Hoje decidi falar sobre o Coronavírus, que está a atacar todo o mundo.
No meu país, Portugal, temos duas mentalidades diferentes. Temos aqueles que vão à praia de forma despreocupada e leviana, e os restantes que passam horas nos supermercados a comprar tudo o que vêem como se o mundo fosse acabar. Claro, também existem as pessoas responsáveis, mas a cultura latina tem sempre destas coisas.
Decidi deixar aqui uma nota para toda a gente: Nada de pânico. Dá medo? Dá (pelo menos para alguns), mas temos de pensar com clareza.
Primeiro, não apareçam nos hospitais. Os sintomas podem ser muito leves, talvez uma simples constipação, mas ir ao hospital não irá ajudar em nada.
Segundo, se tiverem de ficar em casa, fiquem. Se tiverem possibilidade de trabalhar em casa, trabalhem. Não saiam de casa, não vão passear com os amigos, não apareçam nas praias, fiquem em casa.
Terceiro, tenham cuidado ao tossir, espirrar, lavem bem as mãos, evitem cumprimentos e não fiquem em locais fechados, ou com muita gente. Sejam responsáveis e não levem isto com despreocupação.
Quarto, quarentena e isolamento significa ficar em casa, não significa férias.
Quinto, estamos numa era de tecnologia. Querem socializar? Façam videochamada. Têm aquela pilha de livros para ler e nunca conseguiram? Chegou a hora de colocar a leitura em dia. Têm aquela série da Netflix que queriam ver e nunca tiveram tempo? Agora têm tempo. Passem tempo a fazer coisas de que gostam em casa.
Sexto, a máscara só é útil para quem já está a tossir e a espirrar, ou seja só protege o outro e não nós mesmos se não tivermos sintomas.
Sétimo, e esta é mais para os portugueses, não passem as tardes nos centros comerciais a comprarem tudo o que vêem pela frente. Nem rolos de papel higiénico existem nas prateleiras. Tenham bom senso. O mundo não vai acabar. O pânico não leva a nada.
Créditos: SNS |
Enfim... Depois de todas estas minhas palavras, deixo aqui um texto que vi na página de Facebook da atriz e apresentadora portuguesa Cláudia Vieira:
"Acredito que o Universo tem a sua maneira de equilibrar as coisas e as suas leis quando estão viradas do avesso. O momento que vivemos, cheio de anomalias e paradoxos, dá que pensar. Numa altura em que as alterações climáticas causadas por desastres ambientais chegaram a níveis preocupantes, primeiro a China e depois tantos outros países veem-se obrigados ao bloqueio. A Economia colapsa, mas a poluição diminui consideravelmente. O ar melhora; usam-se máscaras, mas respira-se.
Num momento histórico em que algumas ideologias e políticas discriminatórias, com fortes referências a um passado mesquinho, estão a reativar-se em todo o planeta, chega um vírus que nos faz perceber que, num instante, podemos ser nós os discriminados, os segregados, os bloqueados na fronteira, os portadores de doenças. Mesmo que não tenhamos culpa disso. Mesmo que sejamos brancos, ocidentais e viajemos em classe executiva.
Numa sociedade fundada na produtividade e no consumo, em que todos nós corremos 14 horas por dia na direção não se sabe muito bem de quê, sem sábados nem domingos, sem feriados no calendário, de repente chega o “parem”. Fechados, em casa, dias e dias. A fazer contas com o tempo do qual perdemos o valor. Será que ainda sabemos o que fazer dele?
Numa altura em que o acompanhamento do crescimento dos filhos é, por força das circunstâncias, confiado a outras figuras e instituições, o vírus fecha as escolas e obriga a encontrar outras soluções, a juntar a mãe e o pai com as crianças. Obriga a refazer família.
Numa dimensão em que as relações, a comunicação, as sociabilidades se processam principalmente no “não-espaço” do virtual, das redes sociais, dando-nos uma ilusão de proximidade, o vírus tolhe-nos a verdadeira proximidade, a real: que ninguém se toque, nada de beijos, nada de abraços, tudo à distância, na frieza do não contacto. Até que ponto dávamos por adquiridos estes gestos e o seu significado?
Numa altura em que pensar no próprio umbigo se tornou regra, o vírus envia uma mensagem clara: a única saída possível é através da reciprocidade"
Fonte - Cláudia Vieira Oficial.
Decidi partilhar o texto, porque, assim como para a atriz, concordo totalmente com o que é escrito.
Créditos: DGS |
Tendo em conta que vamos estar em isolamento, eu decidi trazer posts dando um menor espaço de tempo entre os mesmos, ou seja, eu decidi postar mais.
Na verdade, amanhã vocês terão um post em que serão direcionados a um outro blog e poderão passar alguns minutos a "navegar".
Na Segunda Feira espero trazer-vos uma história completa, totalmente reescrita. Irão passar algum tempo a ler em casa. Tinha ideia de só divulgar este post no mês de Maio, porém com a quarentena decidi adiantar.
Fiquem em casa, ou melhor, fiquemos em casa!
Cuidem-se!
Lendo essa sua nota ou lista fico um pouco mais tranquila.
ResponderEliminarObrigada por trazer a público essas informações. São muito importantes.
~Cartas da Gleize.