Deixo-vos aqui o conto "Santa Catarina... Com H" que foi selecionado para a 20ª edição da Revista LiteraLivre.
Texto na página da revista |
Link para ler a revista : AQUI e AQUI.
Informações:
Título: Santa Catarina... Com H
Género: Comédia (Humor Negro).
Um sol grande, mas frio. Vi a Catharina vestida com um top e calções, que ela chamava de shorts com um sotaque lusitano (estaria tudo bem se não fosse o facto de Portugal não usar essa palavra). Nunca confies numa estudante portuguesa de treze anos. Para essas jovens, seja inverno ou verão está sempre calor. A nova geração portuguesa está perdida... ou então calorenta.
Chegámos à sala de aula, onde teríamos História, com ela a explicar-me que o nome dela era Catharina com h. Não sei por que demorei tanto tempo a perceber já que Portugal enfiava, por exemplo, a letra p no meio de palavras. O novo acordo ortográfico fez milagres!
A professora decidiu falar sobre a independência do Brasil. O inteligente da turma, conhecido por ser o único diabético, saiu-se com uma pergunta típica de um político que conseguiu terminar a faculdade via Internet.
– Professora, Santa Catarina é com h?
A professora, com um humor negro apurado, só respondeu que a pergunta era resultado das presenças nas aulas de português. Todos se riram, mas não a simpática Catharina.
A manhã de aulas acabou fazendo-me agradecer aos céus, pois durante todo o tempo estive a tentar salvar a doce Catharina das “garras” do nosso colega esperto. Convidei-a a ir comer um pastel de Belém, um doce típico português. Ela aceitou. O futuro político da turma ouviu e não resistiu em regressar aos comentários inteligentes.
– Cuidado, Catharina com h, aqui em Portugal os "gringos" engordam!
– Se fores para o Brasil, não comas muito brigadeiro. Cuidado com a diabetes! – Disse-lhe eu, perdendo a paciência.
A Catharina olhou para mim.
– Não fale isso! Coitado do garoto!
Eu olhei para ela por alguns segundos, chocada. Depois, volto a olhar para ele.
– Sabes uma coisa? – Esperei alguns segundos, antes de dar a "resposta fatal" – Santa Catarina é realmente com h.
Espero que tenham gostado!
"Queria escrever este texto para agradecer à Revista LiteraLivre. Agradecer por ser uma revista livre, fazendo jus ao nome. O tema é livre, as pessoas podem escrever sobre qualquer coisa. Agradecer por todas as pessoas de países de língua portuguesa poderem participar formando companheirismo e união. E por último agradecer por ser uma revista responsável. Não altera uma única palavra dos textos dos autores, deixando a responsabilidade nos seus criadores. Quem é meu leitor sabe que quando se trata de contos eu costumo escrever de três formas: Um policial ou um drama fazendo um plot twist surpreendente, em que a maioria dos leitores não estava à espera (tal como aconteceu com o drama Verdadeiramente... que foi selecionado para a 13ª edição da revista em que tudo indicava uma relação heterossexual e no fim a protagonista era apaixonada por uma mulher) ou faço uma crítica à sociedade usando um certo humor negro (tal como acontece com este conto Santa Catarina... Com H). As pessoas sabem que, quando sou eu a escrever, deixo uma certa ironia nas palavras e agradeço à revista por ter aceitado este conto em forma de crítica escrito por mim.
Tendo em conta que eu tenho a responsabilidade sobre o texto, deixem-me desculpar e fazer um curto resumo.
Santa Catarina... Com H é uma crítica que faço à sociedade xenófoba, utilizando políticos para descrever um vilão. A imagem de um político corrupto torna-se semelhante à de um xenófobo. A situação não é verídica, pelo menos a mim nunca me aconteceu, mas já passei por situações semelhantes. Tive colegas brasileiras em algumas turmas na escola e uma delas foi vitima de bullying, mas esta situação em concreto nunca ocorreu. O nome da protagonista é inspirado na minha amiga brasileira Catharina Bianchi, que conheci virtualmente em Outubro de 2010, e o nome dela foi usado como trocadilho, tendo em conta que em Portugal não existem muitas Catarinas com h. Não pedi autorização, mas, há muitos anos, ser a protagonista de um projeto ou conto meu foi um desejo dela e agora finalmente aconteceu. Aproveito para agradecer a amizade e desejo que ela goste do conto.
Aproveito também para pedir desculpa a todos os diabéticos que se poderão sentir ofendidos com este conto. Sei que tenho leitores diabéticos (que eu conheça são três) e dois deles, que são portugueses, já me disseram que não se sentiram ofendidos porque sabem como é que eu escrevo. Mas sei que muitas pessoas lerão a revista e, não sendo minhas leitoras, poderão ofender-se. Aproveito para dizer que usar a diabetes não foi para incluí-la na crítica, mas sim apenas para caracterizar o personagem e conseguir um plot twist, usando doces típicos do Brasil e de Portugal.
Espero que gostem do conto e agradeço à revista por ter deixado o meu humor "esquisito", dizem os meus leitores, e a minha essência. Com certeza participarei mais vezes em mais edições."
Queria deixar também este texto que fiz na minha página do Facebook:
Tendo em conta que eu tenho a responsabilidade sobre o texto, deixem-me desculpar e fazer um curto resumo.
Santa Catarina... Com H é uma crítica que faço à sociedade xenófoba, utilizando políticos para descrever um vilão. A imagem de um político corrupto torna-se semelhante à de um xenófobo. A situação não é verídica, pelo menos a mim nunca me aconteceu, mas já passei por situações semelhantes. Tive colegas brasileiras em algumas turmas na escola e uma delas foi vitima de bullying, mas esta situação em concreto nunca ocorreu. O nome da protagonista é inspirado na minha amiga brasileira Catharina Bianchi, que conheci virtualmente em Outubro de 2010, e o nome dela foi usado como trocadilho, tendo em conta que em Portugal não existem muitas Catarinas com h. Não pedi autorização, mas, há muitos anos, ser a protagonista de um projeto ou conto meu foi um desejo dela e agora finalmente aconteceu. Aproveito para agradecer a amizade e desejo que ela goste do conto.
Aproveito também para pedir desculpa a todos os diabéticos que se poderão sentir ofendidos com este conto. Sei que tenho leitores diabéticos (que eu conheça são três) e dois deles, que são portugueses, já me disseram que não se sentiram ofendidos porque sabem como é que eu escrevo. Mas sei que muitas pessoas lerão a revista e, não sendo minhas leitoras, poderão ofender-se. Aproveito para dizer que usar a diabetes não foi para incluí-la na crítica, mas sim apenas para caracterizar o personagem e conseguir um plot twist, usando doces típicos do Brasil e de Portugal.
Espero que gostem do conto e agradeço à revista por ter deixado o meu humor "esquisito", dizem os meus leitores, e a minha essência. Com certeza participarei mais vezes em mais edições."
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