sábado, 29 de agosto de 2015

FE Awards 2015

Olá, Pessoal!
No mês de Julho eu estive nomeada para os FE Awards 2015, no entanto decidi não me pronunciar sobre isso para descobrir que leitores meus visitam o blog que criou a votação. Hoje, dia 29 de Agosto, foi o dia em que se descobriu os vencedores e acabei por vencer em três categorias.

Estava nomeada em quatro categorias:
- "Melhor Romance/Aventura" com a estória "Um Segredo Bem Guardado";
- "Melhor Drama" com a estória "Uma Vida Eterna";
- "Melhor Mistério" com a estória "Memórias Aterradoras";
- "Estória mais Criativa" com a estória "O Que Espero Encontrar".

Ganhei o segundo lugar na categoria de "Melhor Romance/Aventura":


Acabei por vencer na categoria de "Melhor Mistério":


E ganhei o primeiro lugar na categoria de "Estória mais criativa":


Devo dizer que fiquei feliz com estes resultados dos FE Awards 2015. Só perdi na categoria de “Melhor Drama” para a estória da Erii, “Blind Date”, e devo dizer que não me sinto triste por isso. Eu votei na Erii nesta e na anterior votação para “As Melhores de 2014”, onde acabei por perder também o primeiro lugar para a estória dela. Eu gosto imenso de “Blind Date” e acho o final da estória absolutamente fantástico! Merecia o primeiro lugar, claramente!

Obrigada pelos vossos votos! Sem a vossa ajuda não receberia estes prémios. Parabéns a todos os concorrentes. Já somos uns vencedores independentemente dos resultados. Parabéns para a Erii, que foi a maior vencedora deste FE Awards 2015! E dou os meus parabéns para a Maicla por ter recebido este prémio de 2º lugar de "Estória mais criativa". Sou leitora dela e esperava que ela ganhasse nesta votação. 
Obrigada a todos!

Beijos.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Capítulo 4

(Observação da autora no dia 06/10/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "História de uma Adolescente - Parte II". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).

Capítulo 4

No dia seguinte, de manhã, houve a primeira aula de teatro. Era a professora de História quem dava as aulas.
– Que bom que todos vieram! Tenho andada inspirada com o tema para este ano. O teatro também é isso! Ver o mundo com outras formas.
– Ver o mundo com outras formas?! Pensava que o teatro existia para nós esquecermo-nos do texto. – Sussurrou o Luís para o João, que estava ao seu lado. O João riu-se.
– A isso chama-se improviso, menino Luís. Queira tomar atenção à aula e deixe-se de gracinhas! – Repreendeu a professora.
O Luís desculpou-se. Ele pouco sabia de teatro. Apenas desempenhou um pequeno papel com duas simples falas antes de entrar no secundário. Mas achou por bem ter mais alguma coisa no seu currículo e decidiu ter aulas de teatro.
– Hoje decidi dar-vos um desafio. Imaginem-se com cem anos, digam tudo o que imaginaram para o vosso futuro. Quero que se juntem em pares e alternem no papel de jornalista. Aquele que estiver a fazer o papel do entrevistado tem que falar de tudo o que fez ao longo do seu século de vida, década a década.
O Ricardo trocou de lugar com o Luís, queria se sentar ao lado do melhor amigo. O Luís entendeu e afastou-se.
– Pois muito bem, senhor João, diga-me, o que fez nestes cem anos da sua vida?
– Bem, terminei a minha faculdade de psicologia aos vinte e quatro anos. Trabalhei muito a partir daí. Fui psicólogo numa escola. Depois tive em criminalidade…
Algum tempo depois era o Ricardo a ser entrevistado sobre a sua vida.
– Bem, fui modelo durante um tempo. Fui capa de muitas revistas…
A professora de teatro e de História aproximou-se deles. O Ricardo já não sabia mais o que falar.
– Parece que a tua imaginação centra-se apenas na moda, Ricardo. Não consegues pensar em mais nada que tenha a ver com isso? – Inquiriu a professora.
– Claro que sim, trabalhei numa revista.
– Sobre moda, imagino. – Continuou a professora.
– Ele aprendeu mandarim, professora! – Exclamou o João, ajudando o amigo – Lembras-te que querias aprender mandarim? – Perguntou ele ao amigo.
– Ah, sim…
O Ricardo não sabia que pedir aos pais para aprender mandarim aos doze anos fosse indicador de que isso faria parte do seu futuro.
– Já está melhor. – Comentou a professora, afastando-se deles. O João piscou o olho para o amigo. Já estavam safos!
Entretanto, mudou-se de exercício. A Luísa fechou os olhos e deixou-se cair de costas, para os braços da Carla. Não tinha medo pois confiava na Carla. Sabia que a melhor amiga a ia agarrar, tal como a Luísa tinha agarrado a Carla uns minutos atrás.
– Muito bem! – Exclamou a professora – Agora já dominam o exercício da confiança. Estão prontos para representar.
Os olhos da Luísa brilharam. Era a única contente. A representação era a sua vida!
A professora assustou o João, que gritou.
– Este é um grande exercício! Reacção. O João reagiu sem pensar.
“Ele reage sempre sem pensar.” – Pensou a Marta, revirando os olhos.
O professor tentou assustar a Luísa. A mesma nem se mexeu.
– Tenho uma irmã. Precisa de fazer mais que isso.
A Patrícia reagiu à frase da irmã.
– Muito bem. Vocês querem finalmente saber qual será o tema deste ano, certo? Imagino o quanto estão ansiosos. – Disse a professora.
A Luísa ouviu com atenção. O João respirou fundo. Desde que não fosse mais um romance como o Amor de Perdição do Camilo Castelo Branco que foi no ano passado, estava tudo bem.
– Vamos representar a grande peça de Shakespeare, Romeu e Julieta! – Anunciou ela.
O João parecia enjoado. Já a Luísa, contente.
“Desde que não seja o Romeu, está tudo bem” – Pensou o João.
A professora aproximou-se da Raquel.
– Quem quer que seja o seu par, menina Raquel?
– O quê? – A Raquel não estava a acreditar que a professora a tinha escolhido como Julieta.
– Seria muito bom se colocasse como Romeu o João. – Disse a Marta.
Ele olhou para a Marta, sério.
– Hum... boa escolha, menina Marta! O João irá ser o nosso Romeu.
A Luísa riu vendo a reacção do namorado. Se ninguém escolhesse o João, ele seguramente não seria escolhido por ninguém. No que tocava a representar, o João era muito mau. Apenas para comediante servia. A Luísa sabia que ninguém o ia escolher como par caso ele tivesse que ser o Romeu.
– Tudo bem, eu fico com o João! – Disse a Raquel, decidida.
– Muito bem. É algo ousado! Sobretudo, tendo em conta que vão ter que se beijar. – Informou a professora.
A Luísa ficou boquiaberta.
– Como assim? – Perguntou ela.
A Luísa sabia que Romeu e Julieta era um romance, mas nunca imaginou que isso pudesse levar a alguma situação drástica.
A Raquel estava chocada. Já a Luísa… reagiu com um ataque de gritos de um filme de terror! A professora riu.
– Eu sabia que iria ficar assim, menina Luísa!
A Raquel não se ria, estava parada. Chocada. A Luísa ficou chateada. Só o facto de pensar que o João iria beijar a Raquel, mesmo que para a personagem, tirava-lhe a vontade de rir para sempre.


Fim do Capítulo 4.

sábado, 15 de agosto de 2015

Capítulo 3

(Observação da autora no dia 06/10/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "História de uma Adolescente - Parte II". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).

Capítulo 3

Naquela tarde, depois do fim das aulas, alguns alunos juntaram-se na sala própria para a aula de preparação para os exames. Não pareciam felizes, pelo contrário, aborrecidos, alguns irritados e ainda, pouco entusiasmados. Talvez alguns até tristes por não estarem em casa ou a fazer algo mais divertido.
De pé diante da turma, a Raquel observou os alunos presentes na sua primeira aula de preparação para os exames e ficou assustada. Tinha pedido ajuda a alguns alunos, bons alunos como ela, e todos eles mostravam-se preocupados. Pairava na sala um ambiente de ansiedade, preocupação e frustração.
– Muito bem! – Começou ela, tentando parecer animada – Ainda bem que está tanta gente! Agradeço a todos por terem vindo!
Até mesmo nos ouvidos dela, aquelas palavras soavam falsas. Todos olharam para ela. A Raquel começou a sentir um calor subir pelo seu corpo. Aquilo era pior do que subir a um palco e cantar diante de um público com mais de cem pessoas. E ela já tinha feito isso mais que uma vez. Quando cantava e tocava piano ao lado dos seus colegas da antiga banda. Até que reparou no João sentado na última fila da sala. Ele fez-lhe um sorriso como um sinal de incentivo.

“O que é que ele está aqui a fazer? Ele detesta estudar! Pelo menos há uma cara querida por aqui que me apoie. Vou precisar do bom sentido de humor dele!” – Pensou a Raquel.

– Ora bem, que tal se começássemos a ver quantas pessoas aqui estão? Vai ser importante para eu ter um papel com isso. Vocês tencionam ficar aqui em todas as aulas, ou não?! – A Raquel fez uma pergunta retórica – E se cada um contasse porque é que decidiu se inscrever nestas aulas de preparação para os exames?
Ela passou um caderno para a aluna que estava sentada numa das primeiras mesas. A aluna escreveu o seu nome e passou para a pessoa da mesa de trás. Essa mesma aluna da primeira mesa respondeu à pergunta de Raquel.
– Inscrevi-me nas aulas de preparação porque os meus pais mandaram. Eles não tinham muito dinheiro para me pagar um explicador a sério. Tive de vir para aqui contra a vontade!
- Muito bem... Obrigada pela confissão. – A Raquel estava a esmorecer. A sala parecia um velório – Mais alguém?
Nesse momento, a irmã gémea da Luísa, a Patrícia, entra dentro da sala.
– Desculpa, Raquel. Eu posso entrar?
A Raquel assentiu com a cabeça. Finalmente mais alguém conhecido. A Patrícia sentou-se ao lado do João.
– E quanto à tua pergunta, que eu cheguei a ouvir ao vir a correr para cá, estou aqui porque preciso de alguma vantagem! Já tenho montes de livros sobre os exames, já fiz exames na Internet. Preciso urgentemente de conseguir a nota mais alta!
– A nota mais alta? – Inquiriu a Raquel.
– Sim, o meu objectivo é a nota máxima. Preciso de um 20. E é por isso que aqui estou!
O João olhou chocado para a irmã da namorada.
– É só um exame, Patrícia.
– É só um exame? – Ela parecia chocada com a resposta dele – Os exames de admissão são muito importantes para o nosso futuro. Eu pretendo seguir arqueologia, seu estúpido! Estes exames são a primeira coisa importante na nossa vida futura. Só um exame! – Repetiu ela abanando a cabeça.
– Bem, talvez isso seja um bocadinho exagerado. – Disse a Raquel – Mas vou tentar ajudar todos!
O João revirou os olhos e era para continuar, mas, nesse momento, alguém aparece na porta. Todos olharam. Era a Marta e ao lado dela estava a Luísa.
– Estou no sítio certo? – A Marta parecia desnorteada. Viu a Raquel e sorriu – Estou sim. Olá amiga!
A Luísa fez um ar incrédulo.
– Esta sala transborda um ambiente triste! Sim, estamos no sítio certo.
– Já cá faltavam mais estas duas! – Disse a Patrícia – Para vossa informação, estamos aqui para trabalhar! Se andam à procura de um ambiente melhor, vão passear!
– Adorava maninha, mas não posso. – Respondeu a Luísa, sentando-se na mesa ao lado da dela e do namorado. A Marta sentou-se ao lado da Luísa.
– Fomos obrigadas a ter explicações – Explicou a Marta – Eu tenho como padrasto o director da escola, por isso até se percebe.
– Não quero que ninguém venha para aqui contrariado! – Impôs-se finalmente a Raquel. Alguns alunos até se assustaram com a reacção dela.
– Nesse caso, ninguém vai conseguir aquilo que quer! Ter boas notas e ajudar os outros. – Disse a Luísa.
– O que é que tu estás aqui a fazer?! – Atacou a irmã – Tu pertences aos palcos. Vai para lá e deixa-me estudar!
– Não sei se sabes, mas eu tentei dizer à nossa mãe que seria uma actriz graças ao meu talento, não graças à minha universidade. – A Patrícia bufou perante a resposta da irmã.
Algum tempo depois, tinham-se dividido em grupos e estavam a fazer exercícios. Assim que tinha terminado de dividir, a Marta vai ter com ela.
– Vou precisar muito da tua ajuda! – Disse ela – Preciso de me rodear das melhores pessoas para conseguir alguma resposta positiva. Tu és a melhor naquilo que fazes... tal como eu. Portanto, já que tenho de aqui estar, acho que mereço ter a melhor explicadora do meu lado.
– Pois, tal como no teatro – Falou a Luísa – Uma actriz brilhante precisa sempre do melhor elenco e da melhor equipa técnica para poder estar sempre o melhor possível.
– Pois. Eu irei ajudar-te a ti e à Luísa, Marta. E à Patrícia e ao João. Mas primeiro, vamos tentar ver como todos nós trabalhamos em conjunto. – Respondeu a Raquel.
– Isso é uma perda de tempo! – Interrompeu a Patrícia.
A Raquel ia para responder, mas alguém aparece na porta. Era o director da escola, o padrasto da Marta, o professor Diogo.
– Boa tarde, alunos! Estou muito contente por vos ver aqui, a prepararem-se para os vossos exames de admissão. Vão ser momentos difíceis.
A Marta olhou séria para o padrasto. Ele estava a encorajar?!
– Tenho confiança em vocês! – Exclamou ele, saindo da sala.
Com estas palavras do director, todos ficaram mais preocupados. O director da escola não era realmente um bom encorajador. Percebia-se realmente.
– Não se preocupem. – Apressou-se a Raquel, a dizer – Vamos nos preparar para não se preocuparem no dia do exame.


Fim do Capítulo 3.

domingo, 2 de agosto de 2015

Capítulo 2

(Observação da autora no dia 06/10/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "História de uma Adolescente - Parte II". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).

Capítulo 2

O dia tinha chegado ao fim. A Carla chegou a casa sozinha e depressa começou a ensaiar para o grande concurso de música adolescente. O pai foi ter com ela.
– Estás a trabalhar? – Perguntou.
– É... Estou nervosa. Não sei se estarei a fazer bem ou o que vai acontecer.
– Pelo menos tentaste. É o que importa.
O pai sorriu e se afastou da filha. O pai e a empregada da Luísa estavam a viver os dois na casa onde António vivia com a filha. Carla estava feliz por ter uma mulher perto dela após a morte da mãe.
Ela estava sentada ao piano, na sala. Tocou algumas notas e cantou os versos de abertura da canção. Acabou por ser interrompida por Luísa e Patrícia, a sua melhor amiga e a irmã gémea da mesma tinham ido rever a Amélia. Carla respirou fundo e tentou voltar à sua canção. Cantou mais uns versos, tentando ignorar os gritos da Luísa… foi em vão. Os gritos interromperam-na mais uma vez.
– Vocês podem falar um pouco mais baixo? Estou a tentar ensaiar para o concurso de música adolescente.
– Não te preocupes, a música não me está a incomodar. – Disse a Luísa, não dando muita atenção à amiga.
– Luísa, estás a incomodar-me!
Luísa deu-se finalmente conta.
– Desculpa, miúda.
– Vamos falar lá dentro. – Disse a Amélia afastando-se com o pai de Carla e a Patrícia. Luísa aproximou-se da amiga. Reparou que ela não estava muito bem.
– O que se passa, Carla?
– Estou numa aflição! Não sei se isto estará bem.
– Claro que vai estar. És a Carla!
– Espero que tenhas razão.
– Anda, vamos ter com a minha irmã. Tu tens que descansar um pouco.
A Carla levantou-se do piano e acompanhou a amiga.

No dia seguinte de manhã, a Marta, o Ricardo, a Carla e o João estavam no supermercado.
– Experimenta este chapéu, Ricardo. – Disse a Marta, estendendo-lhe um chapéu de cor preto. O Ricardo pô-lo na cabeça. – Pareces o Charlie Chaplin.
– De certeza que não é algo que quero seguir para o meu futuro. – Disse ele, tirando o chapéu e colocando-o no sítio.
– Bem, pelo menos ele era um actor. – Disse a Carla ao namorado.
– Esse gajo sabe bem o que vai vestir! – Exclamou o João.
Divertida, a Carla voltou-se para o amigo.
– Tu sabes o que o Ricardo vai levar vestido?
– Não. – Respondeu ele, enquanto se colocava a olhar para um cesto com bijutaria – E, mesmo que soubesse, não te podia dizer. A minha boca é um túmulo!
– Já falta pouco para ficarmos a saber – Rematou a Marta. Com um grito, travou a Carla – Podes-me explicar o que é que estás a fazer com esse vestido horroroso?!
A Carla tinha pegado num vestido branco e o colocava à sua frente. Era um vestido que chegava até ao joelho e um pouco “mal apresentado”.
– Nem sei – Confessou ela – Tenho andado a pensar vestir-me de cantora de ópera. Não te parece adequado?
– Não! Acho que consegues arranjar melhor. E já agora, cantora de ópera? É isso que pretendes ser no futuro? Ainda se fosse pop. Rende mais. – Disse a Marta num tom de voz firme – Continua a procurar! – E, enquanto a Carla tornava a pôr o vestido no lugar, a Marta pegou nuns calções curtos e num casaco – Estas peças aqui, pelo contrário, têm bastantes potencialidades!
O João abriu os olhos como que espantado.
– Estás doida?! Isso parece aquela roupa que a minha mãe usa quando está em casa.
– Nem mais! Na moda estando em casa! – Disse ela.
O Ricardo, a Carla e o João ficaram a olhar uns para os outros, confusos.
– Marta… – Começou o Ricardo – Não foste tu que disseste que querias uma roupa que fosse bonita? Não te chateies comigo, mas isso para mim parece-me uma roupa pouco aconselhável.
– Só precisa de algumas alterações, Ricardo – Respondeu ela, segurando as duas peças de roupa à sua frente para as analisar com melhor pormenor – Eu posso fazer estas duas peças de roupa renascerem das cinzas. Não são más de todo! – Sorriu para os amigos – Não adivinham de que é que eu vou vestida?
O João abanou a cabeça.
– Não faço a menor ideia. Fátima Lopes?
– Nada disso. – Respondeu ela com um ar emproado.
– Fátima Lopes? A apresentadora? – Perguntou o Ricardo.
– Não, a estilista. – Respondeu o amigo.
– Bem, se não é ela… não sei. Não conheço mais nenhuma estilista. – Continuou o Ricardo.
– Carolina Herrera? – Inquiriu a Carla.
– Boa tentativa. – Disse a Marta, a rir-se – Mas pensem numa pessoa ainda melhor. A estilista das estilistas!
Carolina Herrera era uma estilista muito bem sucedida, mas acho que parecia uma ambição um tanto limitada para alguém como a Marta. Os sonhos dela eram sempre enormes.
– Desistimos – Disse o João – Conta!
– Está bem. Vou vestida como… – Fez uma pausa teatral – A grande estilista, a maior, a mais perfeita das perfeitas, Coco Chanel!
Assim que ouviram dizer aquilo, os amigos riram-se. Era tão óbvio! Como não se lembraram?!
– Já devia ter adivinhado que a tua ídolo seria sempre a Coco Chanel. – Disse a Carla.
– Tu vais com roupa da Coco Chanel? – Inquiriu o João.
– Claro que não. Eu tenho lá dinheiro para isso! Vou tentar parecer semelhante à minha diva!
Algum tempo depois, a Marta já tinha encontrado os sapatos de salto alto para completar o seu conjunto. O João estava com um casaco de smoking vestido e fazia poses em frente a um espelho.
– O que acham? – Perguntou ele aos amigos.
– Agora a sério, João, que tipo de profissão é que achas que gostavas de ter? Quer dizer, é giro fazer de conta, mas a vestimenta não devia ser baseado naquilo que realmente estás a pensar fazer na vida? – Perguntou a Carla.
– Bom, e até é… – Disse ele, olhando de novo para o espelho.
– A sério?! – Exclamou a Marta. Percebeu que talvez não devesse ter feito um ar tão espantado, mas já era tarde para se corrigir – Queres seguir psicologia?
Ele encolheu os ombros.
– Bem sei que não tenho talento para isso. Não tenho grandes notas e pela minha personalidade acho que não vou conseguir. Mas sempre tive um certo gosto de ajudar as pessoas, mesmo tendo as atitudes de criança que tenho, mesmo não parecendo tão adulto assim.
– Tu vais conseguir, João. Olha para mim, segue o meu exemplo. Antes era uma rapariga idiota que só queria saber de magoar as pessoas para se sentir bem consigo mesma. A minha mãe casou pela segunda vez com o director da escola. Mudei. Vinguei-me no desenho. Agora pretendo ser uma grande estilista. Eu sei que tu vais conseguir ser um psicólogo. Um bom psicólogo. – Disse a Marta, colocando-lhe a mão no ombro.
O João agradeceu-lhe. Depois olhou para o amigo Ricardo.
– E tu? Ainda não nos contaste o que é que vais levar vestido.
– Esse vai nu. – Disse a Marta, a rir da sua própria piada.
– Nu? Porque iria? – Inquiriu ele.
– Tu não queres ser modelo? Existem modelos que fazem nu integral.
A Carla riu-se.
– Eu não preciso disso. Nem preciso de escolher nada. Há muito tempo que sei o que quero ser.
– E é o quê? – Perguntou a Carla.
– Ser modelo, depois quando não puder, talvez vá para uma faculdade de música. Vou aprender a tocar piano.
Os amigos olharam-se.
– Bom, acho que não vou conseguir aqui nada. – Disse a Carla, suspirando. Durante os minutos que esteve ali, tinha tirado montes de roupa, mas a Marta rejeitara-os a todos de uma maneira firme.
– Tive uma ideia! – Exclamou o João – Em vez de ires de cantora de ópera porque não de Lady Gaga?
A Carla e a Marta olharam uma para a outra.
– É uma festa, João! A ideia é ela ir gira, não com ar de cantora doida! Com todo o respeito à Lady Gaga, mas ela é muito extravagante! – Disse a Marta.
– Qual é o problema? Um fato de carne seria fantástico!
– Obrigada pela sugestão, João, mas acho que dispenso. – Falou a Carla, a sorrir.
Sabia que ele estava só a brincar com ela, mas a brincadeira tinha-a deixado receosa. Ia ser a pessoa mais mal vestida da festa! Mas, seria assim tão difícil ir vestida de cantora? Seja ela de que género for?
O Ricardo percebeu que a Carla estava preocupada e falou para ela.
– Vais ficar lindamente, vistas o que vestires. – Disse ele, baixinho.
A Carla sorriu parecendo reconfortada com as palavras do namorado. Devia de arranjar alguma roupa com certeza!


Fim do Capítulo 2.