terça-feira, 7 de julho de 2020

Longas Palavras Perdidas (Parte 13)

Olá, Pessoal!
Deixo-vos o conto Longas Palavras Perdidas.

OBS: Fiquem atentos ao narrador e tentem entender o mistério o mais rápido que conseguirem.
Avisando ainda que apenas os excertos/trechos escolhidos das músicas foram a inspiração para aquela pequena parte do conto.


Longas Palavras Perdidas (Parte 13)

"Estou a libertar-me, não estás a ver?" - Letra da música.

Música:



No dia seguinte, o Rafael foi visitar a Joana na prisão. Ele parecia decidido. Ela sorriu ao perceber um novo olhar nos olhos do antigo namorado.
– Eu sabia que virias. – Começou ela por dizer.
– Era isso que tu querias, não era?
Ela não respondeu. Ele continuou.
– Tu sempre tentaste manipular-me. Agora percebo isso.
– Nunca te manipulei. Só tentei dar-te a minha opinião, Rafael. Tu devias pensar pela tua cabeça.
– Tu sempre tentaste deitar as culpas em outras pessoas para os teus erros.
Ela estendeu os braços.
– Eu estou aqui dentro, Rafael. Eu agarrei a culpa da morte da Mariana.
– Porque foste tu quem a matou.
Ela ficou parada, apenas a olhar para ele.
– Não foste? – Ele perguntou.
Ela continuou calada.
– Joana, tens de me contar a verdade.
Ela finalmente recomeçou a falar.
– Tens que começar a olhar por ti mesmo, Rafael. Tu tens a chave da verdade. Só tu.
Ele respirou fundo.
– Já sabes que o André está preso?
– Sim, sei.
Houve uma pequena pausa.
– Acho que tenho que pensar por mim mesmo. – Falou ele.
Ela afirmou com a cabeça.
– Fazes bem. Até porque tens que repor a verdade.


"É hora de uma pequena vingança" - Letra da música.

Música:



Ele ficou a olhar para ela, sério.
– Acabaste de dizer que não mataste a Mariana? – Ele falou como se fosse uma pergunta, mas nem ele tinha a certeza se tinha sido uma pergunta ou uma afirmação.
– Eu disse que agarrei a culpa da morte da Mariana.
– Então não a mataste.
Ela encolheu os ombros. Estava séria.
– Tu não gostavas da Mariana.
– Sim, isso era público.
– Tu tinhas todos os motivos.
– Sim, tinha.
– Então podias ter sido tu. Tu querias vingar-te dela.
– E eu vinguei-me. Com a morte dela.
– Pois.
Ele parecia sem saber o que pensar. Ela só queria que ele tivesse a melhor decisão.

"Lembro-me de cada flash" - Letra da música.

Música:



Rafael voltou para casa a pensar na conversa com a Joana. Se a rapariga levou as culpas pela morte da Mariana, isso significa que não foi ela quem a matou. Isso significa que alguém está livre. Isso significa que alguém saiu impune.
Enquanto tomava banho ficou a repensar em todos os momentos antes e após a ida de Mariana para o hospital. O João ficou preso, ela entrou numa depressão, ela namorou com ele, ela terminou com ele, o João manipulou-a, ela acabou por tentar suicidar-se, ela entrou em coma. O André continuou a fazer alguns assaltos. Ele tentou ver a Mariana no hospital e viu muitas vezes Joana a ir lá.
Bem... o André também lá esteve.
E o João. Mas o João não pode ser contabilizado.
No fim de contas era impossível pensar nele.


Espero que tenham gostado!
O mistério irá terminar na próxima parte. Será que entenderam tudo agora?

A próxima parte será postada em breve!

1 comentário:

  1. Oi, Diana! Boa noite.
    Não entendi nadinha! 🙈🙊😵😊 Com relação ao mistério, não o desvendei! Ele foi muito bem escondido! Eu pensei em várias coisas, mas não consegui chegar a uma conclusão, ainda mais depois da reviravolta que teve nas partes 10 e 11. A única coisa que eu consigo pensar é que o João, que eu pensei que era o mocinho da história, é culpado por tudo que aconteceu à Mariana. Só estou com medo do conto ter uma nova reviravolta, com o João e o Rafael das formas que eu pensei que eram no início. Espero que não, porque achei muito boa a desconstrução. Acho que é isso que o pessoal chama de desconstrução numa história, em um livro, não é? É uma técnica interessante de ser utilizada, penso eu. :) Desde que eu soube que existe, tento utilizar em algum texto meu.
    Vou esperar a parte 14 então.
    Bom final de semana!

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