sábado, 24 de agosto de 2013

Capítulo 1

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).

Capítulo 1

A Melissa era uma rapariga feliz, vivia com os pais numa quinta no Alentejo. Ia à escola e tinha boas notas mas os pais decidiram levá-la para Lisboa... e para um colégio interno. Num dia, depois da escola, a Melissa recebeu a notícia pelo pai.
– Tu vais para um colégio interno.
– Como assim?
– Nós vamos para Lisboa e tu para um colégio interno. Está decidido!
– Eu odeio-te. – Disse ela, indo para o quarto.

***

O dia tinha chegado, a Melissa despediu-se dos seus amigos no Alentejo e partiu no carro dos pais para Lisboa. Estava uma temperatura de 37 graus no Alentejo e o céu estava perfeito, sem nenhuma nuvem. A Melissa usava uma das suas blusas favoritas. Durante todo o caminho ela não falou.
– Melissa – O pai dela olhou para ela pelo espelho retrovisor – Tu tens de fazer isto. É a nossa decisão.
– Eu vou, pai. – Mentiu ela.
A Melissa nunca soube mentir mas, ultimamente, repetia esta mentira com tanta frequência que já quase parecia convincente.
– Esperemos que sim, Melissa. Ficaríamos contentes.
A viagem demorou três horas. Quando chegaram a Lisboa, a temperatura estava visivelmente mais baixa. Dos 37 graus, agora persistia os 25. A paisagem era, evidentemente, bela a Melissa não podia negá-lo. As árvores eram bem verdes e as flores pareciam que brilhavam com o sol a bater sobre elas. Não se comparava às árvores do Alentejo, mas o ar puro cheirava bem. Finalmente chegaram à nova casa. Era uma pequena casa com dois quartos. O pai da Melissa deu-lhe uma informação.
– O colégio é perto daqui, é na rua abaixo.
A partir daquele momento, o dia horrível da Melissa já se tornava mais agradável. Não teria de caminhar muito para chegar ao colégio. De uma só vez, conseguiram levar todos os pertences da Melissa. O quarto dela era o que tinha vista para o quintal que estava cheio de flores. Os pais deixaram-na sozinha para desfazer as malas e para ela se instalar. O colégio interno tinha 932, agora 933, alunos. No Alentejo, os alunos eram poucos, embora se convivesse muito e houvesse boas notas. Melissa iria para o 11º ano. Não tinha chumbado nenhum ano e tinha 16 anos. Melissa, vindo do Alentejo, talvez pudesse tirar um bom partido desta situação. Tinha uma pele morena, uns olhos azuis e uns cabelos compridos castanhos. Era magrinha, mas não tinha corpo de atleta. Quando a Melissa acabou de colocar as suas roupas na cómoda, pegou na sua bolsa que continha os seus produtos de higiene e dirigiu-se à única casa de banho. Lavou a cara e escovou o seu cabelo que estava agora despenteado. Pensamentos iam na mente da Melissa. O dia seguinte iria ser o princípio da sua nova vida.
Não dormiu bem na noite anterior, a nova cama deixou-a desconfortável. Os pais da Melissa guardaram todas as roupas dela numa mala. O pai dela iria acompanhá-la até ao colégio. Eles tomaram o pequeno-almoço e saíram de casa. Durante todo o caminho, Melissa não falou. O colégio, sem dúvida, era perto. A princípio, à primeira vista, não parecia ser um colégio. Apenas uma tabuleta que estava à entrada da rua, a chamou à atenção. Parecia um castelo, uma casa de ricos. Parecia meter respeito. Havia grandes portões de ferro. De certeza que haveria poucos assaltos naquele colégio. Eles entraram. O interior estava quente e uma escadaria estava um pouco mais à frente. Essa escadaria levaria aos quartos. Melissa olhou para o seu lado esquerdo e viu uma porta onde se podia ler conselho executivo. Ela e o pai entraram. O gabinete era pequeno: um sofá com almofadas, um tapete, prémios e quadros dos alunos nas paredes e um relógio. No lado direito estava um balcão. Por trás do balcão havia três secretárias, uma das quais ocupada por uma mulher morena com óculos. A mulher morena ergueu o olhar para a Melissa e para o pai dela.
– Posso ajudá-los?
– Bom dia. A minha filha chama-se Melissa Costa. – Informou o pai da Melissa.
Os olhos da mulher morena iluminaram-se. A Melissa era esperada.
– É claro. A menina que veio do Alentejo. Vêm poucas meninas do Alentejo para cá, mas este colégio é muito bom, vai sentir-se integrada. – Retorquiu a mulher.
A Melissa só conseguiu sorrir, enquanto a mulher revistada um monte de documentos.
– Tenho o horário aqui. 11º D. E tenho também um mapa do colégio.
A mulher entregou à Melissa os papéis.
– O senhor deseja falar com a directora? – Perguntou a mulher ao pai da Melissa.
– Sim.
– Então fique aí à espera. Melissa, a menina pode subir. O seu quarto é o 23 e tem de o repartir com uma menina muito simpática que também chegou este ano.
O pai da Melissa entregou-lhe a mala e despediram-se. A Melissa subiu a escadaria e caminhou por entre o corredor. Olhava para as portas a fim de encontrar o quarto nº 23. Quando encontrou, a porta estava aberta e uma rapariga estava a arrumar as suas coisas. A Melissa bateu à porta.
– Olá! Tu deves ser a minha colega de quarto. – Disse a Melissa.
A rapariga virou-se para a Melissa.
– Olá! Sim, sou. Como te chamas?
– Melissa e tu?
– Estela.
A rapariga era uns dois centímetros mais alta que a Melissa. Tinha olhos castanhos e cabelo preto. Comparada à Melissa era mais gorda. O peso da rapariga era proporcional à sua altura ao contrário da Melissa, que era mais magra.
– Tu és do Alentejo, certo? – Perguntou a rapariga.
A Melissa afirmou com a cabeça.
– E tu? A mulher do conselho executivo disse que também eras nova aqui.
– Sim, sou de Setúbal. Os meus pais acabaram de se separar e vim para cá.
A Melissa sorriu.
– Bem, já acabei. Tenho de me despedir da minha mãe. Venho já.
– Ok.
A Estela saiu do quarto e a Melissa começou a arrumar a sua mala. Até que ouve um sussurro. Ela vira-se e, no espelho, vê uma rapariga com um vestido branco. Vira-se para a porta e não vê ninguém.
– Devo estar com sono. – Disse ela, continuando a arrumar a mala.
A Estela apareceu no quarto.
– Já te despediste dos teus pais?
– Sim. – Respondeu a Melissa, acabando de arrumar as coisas.
– Eu ainda ando a tentar decorar este mapa do colégio.
A Melissa sorriu.
– Também eu.
– Tu és de que ano? E de que turma?
– 11º D. E tu?
– Também. Tens quantos anos?
– 16. E tu?
– Fiz 17 há pouco tempo.
– Oh! Parabéns!
– Obrigada. – Ela sorriu.
A Estela olhou para o horário.
– Nós temos aula de literatura daqui a pouco na sala 2.35.
– Vamos lá. – Disse a Melissa, saindo do quarto.
As duas saíram do quarto, desceram a escadaria e começaram à procura da sala 2.35. Quando a encontraram, viram que a sala era pequena. Alguns alunos da turma já estavam sentados e as duas raparigas viram o professor. Era um homem alto, com os seus 30 e tal anos, cujo nome se encontrava numa placa sobre a secretária, identificando-o como sendo o professor Artur. Elas foram ter com o professor e receberam um papel sobre as leituras que elas deviam ler neste ano lectivo. Esta lista tinha vários autores: Shakespeare; Saramago; Brontë; Eça de Queiroz; Camilo Castelo Branco, entre outros. Era cansativo. Melissa perguntou a si mesma se os seus pais lhe mandariam a pasta que continha trabalhos antigos ou se consideravam que o facto de ela recorrer aos mesmos era copiar.
No inicio da aula, o professor ordenou que eles escrevessem num papel o nome e que o colocassem na mesa. Eles assim fizeram. A Melissa olhava para os seus colegas e lia os seus nomes. Ela estava com a Estela a partilhar a mesa e ao lado delas estavam duas raparigas de seus nomes Vânia e Fabiana. A Vânia era magra como a Melissa, tinha olhos castanhos e cabelos castanhos encaracolados. A Fabiana, que estava ao lado da Vânia, era loira, cabelo encaracolado e olhos azuis. Parecia ser muito alta. A Vânia reparou no olhar da Melissa e falou:
– O que se passa?
– Nada.
– Que raiva! Estas miúdas novas vieram para estragar a harmonia deste colégio.
– Está calada, Vânia! Elas são novas. Tenta entender. – Disse uma voz masculina atrás delas.
A Melissa e a Vânia olharam para trás. O rapaz estava atrás da mesa da Vânia e da Fabiana. A Melissa olhou para o papel com o nome dele. Chamava-se Raul. Era moreno e tinha cabelo encaracolado. Ao lado da mesa dele estavam dois rapazes de seus nomes Fábio e Nelson que eram parecidos com o Raul.
– Vocês são irmãos? – Perguntou a Melissa.
– Sim. O Raul é mais velho e eu sou o mais novo. O Raul chumbou um ano e eu e o Fábio somos gémeos. – Respondeu o Nelson, a sorrir.
A Melissa sorriu para ele. A Fabiana interrompeu.
– Vocês são as novatas, certo?
A Estela afirmou com a cabeça.
– Meninos, vamos começar a aula. Que acham? – Perguntou o professor, meio irónico.
A Vânia e a Estela viraram-se para a frente.
– Vamos começar com as apresentações calmamente. Começamos com o lado esquerdo. Como te chamas?
Uma rapariga morena e magra respondeu:
– Zélia e já estou aqui há dois anos.
– Tens quantos anos? – Perguntou o professor.
– 17.
– Muito bem. E tu? – Apontou para a colega ao lado da Zélia.
– Sou a Camila e também estou cá há dois anos. Partilho o quarto com a Zélia.
A rapariga era alta, de cabelos castanhos, talvez até mais alta que a Fabiana. A mesa da Zélia e da Camila estava à frente da mesa da Melissa e da Estela. O professor foi à mesa ao lado onde tinha um rapaz chamado Hélio. Parecia um pouco anti-social. O professor continuou a chamar os alunos até chegar a uma rapariga, de seu nome Daniela, que tinha cabelo preto e parecia um pouco solitária. Ao lado, estava a Vânia e a Fabiana. A Melissa não simpatizou muito com a Vânia. A Vânia era muito mazinha para com as novatas e a amiga dela, Fabiana, não ia muito atrás. Ela e a Estela também não tinham se dado bem.
Depois de todas as apresentações, que professor falou das matérias que iria abordar. A campainha tocou e eles saíram da sala. Os três irmãos foram ter com a Melissa e com a Estela.
– Olá!
– Olá! Tudo bem? – Perguntou a Estela.
– Sim e convosco?
– Também.
– A nossa próxima aula é de Filosofia. – Informou o Raul.
– Vocês estão cá há muito tempo? – Perguntou a Melissa.
– Desde o 7º ano. – Respondeu o Nelson.
– Desculpem a Vânia, ela torna-se um pouco irritante quando fala com alunos novos. – Disse o Raul.
– Não há problema. – Disse a Estela.
– Nós vamos para o bar, vocês vão convosco? – Perguntou o Fábio.
– Eu tomei o pequeno-almoço em casa. – Respondeu a Melissa.
– Eu queria ir comer alguma coisa. – Disse a Estela.
– Então eu tenho de ir. – Disse a Melissa.
– Não te demores para a próxima aula. O professor de Filosofia é muito exigente. – Informou o Nelson.
- Obrigada. – Disse ela, saindo pelo outro lado.
A Melissa subiu a escadaria para ir ao seu quarto e viu a mesma rapariga que tinha visto no espelho, a vir na sua direcção com um olhar assustador. A Melissa desmaiou.


Fim do Capítulo 1.

26 comentários:

  1. eu gostei.
    "Esta lista tinha vários autores: Shakespeare; Saramago; Brontë; Eça de Queiroz; Camilo Castelo Branco, entre outros."
    até parece a minha aula de portugues.

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  2. Grande descrição!Percebi o maior terror nesta história.A grande descrição dá pistas.

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  3. Ainda agora a história começou e já deixas um final bom.
    Fiquei curiosa!

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  4. continua rapariga!
    foi enorme mas não devias terminar melhor.

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  5. OMG!Não!Essa é a melhor de todas!Se falei da Encontro com o 666 ser a melhor essa é bem melhor!
    Posta logo.
    Beijos.

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  6. A Melissa subiu a escadaria para ir ao seu quarto e viu a mesma rapariga que tinha visto no espelho, a vir na sua direcção com um olhar assustador. A Melissa desmaiou.
    essa foi boa!faz o favor de postar depressa.

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  7. Na primeira vista esta hitória parece melhor que a outra.
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  8. tá lindo.
    posta logo.

    Beijos,
    Natasha Alyosha.

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  9. Não tenho nada a dizer,foi perfeito.
    Posta logo.

    Beijos,
    Juh :)

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  10. Foi um bom primeiro capítulo.
    Descrições e narrações boas.
    Continua!

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  11. posta logo!
    estou adorando.

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  12. adorámos!
    posta depressa!

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  13. Meu Deus!Foi perfeito!
    Posta logo,logo!
    Quero mais!

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  14. Foi bom o capítulo!
    Posta logo!

    Beijos.

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  15. A história começa bem.
    tá giro!

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  16. Gostei do capitulo.
    O capitulo 2 é terça?
    Continua.

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  17. Ei!
    Explicando:Não entendi direito a "escola do terror" porque quando eu comecei a ler,já estava na terceira parte (eu fiquei com preguiça de ler a primeira e a segunda,confesso) aí eu parei de ler,então eu não tinha visto que você estava postando duas histórias ao mesmo tempo.Quando "a escola do terror" terminou,"encontro com o 666" também já estava bem avançada e eu fiquei com preguiça de ler novamente! kkk Então eu tentei ler de onde a história estava,mas não entendi.Essa explicação ficou meio confusa,mas espero que tenha entendido.
    Gostei do primeiro capítulo,deu para ter uma noção de como a história vai ser.Estou curiosa com essa garota do espelho...Posta logo!
    Beijos!!

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  18. Hey, seguidora nova!
    Adorei a sua histórias irei lê-la com certeza!
    Agora eu tô curiosa adoro ler fanfics de terror, é emocionante!
    Beijos e continua
    Você é de Portugal né?
    A escrita é diferente! Sei lá
    Visita meu blog?
    http://children-of-the-gods.blogspot.com.br/
    Obrigada!

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  19. Leitora nova
    Uhuu, eu estava procurando mesmo
    fanfics de terror, e vc salvou o dia
    nossa ta de mais a fic posta logo

    #Bye

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  20. Hellooo!! Seguidora nova!!
    Meu Deus, tipo como assim você para nesta parte e me deixa super curiosa!!
    O primeiro capitulo ficou simplesmente perfeito, eu amei de verdade, adoro esses mistérios!
    Mas em fim, quero muito sabe qual é a da garota do espelho, oque ela quer? oque vai acontecer quando ela voltar a si? Oh My Good desculpa!! são tantaas perguntas to muito curiosa eu adorei!!
    Posta logo...
    Beijokass!!

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  21. Diana,obrigado pelo comentário. eu estava prestes a cancelar o blog mas seu comentário me fez perceber q n sou o unico. bjs e tem post novo la

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