Capítulo 4
– Que bom que todos vieram! Tenho andada inspirada com o tema para este ano. O teatro também é isso! Ver o mundo com outras formas.
– Ver o mundo com outras formas?! Pensava que o teatro existia para nós esquecermo-nos do texto. – Sussurrou o Luís para o João, que estava ao seu lado. O João riu-se.
– A isso chama-se improviso, menino Luís. Queira tomar atenção à aula e deixe-se de gracinhas! – Repreendeu a professora.
O Luís desculpou-se. Ele pouco sabia de teatro. Apenas desempenhou um pequeno papel com duas simples falas antes de entrar no secundário. Mas achou por bem ter mais alguma coisa no seu currículo e decidiu ter aulas de teatro.
– Hoje decidi dar-vos um desafio. Imaginem-se com cem anos, digam tudo o que imaginaram para o vosso futuro. Quero que se juntem em pares e alternem no papel de jornalista. Aquele que estiver a fazer o papel do entrevistado tem que falar de tudo o que fez ao longo do seu século de vida, década a década.
O Ricardo trocou de lugar com o Luís, queria se sentar ao lado do melhor amigo. O Luís entendeu e afastou-se.
– Pois muito bem, senhor João, diga-me, o que fez nestes cem anos da sua vida?
– Bem, terminei a minha faculdade de psicologia aos vinte e quatro anos. Trabalhei muito a partir daí. Fui psicólogo numa escola. Depois tive em criminalidade…
Algum tempo depois era o Ricardo a ser entrevistado sobre a sua vida.
– Bem, fui modelo durante um tempo. Fui capa de muitas revistas…
A professora de teatro e de História aproximou-se deles. O Ricardo já não sabia mais o que falar.
– Parece que a tua imaginação centra-se apenas na moda, Ricardo. Não consegues pensar em mais nada que tenha a ver com isso? – Inquiriu a professora.
– Claro que sim, trabalhei numa revista.
– Sobre moda, imagino. – Continuou a professora.
– Ele aprendeu mandarim, professora! – Exclamou o João, ajudando o amigo – Lembras-te que querias aprender mandarim? – Perguntou ele ao amigo.
– Ah, sim…
O Ricardo não sabia que pedir aos pais para aprender mandarim aos doze anos fosse indicador de que isso faria parte do seu futuro.
– Já está melhor. – Comentou a professora, afastando-se deles. O João piscou o olho para o amigo. Já estavam safos!
Entretanto, mudou-se de exercício. A Luísa fechou os olhos e deixou-se cair de costas, para os braços da Carla. Não tinha medo pois confiava na Carla. Sabia que a melhor amiga a ia agarrar, tal como a Luísa tinha agarrado a Carla uns minutos atrás.
– Muito bem! – Exclamou a professora – Agora já dominam o exercício da confiança. Estão prontos para representar.
Os olhos da Luísa brilharam. Era a única contente. A representação era a sua vida!
A professora assustou o João, que gritou.
– Este é um grande exercício! Reacção. O João reagiu sem pensar.
“Ele reage sempre sem pensar.” – Pensou a Marta, revirando os olhos.
O professor tentou assustar a Luísa. A mesma nem se mexeu.
– Tenho uma irmã. Precisa de fazer mais que isso.
A Patrícia reagiu à frase da irmã.
– Muito bem. Vocês querem finalmente saber qual será o tema deste ano, certo? Imagino o quanto estão ansiosos. – Disse a professora.
A Luísa ouviu com atenção. O João respirou fundo. Desde que não fosse mais um romance como o Amor de Perdição do Camilo Castelo Branco que foi no ano passado, estava tudo bem.
– Vamos representar a grande peça de Shakespeare, Romeu e Julieta! – Anunciou ela.
O João parecia enjoado. Já a Luísa, contente.
“Desde que não seja o Romeu, está tudo bem” – Pensou o João.
A professora aproximou-se da Raquel.
– Quem quer que seja o seu par, menina Raquel?
– O quê? – A Raquel não estava a acreditar que a professora a tinha escolhido como Julieta.
– Seria muito bom se colocasse como Romeu o João. – Disse a Marta.
Ele olhou para a Marta, sério.
– Hum... boa escolha, menina Marta! O João irá ser o nosso Romeu.
A Luísa riu vendo a reacção do namorado. Se ninguém escolhesse o João, ele seguramente não seria escolhido por ninguém. No que tocava a representar, o João era muito mau. Apenas para comediante servia. A Luísa sabia que ninguém o ia escolher como par caso ele tivesse que ser o Romeu.
– Tudo bem, eu fico com o João! – Disse a Raquel, decidida.
– Muito bem. É algo ousado! Sobretudo, tendo em conta que vão ter que se beijar. – Informou a professora.
A Luísa ficou boquiaberta.
– Como assim? – Perguntou ela.
A Luísa sabia que Romeu e Julieta era um romance, mas nunca imaginou que isso pudesse levar a alguma situação drástica.
A Raquel estava chocada. Já a Luísa… reagiu com um ataque de gritos de um filme de terror! A professora riu.
– Eu sabia que iria ficar assim, menina Luísa!
A Raquel não se ria, estava parada. Chocada. A Luísa ficou chateada. Só o facto de pensar que o João iria beijar a Raquel, mesmo que para a personagem, tirava-lhe a vontade de rir para sempre.
Fim do Capítulo 4.
Falaste que não tem comédia?
ResponderEliminarTem.
Gostei.
ResponderEliminarImagino a cara da Luísa haha!
ResponderEliminarPosta logo.
Beijos.
gostei.
ResponderEliminarimaginei a cara da luisa.
Imagino a cara da Luísa a saber que o namorado vai ser o Romeu... com outra.
ResponderEliminarPosta logo.
Gostei.
ResponderEliminarEspero pela continuação.
ResponderEliminarGostei :)
ResponderEliminarBeijos.
Gostei. Continua :)
ResponderEliminarGostámos!
ResponderEliminarEspero pelo próximo capítulo!
ResponderEliminarBeijos :)
eheheh! a cara da Luísa!
ResponderEliminargostei.
ResponderEliminarSe eu fizesse esse exercício inicial também não sabia o que dizer.
ResponderEliminarfixe!
ResponderEliminaridentifico-me com o luís.
ResponderEliminarGostei :)
ResponderEliminarAcho que as atitudes das personagens chegam os leitores a identificarem-se com as mesmas. Acho que mesmo esse afastamento que causaste nesta segunda parte, as personagens e os leitores sentem-se próximos devido aos sentimentos de insegurança (ou não) que as personagens transmitem.
ResponderEliminarGostei muito do capítulo!
ResponderEliminarA Raquel vai fazer de Julieta!
A professora deu-me vontade de rir. Parece-me que fez de propósito.
ResponderEliminarcoitada da raquel!
ResponderEliminarIa falar o mesmo que o Nuno.
ResponderEliminarContinua! Estás bem!
A Raquel sai da música para ir para teatro, acho que vai conseguir!
ResponderEliminarPosta logo.
Beijos,
Juh :)
Olá diana. no outro capítulo não comentei por estar sem net e pc no algarve. ups! comento agora, não é? Adorei esta professora!!! Boa manobra, ou devo antes dizer, improvisação para "matar dois coelhos de uma cajadada só". Obteve reacção da rapariga e os actores principais da peça. Ahahaha Adorei este final de capítulo. Diria que foi mesmo o melhor que li até agora!!!
ResponderEliminarOla, bom li a escola de terror toda adorei esta perfeita, ja li as outras historias e estao perfeitas.
ResponderEliminarVou continuar a ler esta e outras que estao para vir...kkkkk
beijokas
Olá Diana!
ResponderEliminarVim só dizer que já acabou o tempo para votar nos FE Awards 2015.
Eu e a Marina estamos a contar os votos e em breve postaremos os resultados.
Boa sorte!
Beijos.