antes de começarem a cantar, a Micaela engolia em seco e fechou os olhos por alguns segundos. Este era o seu sonho, tinha a certeza. Depois de umas músicas cantadas, foi a vez dos duetos que dois adolescentes pertencentes aos 3+3 fizeram. Quando foi a vez da Micaela e do Luís, a plateia ficou ao rubro. O Luís e a Micaela cantavam para um bar cheio de gente, mas com os olhos apenas um para o outro. Interpretaram a canção de forma carinhosa e, à medida que a música avançava para o final, todos perceberam que era uma canção para duas vozes que nasceram para cantar juntas.
Quando terminaram, houve um momento de silêncio. Depois, o bar irrompeu em aplausos. Até os outros membros da banda bateram palmas, embora pensassem que a Micaela e o Luís tinham-lhes tirado a popularidade. No meio de todos aqueles gritos e aplausos e arrebatada pela reacção do público, a Teresa apresentou o nome dos seus amigos. A Teresa fez sinal aos rapazes para tocarem e, em muito pouco tempo, os 3+3 tinham transformado o bar num pavilhão e num autêntico concerto. Cantavam sobre ser amigos, acreditar uns nos outros e serem muito sinceros. Quando a música acabou, todo o bar era uma grande festa. Quando o concerto acabou, a mãe da Mimi foi ter com a filha.
– Pensei que não te estavas a divertir aqui.
A Mimi sorriu, mas antes que pudesse responder, a mãe continuou:
– Afinal tens boa voz e afinal enganei-me.
A Mimi sorriu. Era incrível o que se estava a passar, era mais do que ela podia ter sonhado e estava a acontecer tão depressa.
– Obrigada por perceberes, mãe.
– Foi difícil, mas percebi. – Disse a mãe, a rir-se.
As duas sorriram uma para a outra. Mimi não tinha dúvidas, este foi o melhor verão de sempre.
Capitulo 35
A noite foi inesquecível e a Mimi não teve um único pesadelo. No dia seguinte, a diversão continuou quando o representante foi ter com eles ao hotel onde estavam hospedados e lhes disse que tinham de viajar para Lisboa, pois os fãs de Lisboa queriam que eles fizessem um concerto no pavilhão atlântico. Era dia 22 de Agosto e eles decidiram ir no dia seguinte de viagem para a capital.
Depois de terem conversado com o representante, foram para a piscina do hotel. Lá, entregaram-se a um alegre convívio com as pessoas que os reconheciam. Até cantaram e dançaram um pouco. A tarde continuou animada e à noite os 3+3 estavam na rua a olhar para as estrelas, a gozar o seu merecido triunfo.
– Que grande animação! – Exclamou o Carlos.
– Amanhã vamos embora para Lisboa. – Disse o Luís.
– Temos de dizer adeus ao Algarve. – Disse a Teresa.
A Micaela sorriu com ar sonhador.
– Parece que o nosso sonho tornou-se realidade.
A Mariana fez um sim com a cabeça.
– Durante umas férias conseguimos fazer uma banda. É incrível. – Lembrou ela.
Todos se riram. Depois houve um momento de silêncio até que o Pedro disse:
– Este foi o melhor verão de sempre.
Todos fizeram um sim com a cabeça. E lá foram eles pela rua fora contra tudo e todos. A noite não podia ter sido mais perfeita. Tinham uma nova etapa à sua frente e os 3+3 iam a caminho, o que quer que o futuro lhes reservasse.
Fim de À Busca de um Sonho I.
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