sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Capítulo 12

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).


Capítulo 12

Elas encaminharam-se para uma sala de aula com ele atrás. Entraram dentro da sala e fecharam a porta. Estavam fechados numa sala. Se a directora os visse levavam um castigo. Não que isso fosse importante, pois o Fábio já lhes tinha dito que não se ia embora enquanto não soubesse a história toda. O problema é que, naquele momento, ele já não sabia o que pensar. Por um lado, sentia-se aliviado por o Duarte não levar a Estela, mas, por outro, ele podia ser capaz de fazer isso à força, bastava querer.
– Sabias que os alunos têm os seus processos? – Perguntou a Fabiana para o Fábio.
Ele afirmou com a cabeça. Tantas perguntas! Tantas perguntas e tão poucas respostas. Como a nova que acabava de lhe ocorrer: Como é que ia conseguir que a Estela olhasse para ele, da mesma maneira que a Vânia estava a olhar para aquele tipo, o Duarte?
– O Duarte é filho de um pai polícia. – Disse a Fabiana.
– Isso já toda a gente sabia. – Respondeu o Fábio.
– Mas o que não sabes é que ele meteu-se em muitas confusões, por pouco não foi parar à cadeia.
– Mas ele é menor.
A Estela abanou a cabeça.
– Ele já tem 18 anos. Chumbou por causa da quantidade de confusões em que se meteu.
– Os pais, para castigo, meteram-no neste colégio por ser um bom colégio e educar bem os alunos. –Continuou a Fabiana.
– Mas que confusões?
– Uma delas foi ter traído o melhor amigo dele. Ele dormiu com a namorada do melhor amigo. – Disse a Fabiana.
– A rapariga não fez nada?
– Claro que não. Ela era a mais popular do colégio deles. O Duarte apareceu na escola e tornou-se no mais popular, deixando o melhor amigo para trás, além de que ela preocupava-se mais por continuar a ser popular do que com o namorado. – Disse a Fabiana.
O Fábio estava espantado.
– A Vânia...
– Sim, a Vânia é a mais popular deste colégio e ele deve ter pensado que ela era como todas as outras miúdas populares. Ela apaixonou-se por ele, infelizmente.
– Mas tu também és popular. Ele podia ter tentado algo contigo.
– Sim, mas eu desde o principio que dizia que odiava rapazes como ele, e é verdade.
– Porque é que o Duarte não levou a Estela quando a viu? Eu não causo medo.
Isto era uma das coisas que andava a incomodar-lhe.
– Porque ele deve ter descoberto algo. Talvez também por estar lá a Vânia e não ver a sua presença. –Respondeu a Estela.
O Fábio estremeceu. Não conseguia evitar.
– Não vos preocupa que, com a Vânia a ter estes pensamentos de o Duarte ser o melhor, possa a pôr em perigo?
A Fabiana afirmou com a cabeça.
– A Vânia pode ter um ar de durona, mas é sensível.
Houve silêncio.
– Então – A Fabiana olha para o Fábio – Acreditas em nós agora?
– Acredito. – Afirmou. Na verdade não conseguia acreditar no que elas diziam, embora saber que elas não podiam estar a mentir.
– Óptimo. – Disse a Fabiana – Talvez seja melhor não contares isto a ninguém. Agora, se não se importam, podiam ir para a cama.
E saiu da sala, fechando a porta de seguida. A Estela sorriu para ele.
– Obrigada por me teres salvo do Duarte.
– De nada. Quando quiseres, estou aqui.
O rosto dela transformou-se em preocupação.
– Fábio, – Começou ela. E havia qualquer coisa no modo como os seus lábios formavam o seu nome que o fazia sentir-se um tanto ou quanto louco... como se quisesse abraçá-la – Agradeço. Agradeço mesmo. Mas é demasiado perigoso.
– Eu não quero saber se é perigoso.
– Fábio, – Ela abanou a cabeça – Não compreendes. Não te posso deixar que arrisques a tua vida dessa maneira. Para mim é diferente, pois eu e a Fabiana sabemos a verdade, mas tu não compreendes.
O Fábio fez parar a Estela.
– Diz-me só que não vais fugir de mim.
Ela fixou os seus olhos nos olhos dele.
– O quê?
– Desculpa, – Disse – mas não vais fugir de mim, agora que sei a verdade.
Ele deve ter tido um aspecto aterrador, pois ela só disse:
– Está bem. Mas vais sofrer.
Ela teve a última palavra o que, para ele, era óptimo. Ela podia ter a última palavra. Agora ela não iria fugir dele.


Fim do Capítulo 12.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Capítulo 11

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).


Capítulo 11

A Vânia não acreditava no que estava a acontecer! Quer dizer, ela estava no refeitório a falar com o Nelson. O seu ex e namorado da inimiga dela. Que, aparentemente, a Melissa estava a ignorar.
– Agora a sério, Vânia. – Nelson observou-a com os seus olhos castanhos. Era engraçado que, até aquele dia, nunca se tinha apercebido de como ele era atraente. Não era o Duarte, mas ia-se arranjando bastante bem, com bom físico e também popular.
– Qual é o problema? – Perguntou ele – Sei porque não gosto do Duarte. Ele roubou a minha namorada, mas e tu?
– É pessoal. E nós já acabámos a nossa relação. Foste tu que começaste o namoro com a Melissa. – Respondeu-lhe.
Por um lado, ela estava agradecida por o Nelson a ter salvado. Mesmo que ele não o saiba. O Duarte tê-la-ia batido, talvez. A não ser que conseguisse brincar com ela primeiro. Coisa que, conhecendo o pai que ele tem, ainda iria presa.
– Tu conheces este rapaz nem há um dia, Vânia.
– Ele é perfeito!
A conversa dos dois tinha piorado. Nesta altura, eles já estavam a discutir no corredor. Ele tinha de engolir com força para não deixar que o vómito subisse pela garganta.
– Ninguém é perfeito.
O Fábio e a Estela, que estavam a conversar, ouviram a discussão. Quando o irmão respondeu aquilo, ao Fábio viu-se cortada a oportunidade de dizer o mesmo.
– O Duarte – Começou a Vânia a delirar, com os olhos a brilhar – É tão lindo, e inteligente, e maduro, e amoroso.
Agora é que aconteceu. O Fábio tinha ouvido mais do que era capaz de aguentar.
– Vânia! – Gritou – Cala-me essa boca. O Nelson tem razão. Nem sequer conheces o tipo. Porque, se o conhecesses, nunca dirias que é amoroso.
– Mas é – Insiste a Vânia, zangada – Tu nem sequer o conheces.
Dois segundos mais tarde viu-se a Fabiana a agarrar a Vânia pelos ombros e a sacudi-la com força. Ela era alta e magrinha, mas podia com a amiga. Ela queria meter-lhe alguma inteligência na cabeça, nem que fosse à força.
– Ele contou-te, não foi? Pensas que eu gosto dele. Mas ele não presta.
– Eh lá – O Raul estava a tentar despregar as mãos da Fabiana dos ombros da Vânia – Ei, vá lá. Vamos acalmarmo-nos.
A Vânia libertou-se com um puxão. Estava com uma expressão de triunfo.
– Sim – Grita ela, com uma voz triunfante – Ele contou-me e avisou-me sobre pessoas como tu, Fabiana. Pessoas que não compreendem, não sabem como ele é. Ele pode ser um idiota...
– Oh meu Deus! – A Fabiana estava em pulgas para lhe dar um estalo. A única razão para não o fazer foi o Raul ter-lhe prendido o braço, quase como se tivesse lido os seus pensamentos – Vânia, tu sabias? E, mesmo assim, estás com ele?
– Claro que sim. Ao contrário de ti, Fabiana, tenho uma mentalidade aberta. Não tenho preconceitos em relação a pessoas como ele, como tu tens.
– Mentalidade aberta? Preconceitos? Pessoas como ele?
Se não fosse o Raul estar a controlá-la e a murmurar: “Ei, vai com calma”, atirava-se a ela e tentava enfiar-lhe um pouco de senso comum naquela cabeça oca. Ainda diziam que as louras são as burras. A Fabiana era loura e era mais esperta que a Vânia, morena.
– Por acaso, ele disse-te qual era a vida dele? Ele goza com todas. Tu és a única que não percebe.
– Sim, eu sei, mas ele mudou.
– Oh, Vânia! – Nem acreditava no que estava a ouvir. Bem, quer dizer, acreditava, tendo em consideração que se tratava da Vânia. Ainda assim, pensava que nem mesmo ela seria tão ingénua ao ponto de cair numa destas – Isso é o que todos eles dizem. Há séculos que contam essa história às mulheres. “Tu és a única”. É só treta.
– Esperem aí – A mão do Raul deixou de agarrar o braço da Fabiana. Infelizmente, agora que ela estava livre para o fazer, já não tinha vontade de bater na Vânia. Tinha nojo – O que se passa aqui? Isso é verdade?
– Sim, o Duarte é verdadeiramente assim. E nem queiras saber o que descobri mais, juntamente com a Estela, acerca dele. – Disse a Fabiana.
O Raul olhou para a Fabiana sem acreditar, enquanto, ao seu lado, o Fábio assobiava.
– Eu sabia que aquele tipo tinha qualquer coisa que não me agradava.
– Parem com isso! – Grita a Vânia – Todos vocês! Ouçam o que estão a dizer. Fazem ideia da idiotice com que soam? Sim, o Duarte goza com todas, excepto comigo, mas isso não vos dá o direito de gozar connosco. Eu não matei ninguém, só estou com ele.
– Oh, meu Deus. – Suspirou a Fabiana – Isso é só mais uma história das dele, Vânia. Não percebes? Todos eles dizem isso. E ele não gosta de ti.
– Eu gosto de ti – Declarou o Nelson, com a voz a tremer na palavra eu – E tu trocaste-me por um idiota?
– Vocês não compreendem. Nós os dois amamo-nos e quando for o nosso primeiro encontro vou levar um vestido lindo e...
– Acho que vou vomitar. – Avisou o Nelson, sussurrando no ouvido do irmão, Fábio.
– Não vais, não. – Cortou a Fabiana – Vais levar a Vânia para o quarto dela. Quando ela adormecer eu irei para a cama também. O resto, tudo para os dormitórios, antes que a directora nos veja.
Todos foram embora. O Nelson pegou na Vânia pelo braço e começou a levá-la embora. O Fábio ficou na mesma. Não se mexeu. Nem a Estela.
– Precisas de alguma coisa de mim, Fábio?
A Estela olhou para o Fábio.
– Eu vou já para a cama. – Disse a Estela, mas o Fábio pegou-lhe pelo braço.
– Fica aqui. Preciso de falar com vocês as duas. Podem começar pelo princípio. Quero saber tudo. O que descobriram? Porque se o que me estão a contar é verdade, se não fosse eu, a esta hora a Estela estava com o Duarte e a trair a Vânia. Por isso, comecem a falar.


Fim do Capítulo 11.

sábado, 5 de outubro de 2013

Capítulo 10

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).

Capítulo 10

Um dia passou, a directora falou com a turma e disse que iam entrar mais dois rapazes. Chamavam-se Tomás e Duarte. Eles eram de Lisboa. Os rapazes chegaram à escola e partilharam o mesmo quarto. Eram amigos. Um novo ano estava a começar para estes dois rapazes.
A primeira aula começou e o Duarte pediu à Vânia para lhe mostrar a escola. A Vânia mostrou-se prestável e acompanhou-o. A Fabiana comentou algo com a Camila e com a Zélia.
– O que acham daquele rapaz?
– Um pouco convencido. – Respondeu a Camila.
– Parecem ter cara de mafiosos. O Duarte e o Tomás. – Disse a Zélia.
As outras duas concordaram.
– Meninas, por não gostarem deles não quer dizer que sejam mafiosos. – Disse o Raul, indo para perto delas, com os irmãos, a Melissa e a Estela.
– Esse tal de Duarte faz-se acompanhar pela minha melhor amiga. – Disse a Fabiana, cruzando os braços.
– A Vânia? – Perguntou o Nelson.
– Sim, a Vânia.
– Eles devem ser uns meninos ricos mimados. – Disse a Estela.
A Fabiana olhou para a Estela.
– Parece que concordamos em alguma coisa.
As duas olharam-se com desprezo.

***

Umas horas passaram e a Fabiana foi falar com a melhor amiga.
– Vânia, o que se passa contigo? Estás bem?
– Claro, o Duarte ajudou-me imenso. Estamos a conhecermo-nos.
– A conhecerem-se?
– Sim, estamos a pensar em namorar.
– O Duarte?
– Sim.
Foi então que ela compreendeu. Compreendeu mesmo.
– Vânia, olha bem para mim. – Pediu a Fabiana.
A Vânia subiu o olhar para a amiga (a Fabiana era muito alta). Percebeu logo tudo. O seu olhar, a expressão do rosto. Com o desgosto que teve com o Nelson, a Vânia queria outra pessoa que a fizesse feliz. Mas o Duarte? Aquele idiota com cara de “sou o melhor” e já com todas as raparigas do colégio apaixonadas por ele logo no primeiro dia? Ela não podia acreditar. Ele tinha apanhado a melhor amiga dela. Bem... o que é que ela podia fazer? Ficar quieta e deixá-lo levá-la? Não! Não haveria segunda vez para ser tarde demais. Teria que actuar já, ou as consequências seriam terríveis.
Nesse momento, o Duarte apareceu no mesmo corredor que elas. Bem... ele até que era giro, mas não prestava, pensava a Fabiana. Passados uns segundos, o Duarte tinha percebido o olhar da Fabiana e estava a virar-se na direcção das raparigas.
“É agora ou nunca. Está na hora de mostrar quem manda. Adeus, Duarte. A tua fama está prestes a acabar.” – Pensou a loura.
– Bom dia, meninas! – Exclamou ele, com uma cara de sonso.
Por momentos, a mente da Fabiana deixou de funcionar. Ele era mesmo giro, tinha de admitir, mas não podia dar o braço a torcer, pois tinha que ajudar a Vânia.
– Bom dia, Duarte. – Saudou a Vânia.
– Bom dia, idiota. – Disse a Fabiana, séria.
Ele olhou para ela. Parecia admirado.
– O que se passa contigo? Estás contra mim?
– Cara de anjo, alma de terrorista, tens uma bela combinação. – Brincou ela.
– Pára, Fabiana. Queres ir ao bar, Duarte?
– Claro, anda.
Ele deu-lhe a mão e caminharam para fora do corredor. A Fabiana seguia-lhes com o olhar. “Tenho de fazer alguma coisa”. Caminhou no sentido contrário onde a melhor amiga e o idiota tinham saído e viu o Fábio com os irmãos e as duas inimigas. Decidiu ir ter com eles.
– Já viram esse Duarte?
– Aqueles rapazes são muito estranhos. – Disse a Melissa.
– Pelo que sei o Duarte é filho de um pai polícia. – Disse o Nelson.
– Coitado do pai dele. Não deve querer pôr o filho na cadeia. – Comentou a Fabiana.
– Mas ele não é assassino. – Disse a Estela.
– Não sabemos. – Disse a Melissa.
O Nelson olhou para a Melissa.
– Também tu? Ele é só um idiota que decidiu mudar este colégio.
– Anda a enganar a minha melhor amiga. – Disse a Fabiana.
– A Vânia sabe o que faz.
– Acredita em mim, Nelson, ela não sabe.
– Aquele tipo deve ser só sarilhos. – Disse o Raul.
O Nelson respirou fundo. Não havia maneira de o Raul ter a certeza disso. Basicamente, o Duarte tinha aparecido do nada só naquele dia. Eles nem sequer o conheciam. Como é que ele podia saber alguma coisa sobre o rapaz? Qualquer coisa que fosse? Mas quando o Nelson disse isso, a Fabiana ripostou:
– Tu já olhaste bem para ele?
O Nelson tinha de admitir, eles tinham razão. Quer dizer, o tipo tem o ar de quem acabou de sair de uma prisão de luxo ou algo do género. Não se pode confiar num tipo assim tão, enfim, perigosamente charmoso para o sexo feminino.
– Vamos segui-lo. – Disse a Fabiana.
– Estás louca?! – Disse o Nelson.
Ainda que fosse estranho, não se sentia bem a seguir outras pessoas de um lado para o outro. Não é bonito. Mesmo que, tal como os amigos disseram, seja só para se certificarem de que a Vânia não se meteria em confusões. Sabia que a Vânia era a sua miúda, agora ex-miúda, graças ao Duarte (e também pela Melissa). E, bem, ela também nunca foi flor que se cheirasse. Mas ir atrás dela juntamente com o gajo que ela engatou? Parecia simplesmente um desperdício de tempo.
– Vamos desmascarar aquele idiota. – Disse a Fabiana.
Todos concordaram, excepto o Nelson.
Sujar a camisa do Duarte sem querer? A directora iria acabar por descobrir. Mas o Nelson também pensou que raio de outra coisa ele iria fazer numa sexta-feira à noite? Mas enfim... ele acabou por dizer aos amigos que concordava com o plano.
– Eu só queria saber uma coisa. – Disse ele para os amigos.
– Saber o quê? – Perguntou o Raul.
– O que é que este Duarte tem que mais nenhum rapaz tenha?
Os amigos olharam uns para os outros. A Fabiana sorriu.
– Comparando contigo acho que só a altura. Ele é mais alto que a maioria dos rapazes deste colégio.
– Claro que não é comparando com ele. O Nelson namora comigo, não com a tua melhor amiga. – Disse a Melissa.
O Raul travou a conversa delas, antes que fosse tarde demais.
– Bem, esse Duarte tornou-se popular. – Disse o Fábio.
A resposta à pergunta do Nelson era bastante óbvia, para qualquer pessoa que olhe para o Duarte, o que é que ele tem que o Nelson não tenha. O Nelson tem um aspecto decente e tudo, mas não é um anjo caído do céu. O Nelson estava a sofrer com aquilo. E todos os amigos podiam compreender o porquê. A Vânia decepcionou-lhe muito, enquanto ainda namoravam. A Vânia era aquela miúda que qualquer rapaz quereria namorar, mas não era uma boa rapariga. Tinha aquele ar de Bad Girl que significava um grande perigo, em algumas situações. O Nelson gostava dela, mas a relação entre eles piorava dia após dia até definitivamente acabar.

***

Enfim, sexta-feira chegou e ao jantar, o Nelson entornou a sua bebida na camisa do Duarte. A Fabiana só ria, vendo que a ideia dela estava a funcionar. O Nelson até achou engraçado ver aquelas manchas na camisa do rapaz. Tudo estava a correr maravilhosamente, até à reacção dele. Foi tudo o que menos se esperava. A directora chegou e ia dar um castigo ao grupo, mas o Duarte salvou-os dizendo que tinha sido sem querer e foi trocar de camisa. A Fabiana não queria acreditar. A Vânia, destroçada, foi ter com a amiga e pediu-lhe explicações. A Melissa mandou um copo com água à camisola da Vânia e ela foi trocar de camisola. O Nelson abanou a cabeça, reprovando o gesto da namorada.
– O que foi? Ela estava a querer fazer-me alguma coisa, eu fui mais rápida. – Disse ela.
O Duarte apareceu de novo no refeitório e caminhou para perto do amigo, Tomás. Olhou, com olhos arregalados, para a Estela. Parecia que só agora lhe estava a prestar atenção. O Fábio notou o olhar do rapaz.
“Há qualquer coisa na maneira como ele está a olhar para ela que me faz... bom, só sei que não é para ali que quero que aquele tipo olhe.” – Pensou ele.
– Anormal. – Murmurou. Principalmente para o Duarte, mas também um pouco para si próprio. Depois pegou num copo com água e encaminhou-se para perto dos dois rapazes. Nesse momento, o Duarte olhou para o Fábio. O Fábio tinha chamado a sua atenção. Ao olhar para ele, Fábio recebeu um olhar flamejante.
“Vá lá. É isso mesmo. Anda lá, Duarte. Queres lutar? Tenho muito mais do que copos com água.” – Pensou ele.
O que não é exactamente verdade, pois o Duarte deitava abaixo o Fábio uma única vez, sem precisar de muito esforço. Mas acaba por não interessar nada, porque, de qualquer maneira, o Duarte não vai à luta. Em vez disso, desaparece. Não quer dizer que se vire calmamente e se vá embora do refeitório. Quer dizer que, num minuto está naquele sítio de pé, no outro está... bem, não está. Durante um segundo, ele tinha desaparecido do refeitório a correr e a Vânia estava sozinha.
– Toma. – Disse o Fábio, dando o copo com água ao irmão Nelson.
– Que raio...? Tu apareceste e ele fugiu. Para onde é que ele foi? – Perguntou o Nelson ao Fábio.
– Traz a Vânia e anda comigo ao corredor. – Disse o Fábio, indo embora do refeitório.
O Nelson olhou para os amigos com um olhar inquisidor. A Melissa olha para o Nelson. Ele não disse nada, apenas foi ter com a Vânia, seguido pelo olhar perigoso da Melissa. Quando a alcançou, esta respirava fundo.
– Ei! – Chamou-a, suavemente. Não a queria assustar, mas acabou por o fazer. Ela praticamente deu um salto e fitou-o com os seus olhos castanhos grandes e assustados.
– Ei, calma. – Tranquilizou-a – Ele já se foi. Não está por perto.
– Foi-se? – Os olhos dela descreviam o terror e o medo – Como... porquê? O quê?
– Desapareceu, simplesmente – Encolheu os ombros – Ele não é boa pessoa, também estava a criar outra vitima. A Estela. Eu simplesmente alinhei na conversa deles e estive certo.
– Tu o quê?
O terror desapareceu rapidamente no rosto dela, como o Duarte. Mas, ao contrário do Duarte, qualquer coisa tomou o seu lugar: A raiva. A Vânia estava irritada, furiosa.
– Oh meu Deus, Nelson! – Explodiu – Perdeste a cabeça? Fazes sequer a mais pequena ideia do que aquele tipo é?
– Sim. – Respondeu. A verdade é que a Vânia ficava gira quando se zangava. O Nelson nem acreditava que nunca tinha dado por isso. Bem, ele nunca a tinha visto furiosa. Era o novo namorado da Vânia. Aquele tipo não valia nada.
– O que estás aqui a fazer? – Perguntou ela, num tom de voz suavemente atordoado.
– Aparentemente, o mesmo que tu. – Replicou ele.
– A Fabiana gosta do Duarte. – Disse ela.
Então o problema era esse. O Duarte era adorado por todas, até pela rapariga que dizia odiá-lo. Ele tinha de admitir, sentia-se um bocado esquisito quando se apercebia disso. Ele estava com a Melissa, mas gostava da Vânia e a Vânia gostava e namorava com o Duarte. Estava um pouco desiludido. Ele pensava que uma rapariga como a Vânia teria mais bom gosto, em vez de andar com um tipo como o Duarte. O que só ia provar que era verdade aquilo que os irmãos lhe estavam a dizer, principalmente o Fábio.


Leitores que são do Brasil:
- Tipo/Gajo/Rapaz = Garoto;
- A expressão: "Flor que se cheirasse" = A Vânia não era boa rapariga/garota).

Fim do Capítulo 10.

Selo

Olá, Pessoal!
Passaram-me um selo. Foram a Sílvia e a Estela que me passaram. Obrigada. Aqui está ele.


Regras:
Repassar o selo para 6 blogs;
Responder as perguntas abaixo.

01. Qual a história da sua URL?
É o meu nome.

02. O que mais gosta de fazer nas horas vagas?
Ouvir música, escrever...

03. Animal preferido?
Não tenho preferência.

04. Cite algumas músicas que goste.
Eminem - Berzerk
Jason Derulo & 2 Chainz - Talk Dirty
Eminem - Cinderella

05. Comida preferida?
Não tenho preferência.

06. Cite algumas esquisitices suas:
- Nunca coloco anéis na mão esquerda, a não ser que me case.
- Gosto de filmes de terror, mas sou muito crítica.

Repassando para:
Reviver Stories

Quem quiser comente no post.