sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Capítulo 14

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).


Capítulo 14

O fim-de-semana passou. Segunda-feira chegou e a Vânia ainda não tinha aparecido. Estavam todos preocupados. De noite, a hora do jantar estava a chegar. A Estela estava sentada já com o jantar à sua frente. O Fábio foi ter com ela. Segurava dois copos de água, um em cada mão. Entregou-lhe um dos copos e depois disse:
– Esqueceste-te disto.
Ela verificou. Na verdade tinha-se esquecido do copo de água. Não disse nada a ele, limitou-se a dar um gole à água. Ela estava a cometer um erro, ela e a Fabiana, ao deixarem o Fábio fazer aquilo mas... ele tinha qualquer coisa que o distinguia do resto dos desportistas burros do colégio. Talvez tivesse sido a maneira como a salvou no refeitório no outro dia. Ou talvez seja só o aspecto dele quando apareceu no refeitório e teve a gentileza de lhe dar o copo com água que ela esqueceu. Enfim... a Fabiana não parava. Estava a agir pela primeira vez na vida como uma boa amiga. Uma boa amiga para a Estela. Olhava para ela, contava piadas e tentava enfiar notas de 10 euros no bolso das calças do Fábio para ele sair com a Estela algum dia. Enfim... a ex namorada dele a fazer isso era, no mínimo, estranho. Coisa que, francamente, lhe fez decidir que gosta mais da Fabiana quando ela não se tornava muito simpática, extremamente simpática. Ainda assim, ela sabia que estava a cometer um erro por não mandar o Fábio imediatamente embora. Aquilo não era trabalho para amadores.
– Então – Começou o Fábio, enquanto estavam sentados numa das mesas do refeitório sem tocar no jantar em silêncio, o que se tornava desconfortável – Como é que as coisas vão acontecer, já agora?
– Quando a Melissa chegar e eles se sentarem um ao lado do outro nós actuamos. – Informou a Fabiana – É simples e fácil.
– Está bem.
À Estela ocorreu-lhe pela primeira vez que o Fábio pode estar no refeitório com ela por razões diferentes e não por querer libertar a namorada do irmão (ou a ex namorada) do feitiço de um idiota. Só que... será possível uma coisa dessas? Isto é, ele é o Fábio e ela era a nova aluna. É certo que ele gosta dela, mas não gosta dela. Não podia. Não pode. Provavelmente ela só terá mais 20 minutos de vida. A não ser que qualquer coisa altere radicalmente aquilo que tinha quase a certeza que iria acontecer.
Corou.
– Talvez seja melhor manteres a Melissa ocupada – Recomendou a Estela para o Fábio, esperando que ele não reparasse nas suas bochechas vermelhas – enquanto tratamos do Duarte. Não queremos que ela se atravesse à nossa frente só para o tentar salvar.
– Foi por isso que o Nelson veio. – Observou o Fábio, olhando para o irmão que estava a olhar para o seu prato com um olhar triste. Tal como todos os outros amigos, ele só estava à espera que a Melissa e o seu acompanhante idiota chegassem.
– Mesmo assim – Insistiu a Estela – Não quero que estejas perto de mim quando... tu sabes.
– Eu ouvi-te nos primeiros 10 milhões de vezes que me disseste isso. – Murmura o Fábio – Eu decorei o que disseste. Foste extremamente clara.
Não conseguiu evitar estremecer. Ele não se estava a divertir. Via-se bem. Bem, e depois? Ele pediu para que ela não fugisse e ela não podia dizer que não agora.
– Eu não consigo ficar aqui, Raul, eu vou ter com a Zélia. – Disse a Camila, dando um beijo ao namorado.
– Dizem que a Zélia anda com o miúdo solitário da turma. – Disse a Fabiana.
– E andam de verdade, mas eu vou tentar ficar a sós com a minha melhor amiga e colega de quarto. – Disse ela, saindo.
– Fiquem descansados, ela não vai contar nada. – Tranquilizou o Raul.
A Estela colocou a mão na testa.
– Esqueci-me de uma coisa no meu quarto.
– Eu vou contigo. – Disse o Fábio.
– Posso ir com vocês? Preciso de saber se a Vânia está no colégio trancada em algum sítio. – Disse o Nelson.
Eles saíram do refeitório. O Fábio e a Estela entraram no quarto dela e o Nelson seguiu pelo corredor. Ela estava demasiado aturdida para ter dito ao Fábio que não podia ir com ela. Mas, à medida que o choque inicial ia passando, descobriu que não queria impedi-lo. Sentia-se atordoada quando se apercebia de que gostava da sensação de estar ao lado do Fábio. Sentia-se bem. Sentia-se segura. Sentia-se quente. Não se sentia a nova aluna. Apenas ela. A Estela. Era uma sensação à qual se podia habituar.
– Estela. – Disse o Fábio, devagar.
Ela olhou-o sonhadora. Não acreditava que nunca reparou em como ele era atraente, ou talvez tenha reparado, mas nunca ficou realmente registado, porque um tipo como ele iria alguma vez ver uma rapariga como ela? Nunca, nem mesmo um milhão de anos, ela imaginaria que chegaria perto do Fábio. E ele só podia sentir pena dela. Mas ainda assim.
– Hum. – Murmurou, sorrindo para ele.
– Eu – O Fábio, por alguma razão, parecia desconfortável – estava a pensar se, tu sabes, quando isto tiver acabado tudo e tiveres tirado a fama ao Duarte, e a Vânia e o Nelson estiverem novamente juntos, se gostarias de, hum...
O que estava a acontecer? Estará ele prestes a convidá-la para sair? Como um encontro a sério? Não, não estava a acontecer. Era um sonho, ou algo do género. Num minuto ia acordar e ia tudo desaparecer. Porque como é que uma coisa destas é sequer possível? Não conseguia respirar com a certeza absoluta de que ia destruir qualquer que seja o feitiço sob o qual ambos estavam se o fizer...
– Sim, Fábio?
– Bom – Ele era incapaz de manter o contacto visual por mais tempo – se gostarias de, tu sabes, talvez andarmos...
Enquanto eles estavam a falar, o Nelson tinha encontrado a Vânia. Ela estava fechada dentro da cave do colégio. Quando o Fábio disse aquilo à Estela, uma pessoa com voz familiar tinha aparecido no quarto dela.
– Com licença. Mas posso falar com a Estela?
A Estela fecha os olhos, irritada. Não acreditava no que estava a acontecer. Num momento tão importante da vida dela, alguém teve de interromper. Mas, para ela, tinha acabado.
– Olha – Reagiu, virando-se para encarar o Duarte – Como te atreves a aparecer assim sorrateiramente...
A voz dela apaga-se. Ele estava a tentar seduzi-la. A tentar? Ele estava a conseguir. É verdade que não era o Fábio. Mas olhava para ela de uma maneira que deixava bem claro que estava a querer algo. Ela, quando dá por si, o Duarte já estava a levá-la para fora do corredor de mão dada com ela. Chegou ao refeitório, com ela ainda de mão dada.
– Estou tão contente por finalmente termos oportunidade de nos conhecermos. – Disse-lhe o Duarte a fazer uma voz que parecia acariciar-lhe. Tinha deixado todos para trás: O Fábio, o Raul, o Nelson, a Melissa estava a olhar com olhos de ciumenta, a Fabiana, que olhava boquiaberta, a Camila e a Zélia e até o amigo do Duarte, o Tomás.
– Vês? – Continua o Duarte, enquanto se sentava com ela numa mesa do refeitório – Não sou assim tão aterrador, pois não? Na verdade, sou exactamente como tu, simpático.
Ela já estava embalada. Ele era um idiota. Ela não podia estar ali, mas era um perigo doce. De repente, sente a sua camisola molhar.
– Ai – Gritou e virou-se. Foi o Fábio que lhe tinha mandado um copo com água à blusa.
– Desculpa – Intervém o Fábio – Falhei.
Um grito recuperou os sentidos da Estela.
– Esse Duarte é um idiota. Brincou com todas as raparigas deste colégio. – Era a Vânia.
A directora olhou para ela, assustada, mas não disse nada, apenas ouvia a conversa dos alunos.
– Ele meteu-se em inúmeras confusões, por pouco não foi preso. – Disse a Fabiana, séria.
– Foi assim que teve fama. Uma cara bonita, desportista e já está. – Disse o Raul.
A directora interrompeu, dizendo simplesmente:
– Duarte, no meu gabinete agora. – Numa voz calma.
O Duarte mandou um olhar cortante para o Fábio e para a Vânia e saiu. A Estela respirou fundo.


Fim do Capítulo 14.

22 comentários:

  1. ficou fixe.
    o Duarte vai ser expulso?

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  2. tá lindo.
    posta logo.

    Beijos,
    Natasha Alyosha.

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  3. O Duarte vai ser expulso?Por favor,que seja!

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  4. Gostei muito!
    Espero que o Duarte se vá embora do colégio a não ser que seja ele o culpado das mensagens.

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  5. Queria que o Duarte morresse mas como não vai morrer,quero que saia do colégio.
    Posta logo.

    Beijos,
    Juh :)

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  6. Quero mais capítulos!Quero mais capítulos!

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  7. Ele vai agora embora ou vai ser só suspenso?

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  8. fixe!quero ver o que vai ser da melissa depois desta confusão com o duarte.

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  9. Estou curioso para o que vai acontecer ao Duarte.

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  10. O Duarte vai morrer!Ninguém fica vivo.

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  11. o que acontecerá a ele?quero saber!

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  12. finalmente a vânia regressou!o que se passou com ela?foi o duarte que a colocou lá?
    estamos curiosas!

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  13. É curiosos como fizeste as personagens interagirem nesse capítulo.O comportamento da Estela face à presença do Fábio,o mistério presente no capítulo graças ao desaparecimento da Vânia e agora o final do Duarte.
    Continua!

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  14. tá giro!
    estou muito curiosa para o que vai acontecer com o duarte.
    outro capitulo depressa.

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  15. Esse Duarte tem que ser expulso. Ele não merece ficar lá. Beijinhos!

    galerafashion.blogspot.com.br

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  16. Adorei o capítulo.
    Pelo que vi nos outros comentarios percebo que não é só eu que quer que o Duarte seja expulso, vamos ver o que você fará...
    Achei o momento Estela e Fábio muito fofo *--*

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  17. Gostei muito! :)

    http://historiaimperfeita.blogspot.com.br/

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