Aqui está o prólogo do segundo livro "Encontro com o Passado".
Capa do segundo livro |
O prólogo é um esclarecimento, uma advertência, ou algum facto que antecede a trama tratada. Vem primeiro que o primeiro capítulo do livro.
Eu precisei de escrever o prólogo para descrever um evento passado, ou seja, que aconteceu antes do tempo do livro.
Este prólogo é muito importante para se entender o final e essa foi a razão para eu o incluir.
Agora sim, já tudo explicado, vamos ao prólogo.
Excerto/trecho do prólogo do livro |
Prólogo
A turma do 11º ano estava a ter geografia naquele início de tarde. O professor detestava dar aulas depois do almoço, mas naquele dia era aula de teste. Teste surpresa. Os alunos não tinham estudado. Bem... nem todos. Dyenielle estudava todos os dias. Era uma aluna excepcional e a melhor da turma. Foi a primeira a terminar a prova e pediu ao professor para sair, já que era a última aula do dia. O professor negou, dizendo que queria falar com ela no final da aula. Os colegas foram terminando o teste e saindo, um por um, até ter ficado apenas ela sozinha na sala. Ela e o professor. O homem sentou-se numa cadeira perto dela.
– És uma óptima aluna, Dyenielle, para quem é metade brasileira.
– O meu pai é português. – Explicou.
O professor afirmou com a cabeça e fez uma pausa antes de prosseguir.
– Desejas ter nota máxima?
– Claro. – Ter nota 20 era o sonho desta aluna, mas sabia que era difícil para alguém que não era sobredotado. Para ela fazia diferença ter um 18 ou 20 no final do período. – Mas como?
– Anda comigo.
O professor levantou-se da cadeira e Dyenielle seguiu-o. O homem fechou a porta da sala e encaminhou-se para fora da escola com a aluna um pouco atrás de si.
– Vamos onde?
– Falamos melhor fora da escola.
Os dois aproximaram-se do carro do professor e ele conduziu-os até uma rua abaixo da escola.
– Aqui ninguém nos ouve. – Disse ele, ao parar o carro num parque de estacionamento – Sabes que dar 20 aos alunos é complicado.
Dyenielle lembrou-se de frases de um colega de turma para ela: “Eu sou aluno de vintes e a professora dá-me rebuçados nos intervalos. É presente. Sou o melhor da aula”.
– É como o meu colega. Ele tem boas notas a Educação Fisica. Recebe rebuçados, mas ele diz também que dá algo à professora e ninguém sabe o quê. Achei que fosse uma brincadeira dele.
– Não é. Eu dou-te também rebuçados e os vinte valores, mas precisas de me dar algo.
– Ok.
O professor abriu a sua maleta que continha os seus materiais para as aulas e tirou de lá uma venda.
– Tens de abrir a porta traseira do carro, entrar e pôr isto nos olhos. Se fizeres, dou-te os vinte valores e os rebuçados nos intervalos.
Dyenielle dispensava os rebuçados, mas fez o que o professor disse sem falar nada. Enquanto ela fazia tudo isto, o professor deslizou o seu banco do condutor o mais para a frente possível e saiu do lugar, abrindo a porta traseira do carro e sentando-se no lugar ao lado dela. Trazia um outro pano consigo e uma corda. Dyenielle pergunta algo no momento em que ata a venda atrás da sua cabeça.
– É para procurar algo no seu carro e não quer que eu veja?
Nesse momento, o professor levanta-lhe os braços, pega-lhe nos pulsos, ata-os a uma corda agarrada a um puxador que o carro tinha. Ela não ofereceu resistência, mas parecia surpreendida. Um pouco em choque. Perguntou:
– O que vai fazer?
Quando sente uma mão dele abrindo-lhe o botão das calças percebe, então, o que se passa. Vai ser violada. E agora não há nada a fazer. Ela não tinha por onde fugir. Procura libertar-se e puxa a corda, mas sem êxito.
– É assim que estás a pagar. Amanhã dou-te o rebuçado e a nota 20 no final do período. – Sussurrou ele.
Passam três horas quando tudo acaba. Ele desata a corda e tira-lhe as vendas. Dyenielle massaja os pulsos doridos em silêncio, com o corpo a tremer. Está suada, o rosto completo de lágrimas.
Três dias depois, Dyenielle morreu.
– És uma óptima aluna, Dyenielle, para quem é metade brasileira.
– O meu pai é português. – Explicou.
O professor afirmou com a cabeça e fez uma pausa antes de prosseguir.
– Desejas ter nota máxima?
– Claro. – Ter nota 20 era o sonho desta aluna, mas sabia que era difícil para alguém que não era sobredotado. Para ela fazia diferença ter um 18 ou 20 no final do período. – Mas como?
– Anda comigo.
O professor levantou-se da cadeira e Dyenielle seguiu-o. O homem fechou a porta da sala e encaminhou-se para fora da escola com a aluna um pouco atrás de si.
– Vamos onde?
– Falamos melhor fora da escola.
Os dois aproximaram-se do carro do professor e ele conduziu-os até uma rua abaixo da escola.
– Aqui ninguém nos ouve. – Disse ele, ao parar o carro num parque de estacionamento – Sabes que dar 20 aos alunos é complicado.
Dyenielle lembrou-se de frases de um colega de turma para ela: “Eu sou aluno de vintes e a professora dá-me rebuçados nos intervalos. É presente. Sou o melhor da aula”.
– É como o meu colega. Ele tem boas notas a Educação Fisica. Recebe rebuçados, mas ele diz também que dá algo à professora e ninguém sabe o quê. Achei que fosse uma brincadeira dele.
– Não é. Eu dou-te também rebuçados e os vinte valores, mas precisas de me dar algo.
– Ok.
O professor abriu a sua maleta que continha os seus materiais para as aulas e tirou de lá uma venda.
– Tens de abrir a porta traseira do carro, entrar e pôr isto nos olhos. Se fizeres, dou-te os vinte valores e os rebuçados nos intervalos.
Dyenielle dispensava os rebuçados, mas fez o que o professor disse sem falar nada. Enquanto ela fazia tudo isto, o professor deslizou o seu banco do condutor o mais para a frente possível e saiu do lugar, abrindo a porta traseira do carro e sentando-se no lugar ao lado dela. Trazia um outro pano consigo e uma corda. Dyenielle pergunta algo no momento em que ata a venda atrás da sua cabeça.
– É para procurar algo no seu carro e não quer que eu veja?
Nesse momento, o professor levanta-lhe os braços, pega-lhe nos pulsos, ata-os a uma corda agarrada a um puxador que o carro tinha. Ela não ofereceu resistência, mas parecia surpreendida. Um pouco em choque. Perguntou:
– O que vai fazer?
Quando sente uma mão dele abrindo-lhe o botão das calças percebe, então, o que se passa. Vai ser violada. E agora não há nada a fazer. Ela não tinha por onde fugir. Procura libertar-se e puxa a corda, mas sem êxito.
– É assim que estás a pagar. Amanhã dou-te o rebuçado e a nota 20 no final do período. – Sussurrou ele.
Passam três horas quando tudo acaba. Ele desata a corda e tira-lhe as vendas. Dyenielle massaja os pulsos doridos em silêncio, com o corpo a tremer. Está suada, o rosto completo de lágrimas.
Três dias depois, Dyenielle morreu.
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