sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Um Feliz Triste Natal

Desafio de Dezembro.
Título: Um Feliz Triste Natal


Dezembro. O mês que devia ser de felicidade e solidariedade, mas que, para mim, é mais um mês igual aos outros: depressivo e pessimista. Para ser sincera até gosto do Natal. Gosto das árvores enfeitadas, gosto das luzes coloridas, gosto do cheiro natalício. Mas para uma adolescente que entrou na idade adulta há pouco tempo (ou então ainda nem entrou na idade adulta) o espírito do Natal já não significa nada. Sou a única em minha casa que gosta de ver a árvore e o presépio enfeitados. Todos os anos, a casa só é enfeitada duas semanas antes do Natal. É chato? Sim, mas já me habituei. Não ligo ao facto religioso que levou ao Natal, a parte do Menino Jesus e por aí fora... mas gosto do Natal, gosto desta época e é apenas isso. Só eu gosto.

A minha família também não ajuda ao facto de estar deprimida durante todo o ano e nem o mês de Dezembro escapa (se nem eu própria me ajudo, quem me ajudará?!). Sei que passei dos 18 anos e já entrei na fase adulta, mas continuo a ser “bombardeada” com as reclamações dos meus pais. Sei que estou desempregada, sei que nem terminei o 12º ano e sei que não sou a filha que eles queriam. Uma filha boa aluna, uma filha trabalhadora, uma filha cheia de qualidades onde eles pudessem fazer inveja aos colegas e amigos da idade deles. Sei que os meus pais estão desapontados comigo e não se sentem orgulhosos de mim. E o facto de mostrarem-me isso com palavras que me soam cruéis, só revela o quanto eles realmente não gostam da pessoa que sou (ou na pessoa que me tornei). Sinto-me pessimista? Talvez seja isso ou então é apenas realismo. A realidade é esta! Não sou uma pessoa de sorte e não me esforço o suficiente para conseguir conquistar os meus sonhos.

Esta situação revela-se mais com o Natal, com os presentes e a quase altura da passagem do ano. Na verdade, sei que a única pessoa que fica feliz todos os anos com o Natal é a minha mascote que sabe que leva sempre mais que um brinquedo. A caixa dos brinquedos dele está a pedir socorro porque parece já estar prestes a explodir com a quantidade de brinquedos que lá estão dentro. Se alguém vier a casa vai pensar que temos quatro ou cinco cães em vez de apenas um que, além disso é pequeno (mesmo tendo já sete anos), gordo e todo branco. Aliás, em casa é o único que não parece desapontado comigo e com o nada que eu fiz durante o ano. Não que isso me deixe mais animada, na verdade, penso que ele nem liga muito para mim. Dizem que os cães pressentem quando as pessoas estão tristes, pois o meu não pressente a minha tristeza. Talvez porque já é normal.

Como se não bastassem as palavras acerca da minha pouca atitude, ainda recebo umas “atenções” do meu pai que, ao casar-se aos 18 anos saiu de casa, e eu ainda continuo, com mais de 20 anos, a viver debaixo do mesmo teto que os meus pais. Enfim... Sei que não sou lá uma grande filha, mas isto já é dizer que me querem longe de casa, que me querem o mais independente possível... o que até acho normal.

Quanto à passagem do ano, há quem faça aquelas listas de coisas para fazer no próximo ano. Eu fazia, mas nunca concretizei nenhuma coisa da minha lista. Conclusão: deixei de o fazer. Este ano não o faço, porque sei que não o vou concretizar. Pessimismo? Nada disso, é a realidade! Eu sou assim!

E está descrito, finalmente, tudo o que faço (não faço) na vida e o porquê de não ter um Natal feliz, mesmo gostando desta época.

(Acho que vou rasgar esta folha do meu diário e queimar. Ou então arranco a folha do diário para os meus pais lerem quando eu quiser me suicidar ou assim... não que eu tenha coragem, de momento. Mas já faltou mais...)

Um feliz triste Natal para mim!

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