17 de Maio de 2009 (12 Anos)

 Olá, Pessoal!

 Hoje, 17 de Maio, o blogue completa 12 anos de existência. E, para ser sincera, nunca imaginei que pudesse chegar a este número.

 Eu estive presente na época gold do Blogger, e após 2012/2013 as coisas começaram a mudar. Eu mantive-me, mesmo tendo, às vezes, alguns pensamentos mais negativos porque os comentários baixaram. Mas eu posso dizer que me mantive ativa até mesmo nos piores momentos do Blogger. Isso leva-me a pensar que sou uma lutadora, porque consegui me manter num lugar que passou por momentos ótimos, mas também por momentos péssimos.

 Não quero fazer aqui uma retrospectiva sobre como tudo começou, todos o sabem nos 12 anos que aqui estive, eu acho que eu sempre falei do passado, porque o Blogger era ótimo no passado, porém há coisas incríveis que ainda poderão acontecer no futuro e que estão a acontecer no presente.

 Foi neste ano de 2021 que consegui abrir uma revista literária lusófona. Mesmo que ela não consiga ter o sucesso imaginado, é algo que deixarei no meu currículo e que me vai fazer crescer.

 Ainda em Outubro de 2020 eu consegui tornar-me colaboradora da Revista Perpétua, onde conheci pessoas incríveis, super talentosas, que trabalhavam com as letras e com as artes. Não foram só escritores, foram também artistas.

 O Blogger esteve presente nos melhores e nos piores momentos da minha vida. Em 12 anos, ele sempre "viu" os meus fracassos e as minhas vitórias e os meus leitores puderam conhecer isso através dele.

 Viram o blogue a tornar-se mais conhecido após começar a postar "A Escola do Terror", viram ele perder seguidores enquanto postava "Uma Vida Eterna" em 2014, e percebeu-se que houve uma mudança no Blogger.

 2015 foi o primeiro pior ano para mim. Mesmo tendo lançado o meu primeiro livro, ou seja, me tornado autora publicada, tudo o resto estava muito em baixo. Diferente de apenas uma quebra de seguidores e leitores que eu passava no blogue, este ano foi mais do que isso. Eu descobri o pior do mundo literário, o pior do mundo editorial. Não vale a pena colocar as culpas nesse mundo, se a culpa é nossa, no entanto, às vezes, é necessário para podermos nos libertar. O mercado cheio de falsidade, artimanha, a bolha do erotismo e da fantasia que enche o site da Amazon e tudo o que é estante de livrarias e bibliotecas, os livros importados que os leitores decidiram enfiar, a desvalorização do autor que não escreve nem erotismo e nem fantasia. Enfim... descobri a parte triste de todo esse mundo editorial. É triste não ter reconhecimento por um trabalho tão árduo, tive o ano de 2015 inteiro a entender o lado cruel da realidade. Não se escreve um livro do dia para a noite, não se publica um livro pagando pouco ou nada e depois de se publicar, todos os dias da nossa vida são dedicados à divulgação ou o investimento foi feito para nada. Há dias em que, mesmo divulgando, sentimos que o nosso investimento não valeu de nada. Tenta-se a divulgação, criando artes, aborda-se blogues, mas ninguém parece interessado. Algumas pessoas que não têm dinheiro para comprar, em vez de divulgarem, nem sequer uma palavra de incentivo dão após o lançamento da obra. O livro importa, tem valor.

 Mas, quando cheguei a este momento em que o público não recebia a obra, questionei-me. Será que escrevia bem? Se escrevia mal, porque comentavam que a história estava boa? Haveria mentira nos comentários? E se a culpa não é do mercado, mas de mim, que sou um fracasso? Os medos em mim própria cresceram em 2015. Questionei-me, bastante na verdade.

 2016 foi mais um ano de trabalho e indecisões. Questionei-me também, mas foi o ano em que me resignei. A vida é assim mesmo, não é um jardim de flores todo bonitinho.

 2017 foi o ano de aprendizagem. Tive que crescer com o triste deste mundo editorial. Tive que crescer com tudo isto. Tive que aprender a caminhar pelos espinhos de rosas que me apareceram e apareciam à frente. Consegui lançar o segundo livro sabendo já com o que contava.

 2018 e 2019 foram anos mais calmos no blogue. Já tinha crescido mentalmente. 

 2020 foi um ano calmo, um ano em que escrevi, um ano em que consegui estar mais presente na Internet. Este foi o ano em que me tornei mais ativa no projeto Fábrica de Histórias e que me tornei colaboradora da Revista Perpétua. Este foi o ano em que me senti feliz por estar a realizar outros sonhos. Tendo em conta que como escritora as coisas não tinham começado bem, consegui me dar bem em outras áreas.

 Quanto a 2021? Não sei, vou a cinco meses e muita coisa já aconteceu. Não sei como vou terminar o ano, se bem, ou se péssima. Por enquanto, feliz e sobrevivendo ao mesmo tempo. Não é um ano semelhante a 2015, mas é um ano que pode ser semelhante a 2019, com lembranças de 2017. Mas espero que não seja isso, de todo.

 Também gostaria de deixar aqui alguns marcos que aconteceram com o blogue durante estes anos.

  - Comecei um blogue que no início era apenas comentado por colegas e amigos próximos. Os meus primeiros seguidores eram colegas meus;
 - A minha primeira seguidora (não conhecida) foi a Andressa, uma blogger/blogueira brasileira;
 - Recebi o primeiro selo no blogue pela Andressa e foi em 2010, ou seja um ano depois de ter sido criado;
 - A história Uma Vida de Sombra terminou no blogue e fui chamada de Agatha Christie Portuguesa (como se fosse...);
 - Muitos seguidores e leitores começaram a adicionar-me no Facebook;
 - Conheci a Cristiane, uma pessoa que me enviou um comentário emotivo. As minhas histórias faziam-na esquecer dos seus problemas;
 - Alguns escritores começaram a querer fazer parcerias comigo;
 - Criaram uma página no Facebook que mais tarde passei a ser eu a administrar;
 - Mais tarde soube que me tinham criado uma blog de fãs;
 - Lancei o primeiro livro;
 - Lancei o segundo livro;
 - Fiz parte do staff do projeto Fábrica de Histórias;
 - Fiz parte da lista de colaboradores da Revista Perpétua;
 - Criei a Revista Rabisca.

 E com esta retrospectiva me despeço, dando os parabéns ao blogue. São 12 anos, já é um pré-adolescente. Chocada como consegui manter um blogue por todos estes anos.

 Não sei por quanto tempo ainda me manterei, mas estarei a celebrar todos os anos em que ainda estiver aqui!