sábado, 31 de agosto de 2013

Capítulo 3

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).


A Vânia estava desmaiada. O Nelson agarrou-a.
– Vânia!
Ele pegou-a ao colo, foi ao quarto dela e colocou-a na cama.
– Vânia? Responde.
Nesse momento ele vê um recado escrito a sangue no espelho: “Vão embora ou sofrerão as consequências”.
– Que bom! Agora este lugar está a começar a assustar-me. – Disse ele, voltando a sua atenção para a Vânia –Vânia, acorda! – Dizia ele, enquanto a balançava.
A Vânia acorda.
– Nelson?
– Vânia? Está tudo bem? O que aconteceu?
– Eu vi uma menina.
– E quem era? A Zélia? A Camila? A Estela?
– Não! Eu não sei quem é. Não conheço.
O Nelson acha estranho, pois a Melissa também disse ter visto uma menina.
– Como ela era? – Perguntou ele.
– Cabelo preto, com um vestido branco e rastejava pelo chão. Acho que não rastejava, mas eu vi a cabeça dela, parecia que estava de gatas.
– Ok, Vânia, deve ter sido um sonho. Vai dormir. – Ele cobriu-a com o lençol – Boa noite!
O Nelson tinha a certeza que algo não estava bem.
– Não, Nelson, fica aqui! Por favor!
– Tudo bem. – Disse ele, deitando-se ao lado dela.
O Nelson e a Vânia acabam por adormecer um ao lado do outro.

***

No dia seguinte, Melissa acorda e lê no seu espelho do quarto o mesmo recado que o Nelson tinha lido no espelho do quarto da Vânia e assustou-se. A Estela acorda, assustada.
– Melissa, será que dá para parares de gritar?
A Melissa não conseguiu falar, apenas apontou para o espelho. A Estela olha e assusta-se.
– Eu não quero ficar aqui. – Disse a Melissa.
– E tu achas que eu quero? – Disse a Estela.
– Vamos falar com a directora. – Disse a Melissa, levantando-se da cama.
– Boa ideia!
Elas vão ao gabinete da directora. A directora ao vê-las, disse:
– Estela, Melissa! O que estão a fazer? E de pijama?
A Estela e a Melissa olham para si mesmas e começam a sorrir, envergonhadas.
– Desculpe-nos directora, mas a directora tem de ver isto. – Disse a Melissa, levando a directora até ao quarto delas. A mulher vai ao quarto delas e não vê nada.
– O que foi? Está tudo normal aqui.
– O quê? – A Estela olha para o espelho e não vê nada.
– Mas estava ali. – Disse a Melissa.
– Melissa e Estela, eu tenho mais que fazer. – Disse a directora, saindo do quarto delas.
A Melissa e a Estela vão atrás da directora e dão de caras com o quarto da Vânia e da Fabiana com a porta aberta e o Nelson a dormir com a Vânia.
– Oh! Não são lindos? – Perguntou a Estela.
– É... lindos. – Disse a Melissa.
A directora vê.
– Que pouca vergonha é essa?
A Vânia e o Nelson acordam assustados.
– D... d... directora? – Perguntou a Vânia, atrapalhada.
A Melissa tenta segurar a risada.
– Directora, não é o que parece! – Exclamou o Nelson.
– A mim parece que vocês dormiram juntos. – Disse a directora.
– Não! Quer dizer, sim. Mas...
O Nelson é interrompido pela Melissa que começa a rir. A directora olha para a Melissa.
– Algum problema, menina Melissa?
– Nenhum, directora. – Respondeu a Melissa, tentando segurar o riso.
– Vocês dois – Aponta para a Vânia e para o Nelson – no meu gabinete! Nelson arranje-se melhor. Melissa e Estela para o quarto, agora!
A Vânia e o Nelson vão ao gabinete da directora. A Melissa e a Estela vão a caminho do quarto.
– Do que estavas a rir, Melissa? – Perguntou a Estela.
– Nada, só é bom ver a Vânia e ficar tramada. – Respondeu a Melissa.
Elas entraram no quarto e fecharam a porta. De seguida, uma voz soou no quarto.
– Pensaram que era fácil? Agora sofrerão as consequências.
A Melissa e a Estela olharam uma para a outra, assustadas.
– Ouviste o mesmo que eu? – Perguntou a Melissa.
A Estela afirmou com a cabeça. Elas foram a correr deitar-se na cama e taparam-se com o cobertor.
Só pesadelos naquela noite.


Fim do Capítulo 3.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Capítulo 2

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).


Os três irmãos e a Estela foram ao bar e, de seguida, foram aos seus quartos. Quando subiram a escadaria, viram a Melissa desmaiada.
– Melissa! – Exclamou o Nelson ao ir ter com ela.
A Melissa acordou.
– O que se passa?
– Isso perguntamos nós. O que te aconteceu. Estás bem? – Perguntou o Nelson.
– Eu vi uma menina. – Disse a Melissa.
– A Zélia? – Perguntou ele.
– Não, eu não conheço.
– Como era ela?
– Cabelo preto, usava um vestido branco e rastejava pelo chão.
Os três irmãos e a Estela olharam-se.
– Melissa, foi só o primeiro dia no colégio. Vá, vamos para a aula. – Disse a Estela.
Eles levantaram-na do chão e levaram-na para a sala de aula. A aula de Filosofia era cansativa, mas depressa saíram da sala. As aulas seguintes eram Geografia e Espanhol, que foram passadas rapidamente. A Vânia fez das suas e começou a envergonhar a Melissa. O Raul protegeu a rapariga da Vânia.
No final das aulas, para o jantar, a Melissa e a Estela foram acompanhadas pelos três irmãos. Ali, começaram a conversar.
– Então, vocês namoram? – Perguntou a Estela.
A Melissa olhou espantada para a colega de quarto. O Fábio sorriu.
– Não.
– Bem, eu namorei durante um tempo com a Vânia. – Respondeu o Nelson.
– Com a Vânia? – Perguntou a Melissa.
– Sim, mas ela mudou e eu decidi terminar.
– Eu namorei com a Fabiana e ficou na mesma. – Disse o Fábio.
– Eu namoro com a Camila. – Disse o Raul.
– Com a Camila? – Perguntou a Estela.
– Sim, parece estranho, não andamos muitas vezes juntos, mas a directora também não aprova.
Eles continuaram a falar já fora do refeitório. Eles despediram-se depois da conversa e as raparigas foram para o quarto.
– O que achaste dos rapazes? – Perguntou a Estela.
– Simpáticos.
A Estela sorriu.
– Eu não sei se vou conseguir dormir. Não tenho a minha cama. – Disse a Melissa.
– Nem eu. – Disse a Estela, a sorrir – Eu já vesti o meu pijama, vou me deitar. Até amanhã, Melissa.
– Estela – Chamou ela – Sentiste um carinho especial pelo Fábio, certo?
– Acho que não foi nada.
A Melissa e a Estela sorriram uma para a outra.
– E o Nelson? – Perguntou a Estela.
– Tem o seu encanto. – Respondeu a Melissa, a sorrir.
A Estela riu.
– Até amanhã, Melissa.
– Até amanhã.
A Estela deitou-se e a Melissa deitou-se, de seguida.

***

A Vânia estava com a Fabiana no refeitório.
– Aquela Melissa mete-me raiva!
– Vânia, pára com isso. Deixa essas novatas em paz.
– A Melissa veio para me tirar a popularidade, eu sinto isso.
– Vânia, mudando de assunto, eu vou dormir em casa dos meus pais. Tu ficas bem sozinha?
– Claro! Vai lá ter com os teus pais.
A Fabiana despediu-se da Vânia e foi-se embora do colégio. A Vânia estava a sair do refeitório quando viu o Nelson.
– Olá, Nelson! Tudo bem?
– Sim e contigo?
– Também tudo bem. – Respondeu ela, a sorrir.
– Vais agora para o quarto? – Perguntou ele.
– Sim.
– Eu acompanho-te.
O Nelson e a Vânia subiram a escadaria e começaram a andar no corredor, até que a Vânia sente-se tonta e apoia-se no Nelson.
– O que se passa, Vânia?
– Eu vi...
E dizendo isto, desmaiou.


Fim do Capítulo 2.

sábado, 24 de agosto de 2013

Capítulo 1

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).

Capítulo 1

A Melissa era uma rapariga feliz, vivia com os pais numa quinta no Alentejo. Ia à escola e tinha boas notas mas os pais decidiram levá-la para Lisboa... e para um colégio interno. Num dia, depois da escola, a Melissa recebeu a notícia pelo pai.
– Tu vais para um colégio interno.
– Como assim?
– Nós vamos para Lisboa e tu para um colégio interno. Está decidido!
– Eu odeio-te. – Disse ela, indo para o quarto.

***

O dia tinha chegado, a Melissa despediu-se dos seus amigos no Alentejo e partiu no carro dos pais para Lisboa. Estava uma temperatura de 37 graus no Alentejo e o céu estava perfeito, sem nenhuma nuvem. A Melissa usava uma das suas blusas favoritas. Durante todo o caminho ela não falou.
– Melissa – O pai dela olhou para ela pelo espelho retrovisor – Tu tens de fazer isto. É a nossa decisão.
– Eu vou, pai. – Mentiu ela.
A Melissa nunca soube mentir mas, ultimamente, repetia esta mentira com tanta frequência que já quase parecia convincente.
– Esperemos que sim, Melissa. Ficaríamos contentes.
A viagem demorou três horas. Quando chegaram a Lisboa, a temperatura estava visivelmente mais baixa. Dos 37 graus, agora persistia os 25. A paisagem era, evidentemente, bela a Melissa não podia negá-lo. As árvores eram bem verdes e as flores pareciam que brilhavam com o sol a bater sobre elas. Não se comparava às árvores do Alentejo, mas o ar puro cheirava bem. Finalmente chegaram à nova casa. Era uma pequena casa com dois quartos. O pai da Melissa deu-lhe uma informação.
– O colégio é perto daqui, é na rua abaixo.
A partir daquele momento, o dia horrível da Melissa já se tornava mais agradável. Não teria de caminhar muito para chegar ao colégio. De uma só vez, conseguiram levar todos os pertences da Melissa. O quarto dela era o que tinha vista para o quintal que estava cheio de flores. Os pais deixaram-na sozinha para desfazer as malas e para ela se instalar. O colégio interno tinha 932, agora 933, alunos. No Alentejo, os alunos eram poucos, embora se convivesse muito e houvesse boas notas. Melissa iria para o 11º ano. Não tinha chumbado nenhum ano e tinha 16 anos. Melissa, vindo do Alentejo, talvez pudesse tirar um bom partido desta situação. Tinha uma pele morena, uns olhos azuis e uns cabelos compridos castanhos. Era magrinha, mas não tinha corpo de atleta. Quando a Melissa acabou de colocar as suas roupas na cómoda, pegou na sua bolsa que continha os seus produtos de higiene e dirigiu-se à única casa de banho. Lavou a cara e escovou o seu cabelo que estava agora despenteado. Pensamentos iam na mente da Melissa. O dia seguinte iria ser o princípio da sua nova vida.
Não dormiu bem na noite anterior, a nova cama deixou-a desconfortável. Os pais da Melissa guardaram todas as roupas dela numa mala. O pai dela iria acompanhá-la até ao colégio. Eles tomaram o pequeno-almoço e saíram de casa. Durante todo o caminho, Melissa não falou. O colégio, sem dúvida, era perto. A princípio, à primeira vista, não parecia ser um colégio. Apenas uma tabuleta que estava à entrada da rua, a chamou à atenção. Parecia um castelo, uma casa de ricos. Parecia meter respeito. Havia grandes portões de ferro. De certeza que haveria poucos assaltos naquele colégio. Eles entraram. O interior estava quente e uma escadaria estava um pouco mais à frente. Essa escadaria levaria aos quartos. Melissa olhou para o seu lado esquerdo e viu uma porta onde se podia ler conselho executivo. Ela e o pai entraram. O gabinete era pequeno: um sofá com almofadas, um tapete, prémios e quadros dos alunos nas paredes e um relógio. No lado direito estava um balcão. Por trás do balcão havia três secretárias, uma das quais ocupada por uma mulher morena com óculos. A mulher morena ergueu o olhar para a Melissa e para o pai dela.
– Posso ajudá-los?
– Bom dia. A minha filha chama-se Melissa Costa. – Informou o pai da Melissa.
Os olhos da mulher morena iluminaram-se. A Melissa era esperada.
– É claro. A menina que veio do Alentejo. Vêm poucas meninas do Alentejo para cá, mas este colégio é muito bom, vai sentir-se integrada. – Retorquiu a mulher.
A Melissa só conseguiu sorrir, enquanto a mulher revistada um monte de documentos.
– Tenho o horário aqui. 11º D. E tenho também um mapa do colégio.
A mulher entregou à Melissa os papéis.
– O senhor deseja falar com a directora? – Perguntou a mulher ao pai da Melissa.
– Sim.
– Então fique aí à espera. Melissa, a menina pode subir. O seu quarto é o 23 e tem de o repartir com uma menina muito simpática que também chegou este ano.
O pai da Melissa entregou-lhe a mala e despediram-se. A Melissa subiu a escadaria e caminhou por entre o corredor. Olhava para as portas a fim de encontrar o quarto nº 23. Quando encontrou, a porta estava aberta e uma rapariga estava a arrumar as suas coisas. A Melissa bateu à porta.
– Olá! Tu deves ser a minha colega de quarto. – Disse a Melissa.
A rapariga virou-se para a Melissa.
– Olá! Sim, sou. Como te chamas?
– Melissa e tu?
– Estela.
A rapariga era uns dois centímetros mais alta que a Melissa. Tinha olhos castanhos e cabelo preto. Comparada à Melissa era mais gorda. O peso da rapariga era proporcional à sua altura ao contrário da Melissa, que era mais magra.
– Tu és do Alentejo, certo? – Perguntou a rapariga.
A Melissa afirmou com a cabeça.
– E tu? A mulher do conselho executivo disse que também eras nova aqui.
– Sim, sou de Setúbal. Os meus pais acabaram de se separar e vim para cá.
A Melissa sorriu.
– Bem, já acabei. Tenho de me despedir da minha mãe. Venho já.
– Ok.
A Estela saiu do quarto e a Melissa começou a arrumar a sua mala. Até que ouve um sussurro. Ela vira-se e, no espelho, vê uma rapariga com um vestido branco. Vira-se para a porta e não vê ninguém.
– Devo estar com sono. – Disse ela, continuando a arrumar a mala.
A Estela apareceu no quarto.
– Já te despediste dos teus pais?
– Sim. – Respondeu a Melissa, acabando de arrumar as coisas.
– Eu ainda ando a tentar decorar este mapa do colégio.
A Melissa sorriu.
– Também eu.
– Tu és de que ano? E de que turma?
– 11º D. E tu?
– Também. Tens quantos anos?
– 16. E tu?
– Fiz 17 há pouco tempo.
– Oh! Parabéns!
– Obrigada. – Ela sorriu.
A Estela olhou para o horário.
– Nós temos aula de literatura daqui a pouco na sala 2.35.
– Vamos lá. – Disse a Melissa, saindo do quarto.
As duas saíram do quarto, desceram a escadaria e começaram à procura da sala 2.35. Quando a encontraram, viram que a sala era pequena. Alguns alunos da turma já estavam sentados e as duas raparigas viram o professor. Era um homem alto, com os seus 30 e tal anos, cujo nome se encontrava numa placa sobre a secretária, identificando-o como sendo o professor Artur. Elas foram ter com o professor e receberam um papel sobre as leituras que elas deviam ler neste ano lectivo. Esta lista tinha vários autores: Shakespeare; Saramago; Brontë; Eça de Queiroz; Camilo Castelo Branco, entre outros. Era cansativo. Melissa perguntou a si mesma se os seus pais lhe mandariam a pasta que continha trabalhos antigos ou se consideravam que o facto de ela recorrer aos mesmos era copiar.
No inicio da aula, o professor ordenou que eles escrevessem num papel o nome e que o colocassem na mesa. Eles assim fizeram. A Melissa olhava para os seus colegas e lia os seus nomes. Ela estava com a Estela a partilhar a mesa e ao lado delas estavam duas raparigas de seus nomes Vânia e Fabiana. A Vânia era magra como a Melissa, tinha olhos castanhos e cabelos castanhos encaracolados. A Fabiana, que estava ao lado da Vânia, era loira, cabelo encaracolado e olhos azuis. Parecia ser muito alta. A Vânia reparou no olhar da Melissa e falou:
– O que se passa?
– Nada.
– Que raiva! Estas miúdas novas vieram para estragar a harmonia deste colégio.
– Está calada, Vânia! Elas são novas. Tenta entender. – Disse uma voz masculina atrás delas.
A Melissa e a Vânia olharam para trás. O rapaz estava atrás da mesa da Vânia e da Fabiana. A Melissa olhou para o papel com o nome dele. Chamava-se Raul. Era moreno e tinha cabelo encaracolado. Ao lado da mesa dele estavam dois rapazes de seus nomes Fábio e Nelson que eram parecidos com o Raul.
– Vocês são irmãos? – Perguntou a Melissa.
– Sim. O Raul é mais velho e eu sou o mais novo. O Raul chumbou um ano e eu e o Fábio somos gémeos. – Respondeu o Nelson, a sorrir.
A Melissa sorriu para ele. A Fabiana interrompeu.
– Vocês são as novatas, certo?
A Estela afirmou com a cabeça.
– Meninos, vamos começar a aula. Que acham? – Perguntou o professor, meio irónico.
A Vânia e a Estela viraram-se para a frente.
– Vamos começar com as apresentações calmamente. Começamos com o lado esquerdo. Como te chamas?
Uma rapariga morena e magra respondeu:
– Zélia e já estou aqui há dois anos.
– Tens quantos anos? – Perguntou o professor.
– 17.
– Muito bem. E tu? – Apontou para a colega ao lado da Zélia.
– Sou a Camila e também estou cá há dois anos. Partilho o quarto com a Zélia.
A rapariga era alta, de cabelos castanhos, talvez até mais alta que a Fabiana. A mesa da Zélia e da Camila estava à frente da mesa da Melissa e da Estela. O professor foi à mesa ao lado onde tinha um rapaz chamado Hélio. Parecia um pouco anti-social. O professor continuou a chamar os alunos até chegar a uma rapariga, de seu nome Daniela, que tinha cabelo preto e parecia um pouco solitária. Ao lado, estava a Vânia e a Fabiana. A Melissa não simpatizou muito com a Vânia. A Vânia era muito mazinha para com as novatas e a amiga dela, Fabiana, não ia muito atrás. Ela e a Estela também não tinham se dado bem.
Depois de todas as apresentações, que professor falou das matérias que iria abordar. A campainha tocou e eles saíram da sala. Os três irmãos foram ter com a Melissa e com a Estela.
– Olá!
– Olá! Tudo bem? – Perguntou a Estela.
– Sim e convosco?
– Também.
– A nossa próxima aula é de Filosofia. – Informou o Raul.
– Vocês estão cá há muito tempo? – Perguntou a Melissa.
– Desde o 7º ano. – Respondeu o Nelson.
– Desculpem a Vânia, ela torna-se um pouco irritante quando fala com alunos novos. – Disse o Raul.
– Não há problema. – Disse a Estela.
– Nós vamos para o bar, vocês vão convosco? – Perguntou o Fábio.
– Eu tomei o pequeno-almoço em casa. – Respondeu a Melissa.
– Eu queria ir comer alguma coisa. – Disse a Estela.
– Então eu tenho de ir. – Disse a Melissa.
– Não te demores para a próxima aula. O professor de Filosofia é muito exigente. – Informou o Nelson.
- Obrigada. – Disse ela, saindo pelo outro lado.
A Melissa subiu a escadaria para ir ao seu quarto e viu a mesma rapariga que tinha visto no espelho, a vir na sua direcção com um olhar assustador. A Melissa desmaiou.


Fim do Capítulo 1.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Sinopse e Personagens de O Colégio Interno

Olá, Pessoal!
Vamos iniciar uma nova história agora.

O Colégio Interno (2011)
Sinopse: A Melissa era uma rapariga feliz, vivia com os pais numa quinta no Alentejo, Portugal. Ia à escola e tinha boas notas, mas os pais decidiram levá-la para Lisboa e para um colégio interno, um dos melhores do país. Num dia, depois da escola, a Melissa recebeu a notícia pelo pai. Não muito feliz, foi obrigada a ir para a nova escola. Mal ela sabia que o colégio interno estava habitado por alguém de outro mundo que estava lá apenas por uma questão de vingança.
Género: Romance, Policial. (Terminada)

Personagens:

Melissa: Era uma menina feliz, antes de ser obrigada a sair do Alentejo para ir estudar para um colégio interno e ir viver para Lisboa, a capital. Tem uma pele morena, uns olhos azuis e uns cabelos compridos castanhos. É magrinha, mas não tem corpo de atleta. Tem 16 anos.

Estela: Uma menina vinda de Setúbal que depois de os seus pais se separarem, foi mandada para o colégio interno. Tem olhos castanhos e cabelos pretos. Vai ser colega de quarto da Melissa. Tem 17 anos.

Colegas de Melissa e Estela:

Vânia: Uma menina magra de olhos e cabelos castanhos. Vânia vai "chocar" um pouco com Melissa. 

Fabiana: Uma menina alta, loira, de cabelos encaracolados e olhos azuis. De personalidade forte. Melhor amiga de Vânia.

Raul, Nelson e Fábio - Três irmãos. Raul é o mais velho, Fábio e Nelson são gémeos.

Zélia: Tem 17 anos. Morena e magra.

Camila: Amiga de Zélia. Partilha o quarto com a mesma. Alta, de cabelos castanhos.

Hélio: Um rapaz anti-social. Muito calmo.

Daniela: Uma menina de cabelos pretos e um pouco afastada de todos. Gosta de estar no seu canto.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Capítulo 67 - Fim (Final)

(Observação da autora no dia 18/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "Encontro com o 666". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não alterei nada no enredo, porque é apenas a versão blogue. A versão em livro encontra-se na página "Livros" com o título "Encontro com o Passado" ).


Joana

A polícia largou-me, pois não tinham quaisquer provas quanto ao assassino e eu tive a oportunidade que esperava para matar o Miguel.
– Ele foi o culpado pela morte da minha irmã. Mereceu morrer! Agora sim, podem-me prender. Tenho a consciência tranquila. O assassino da minha irmã está morto!

João

Decidi intervir. Prendi a Joana. Bem, o nosso assassino/psicopata estava "morto". O César vem ter comigo. Eu não esperei que ele falasse comigo.
– Não te vou prender César. – Disse, apenas.
Ele ficou sem palavras. Virou-se de costas para mim e penso que ele iria aceitar.

***

Fiz um interrogatório ao Miguel que acabou por confirmar que era o 666 e que tinha pessoas como a Madalena, o Hugo, as gémeas, o César, a Catarina, o Pedro Magalhães e a Andreia a trabalhar para ele mas foram todos vítimas. Quanto ao Pedro Guerra e às acompanhantes de luxo, o Miguel disse-nos que eles tinham-no traído.

***

Era já de noite, estava com os meus colegas.
– Tudo por causa de um filme. Eu sabia que estávamos a falar de um psicopata. – Disse a Diana.
Nós sorrimos.
– Voltaste para a Catarina? – Perguntei ao meu colega.
– Não.
– Fizeste bem e como ficou a Bruna?
– Não vai fazer o aborto, ela quer ficar com a criança e com o César. – Informou a Ana Rodrigues.
Eu respirei fundo.
– Foi bom nos termos juntado. Foi um prazer trabalhar com vocês as duas. – Disse.
– Nós é que agradecemos João. – Era a Ana Rodrigues.
– Nunca tive de acordo com esta parceria, mas agora sei que valeu a pena. – Disse a Diana.
Nós abraçámo-nos.
– Ah, o que é que aconteceu às prostitutas, não, peço desculpa, acompanhantes de luxo? – Perguntou o Henrique a rir.
– Eu arranjei um trabalho para elas num supermercado. – Respondeu a Ana Rodrigues, séria, mas depressa se desfez e riu-se.
Só o Henrique para perguntar isto!

Pedro Magalhães

Estava com a Andreia naquela noite.
– O que é que vai ser agora de nós? – Perguntou-me.
– Vamos seguir com a nossa vida Andreia. Ainda me odeias?
Ela olhou para mim séria.
– Tenho motivos?
– Não. – Respondi.
– Tens a resposta. – Disse ela, a sorrir. – Ah, tens falado com a Carolina e com o Diogo?
– Com a Carolina sim. Com o Diogo não. Ela disse-me que o irmão ia ver o tal filme Encontro com o 666.
– Desde que não fique idiota e que se transforme num psicopata, por mim tudo bem.
Nós rimos.
Finalmente encontraram o 666.

Diogo

Esperei que a pessoa me atendesse o telefone.
– Estou, aqui é o 666 e está sob o meu controle agora…

FIM


Agradecimentos:

Tenho de agradecer às pessoas que sempre me apoiaram, família e amigos, aos meus leitores, às pessoas que leram esta história e que comentaram, aos meus colegas de turma que me deram ideias para que esta história fosse concretizada, à Natasha S. pelo capítulo com conteúdo sexual que ela me ajudou a escrever e às pessoas que falaram imenso no Facebook sobre o possível final desta história (Daniele, Rui, Nelson, Sílvia).
E, mais uma vez, uma história é terminada. E, mais uma vez, vamos dizer adeus.
Foi bom passar estes dias a postar esta história. Uma das melhores na minha opinião.

Estou a pensar fazer uma segunda parte da história, mas ainda não há nada comprovado. Talvez em breve.

(Observação da autora no dia 22/09/2018 - Com a versão livro, a segunda parte de "Encontro com o 666" nunca mais foi pensada. Não há mais qualquer ideia em escrevê-la).

sábado, 17 de agosto de 2013

Capítulo 66 - O 666

(Observação da autora no dia 18/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "Encontro com o 666". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não alterei nada no enredo, porque é apenas a versão blogue. A versão em livro encontra-se na página "Livros" com o título "Encontro com o Passado" ).


César

Tinha tomado a melhor decisão da minha vida. Já tinha pensado nessa hipótese e finalmente iria cumpri-la. Eu iria entregar-me à polícia. Se não posso ter o amor da Bruna, então prefiro ir preso ou morrer. No final de uma aula decidi ter um gesto que ninguém entendeu: dei os pulsos ao João. Toda a turma olhava para mim com atenção. O João olhava espantado.
– O que se passa?
– Prende-me. – Apenas respondi.
O João olhou para os seus três colegas.
– Porque o faria? – Perguntou-me ele.
– Sou traficante e tu… eles – Apontei – são polícias.
– Sim, eu já sabia que eras traficante mas… – O João respondeu-me.
– Eu não quero estar cá se vou ficar sem o meu filho. – Disse – Prefiro ir preso e largar esta vida o quanto antes. Quero a Bruna de volta. – Disse, a olhar para a minha ex-namorada.
A Bruna começou a chorar.
– Ah, e acho que vocês querem saber quem é o assassino. Eu sei quem é ele.
Os quatro polícias tomaram atenção ao que eu estava a dizer.
– O 666 que tanto procuram é o Miguel.
Os quatro polícias olharam para o Miguel. O Miguel negou.
– Foste tu? Agora tudo faz sentido. A chantagem comigo… – Disse a Ana Martins.
– Filho da mãe! Psicopata! – Gritou o Pedro Magalhães – Viciado naquele filme mórbido!
– Eu sou o teu “pai”, Pedro!
– Qual pai? Pára de estar viciado nesse filme! Vai tratar-te!
– Mas tu não disseste que o conhecias? – Perguntou a Andreia ao Pedro Magalhães.
– Eu pensava que fosse a Madalena e o Hugo. – Respondeu ele.
O João decidiu falar:
– Falei com o Hugo e ele não era. Mas disse-me que era uma das pessoas que sabia do 666. Quanto à Madalena, eu cheguei a pensar nela.
A Madalena falou.
– Eu faço parte desta equipa do Miguel. Ele fez-me a mesma chantagem que vocês me fizeram no dia que me trancaram. Tive medo, mas o Miguel prometeu que me ia proteger.
O Henrique decidiu intervir:
– Para a esquadra 666! – Disse ele.
Nesse momento, o Miguel leva um tiro da Joana.
Ela não estava presa? O que aconteceu? 
Foi numa questão de segundos que o Miguel cai no meio do chão, morto. 
Boa pontaria. Fiquei tão chocado como todos os outros. 
Houve um silêncio de cortar à faca.


Fim do Capítulo 66.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Capítulo 65 - Recta Final

(Observação da autora no dia 18/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "Encontro com o 666". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não alterei nada no enredo, porque é apenas a versão blogue. A versão em livro encontra-se na página "Livros" com o título "Encontro com o Passado" ).


Ana Martins

De noite, os polícias e os restantes (incluindo eu) contámos os problemas que tinham acontecido nesse dia.
– A minha casa já está reconstruída. – Disse.
– Mas podes continuar em minha casa o tempo que quiseres, tu e a tua irmã. – Disse o Henrique. Prestável.
– Não, Henrique, nós já demos muito do teu tempo. – Disse a minha irmã.
A Andreia mudou de assunto.
– A Bruna e o César estão mal.
– Porquê? – Inquiriu o João.
– A Bruna quer fazer um aborto. Ela não quer que o pai da criança seja um traficante.
– Compreendo. Se fosse a Bruna também não ficava feliz. – Disse a Ana Rodrigues.
– Mas não concordo em ela fazer o aborto. – Disse a Andreia, séria.
– Eu também não, na verdade. – Disse a Ana.
– Bem, de qualquer forma, a Bruna vai ter que tomar uma decisão. – Disse o João, e virando-se para o colega – Henrique, o que aconteceu com a Catarina?
O Henrique suspirou.
– Ela andava a trair-me com outro e disse-me que estava a ser chantageada pelo 666.
– Ela conhece-o? – Questionou o João.
– Não pessoalmente, quer dizer, não verdadeiramente.
– Com a máscara portanto. – Era o Pedro Magalhães.
O Henrique afirmou.
– Então só vejo uma solução: perguntar à Carolina e ao Diogo. Bêbados poderiam saber de alguma coisa. – Disse eu.
– Disseste bem, Ana, bêbados. Lúcidos, eu não sei se sabem o que andaram a fazer. – Disse o Henrique, com as suas piadas habituais.
A minha irmã virou-se para o Pedro Magalhães.
– Não acredito que tu não saibas quem é ele.
– Diana, se é quem penso, não é um ele.
O Henrique olhou parvo para o Pedro.
– Então estás a dizer que é uma mulher?
O Pedro Magalhães afirmou com a cabeça.
– Quem é? – Perguntou o João.
– A Madalena, ou pode mesmo até ser o Hugo.
A Diana riu-se.
– Isso é mentira. A Madalena é impossível. O Hugo não sei. – A minha irmã olhou para o João.
– Não, o Hugo não é. Lá por as gémeas saberem, não quer dizer que ele seja o 666. Ele deve saber de algo, mas não acho que ele seja o 666.

Diana

Dias mais tarde, fui a casa dos gémeos Carolina e Diogo. O João tinha ido ter com o Hugo. Ele iria convencê-lo a contar a verdade ao Ailton, o irmão, ao mesmo tempo que tentava encontrar algo sobre o 666. Tinha tomado essa decisão, juntamente com o colega Henrique e os restantes. Respirei fundo, antes de tomar coragem. Ia finalmente dar um grande passo. Iria encontrar o assassino, o 666. O Diogo foi o primeiro a atender-me. Bebi um café, antes de perguntar o que queria saber.
– Então, eu queria perguntar sobre o 666. Coisas que vocês saibam dele.
O Diogo foi o primeiro a falar.
– Não sei de nada, Diana. A única coisa que sei é da parte da Carretas.
– Quanto a mim, eu penso já conhecer o 666. Tive de lhe contar algo sobre a Andreia.
– Sobre a Andreia? – Fiquei surpreendida.
– Sim, fui obrigada a dizer-lhe o que a Andreia me tinha dito.
Eu ouvia atentamente tudo aquilo.

Ailton

O Hugo e o João tinham ido a minha casa. Fiquei surpreendido. Eles pareciam nervosos. Cumprimentaram-me e eu pedi-lhes para que entrassem dentro de casa. Foi difícil, mas conseguiram me dizer o que queriam de mim. Fiquei chocado quando o Hugo me diz que é meu irmão.
– Eu já sabia que tinha um meio-irmão. – Disse eu – Mas não sabia quem era.
– Eu sempre soube. – Respondeu-me o Hugo.
Nós abraçámo-nos e, de seguida, agradeci ao João pelo apoio.

João

Era uma visão bonita de se ver. Dois irmãos que se encontraram. Era uma grande emoção, mas eu realmente tinha que voltar em mim. O Ailton ficou feliz por saber que o seu irmão era o Hugo. No final de todo aquele momento, ainda recebi uma boa notícia: o Ailton tinha se afastado totalmente das drogas. Depois de ver o amigo dele morrer, decidiu mudar a sua vida. Fiquei feliz por ele, mas realmente tinha que voltar a pensar no assassino. Esperei que eles falassem e se despedissem e decidi atacar.
– Queria falar contigo sobre o envelope que tu deste ao Henrique.
– Ah, também eu. João, eu não sou o 666. Nunca fui. Espero que não tenhas suspeitado de mim.
Fiquei confuso, mas tentei manter-me firme.
– Não, não pensei que fosses tu.
O Hugo riu-se.
– Não mintas. Se vinhas falar comigo sobre isso, devias estar a suspeitar de mim.
– Hugo, é difícil.
– Eu sei que é, mas para um polícia é?
Fiquei a olhar para ele sério.
– Já todos sabem que sou polícia, não é? Nada que não tivesse pensado antes. Desde que houve a bomba em casa da Diana que todos já sabiam que eu era polícia.
– Tu e o Henrique deviam ter tido cuidado ao trancarem a Madalena. Ela sabe realmente demais. Vocês foram os primeiros a serem descobertos. Depois foi a Ana Rodrigues com a ida da Andreia ao hospital. Causou algumas suspeitas. Não faltou muito até que o 666 soubesse da quarta agente da polícia. Foi a própria irmã que a denunciou. – Disse o Hugo, a rir-se na última frase que falou. Entendi tudo ali – Eu não sou o 666. A Marta e a Joana pertencem a ele e já me disseram isso, mas eu não pertenço à equipa do 666. Sou uma das pessoas que sabem demais e não deveriam saber.
O Hugo olhou para mim com uma certa tristeza. Ele também tem medo de ser descoberto. Afinal, é mau para o 666 muitas pessoas saberem dele.


Fim do Capítulo 65.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Capítulo 64 - O Hugo é o 666?

(Observação da autora no dia 18/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "Encontro com o 666". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não alterei nada no enredo, porque é apenas a versão blogue. A versão em livro encontra-se na página "Livros" com o título "Encontro com o Passado" ).


Diana

O Magalhães foi retirado da prisão. A Andreia a contar que ele era o 666, mas eu não dei caso, nem eu e nem os meus colegas. O funeral da Cátia e da Ana Gláucia foi realizado. A minha irmã deixou de falar com o Miguel. Muito bom! Mas tenho que ter cuidado com o verdadeiro 666. Tive uma conversa com os meus colegas. Suspeitava que não andávamos à procura de um assassino, mas sim de um psicopata. O 666 devia ser obcecado no filme de terror.
Dias depois, estava a conversar com os meus colegas, com o Guerra, com a Andreia e com o Magalhães quando a Ana Catarina chega em casa do Henrique.
– A Carretas foi raptada.
Eu olhei para o Magalhães e, de seguida, para a Andreia.
– Com que então o 666 era o Magalhães, Andreia? – Perguntei.
– O Pedro não é o 666. – Garantiu a Ana Catarina.
– Para a Carretas ter sido raptada e o Pedro estar cá connosco é realmente estranho ser ele. – Disse o João.
– Temos que encontrar o nosso fofo assassino, quer dizer, o nosso fofo psicopata. – O Henrique com as suas piadas habituais.
– O Pedro não é. – Garantiu, também, o Guerra.
A minha colega olhou para a Ana Catarina.
– Como soubeste isso?
– O 666 quer a Ana Martins. Recebi uma chamada dele.
– Calma! – Pediu o Henrique, pegando no seu telemóvel – Vou ligar à Catarina.
– Porquê, Henrique? – Perguntou a Andreia.
– Se ela for cúmplice do 666, ela não me vai atender.
– Ela pode estar ocupada. – Disse o Guerra.
– Vocês não entendem. Ela nunca rejeita as minhas chamadas. – Esperámos um segundo, enquanto ele fazia a chamada. Ela tinha rejeitado.
– Ela é cúmplice do 666. – Disse o Henrique.
Eu olhei para o Magalhães.
– Liga ao 666!
Ele fez o que eu lhe tinha ordenado.
– Estou? – O 666 tinha atendido.
– Sim. Foi muito bom ,“pai”.
O João ordenou que o Magalhães colocasse em altifalante.
– Estás contente?! Não devias ter feito o que fizeste, agora estou entalado.
– Pois, “pai”, obrigado pelo que me fizeste a mim.
– Não deixes de trabalhar para mim. Sabes o que te vai acontecer se não quiseres trabalhar. E à tua amiguinha também.
A Andreia assustou-se. O João pediu-lhe calma. Estávamos todos calados. Apenas falávamos por gestos.
– A polícia vai encontrar-te!
O Magalhães ameaçou o 666. Fiquei chocada.
– Não faças isso, Pedro! – Gritou a Andreia.
O João colocou a mão na testa. Caiu tudo por água abaixo.
– Diz ao teu polícia Henrique, então que a namoradinha dele está para morrer. – Disse o 666, no telemóvel.
O Henrique tentou conter-se para não falar para o 666.
– Larga a Carretas! – Pediu o Magalhães.
– Eu vou soltá-la sim, a Catarina é minha e mando a Carretas embora. Se a Simone não morre com aquelas porcarias, morre a Catarina por mim.
– Onde estás? – Perguntou o Magalhães.
– No sítio onde nos encontramos sempre.
Ele terminou a chamada e fomos para o local.

João

Chegámos ao local e apenas vimos o Hugo. Ele era o 666? Ele aproximou-se do Henrique e entregou-lhe um envelope.
– Devias ter tido cuidado com a Catarina. Estão aí provas de que ela te trai.
– Quem te deu isto? – Perguntou o Henrique.
– A Madalena disse para eu me encontrar aqui contigo e deu-me o envelope. Ela disse-me que tu estavas aqui. Eu estava à tua procura.
Com que então o 666 enganou-nos? Era um local falso? E porquê colocar as culpas na Madalena? Começo sinceramente a pensar que a Madalena fazia parte do grupo do 666. O Hugo afastou-se e o meu colega viu o envelope. Continha fotos. Era a Catarina agarrada a um rapaz que ele não conhecia.
– A Catarina traiu-me? – Perguntou o Henrique.
Não era algo que não me tivesse passado pela cabeça. A Catarina não me parecia ser fiel. A Ana Catarina recebe uma chamada. Atende e descobrimos que era a Ana Carretas. Ela estava livre. A Ana Catarina termina a chamada e olha para nós.
– A Carretas está em casa dela, eu vou falar com ela. Boa sorte para descobrirem o 666. Para o que precisarem estou aqui para vos ajudar. E obrigada pela ajuda.
E saiu do local. O Henrique olhou para mim.
– A Catarina está com o 666.
– Como assim? – Perguntei.
– Ela não me atendeu. O Hugo é que me traz o envelope. Manda as culpas à Madalena.
– Sabes Henrique, – disse a olhar para todos os outros de relance – O meu problema agora é porque é que a Madalena foi falada. Tenho receio que tenhamos errado. Que eu tenha errado.
A Diana decidiu falar.
– Ninguém errou. O 666 quis colocar as culpas na Madalena, graças ao que lhe fizemos. Ela não é o 666, pois não, Magalhães? – Disse, virando-se para o amigo.
Ele deve ter ficado, por momentos, nervoso. Não entendi bem a reação dele.

Henrique

Dias mais tarde, fui a casa da Catarina. Ela tinha sido descoberta. Encontrei-a com outro. O rapaz saiu de casa da amante e deixou-me a falar com a Catarina.
– Tu andaste a trair-me?
Agora tudo fazia sentido. Se calhar o 666 tinha descoberto e chantageou-a.
– Desculpa.
– Alguém soube disto?
– Contei à Simone e houve alguém da turma que também soube.
Pensei no 666.
– Quem?
– Um tal de 666. Ele é o verdadeiro assassino de que falam?
– Não sei. – Respondi, sem querer dar suspeitas.
– Eu sei que és polícia. O 666 disse-me.
– Ah, então nesse caso… sim, é o verdadeiro.
– Ele chantageou-me.
– Já tinha pensado nisso.
– Queres voltar de novo?
Fiquei chocado. Depois de ela me ter traído ainda me pergunta se quer voltar?
– Tu és louca! Foste apanhada com outro.
– Desculpa. Desculpa. – Ela ajoelhou-se aos meus pés. Deu-me vontade de rir.
– Não. – Disse, firme – Larga-me!
Ela largou-me e eu saí de casa. Tinha acabado tudo.

Bruna

Eu estava com a Andreia a passear pela escola.
– Eu vou fazer um aborto.
– Porquê?
– Eu não quero que o pai dele seja um traficante. Como é que ele vai viver?
– Mas o César não vai aceitar. Ele quer a criança.
– Eu não quero esse futuro ao meu filho.
O César aparece perto de nós.
– Não queres esse futuro ao nosso filho? Que futuro?

César

A Andreia afastou-se para que nós falássemos a sós.
– César, vou fazer um aborto.
– O quê? – Fiquei completamente chocado – Como assim?
– Eu não quero esse futuro ao meu filho.
– Por eu ser traficante? Eu não tomo essas porcarias, tu sabes bem!
– César, eu não quero que o nosso filho fique no meio de drogas e substâncias ilícitas.
– Bruna, não faças isso, por favor! – Eu já quase que suplicava.
– Eu vou fazer isso, César. Desculpa. – E afastou-se de mim. Confesso que fiquei devastado.


Fim do Capítulo 64.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Capitulo 63 - É um psicopata, não um assassino

(Observação da autora no dia 18/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "Encontro com o 666". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não alterei nada no enredo, porque é apenas a versão blogue. A versão em livro encontra-se na página "Livros" com o título "Encontro com o Passado" ).


Diana

No dia seguinte, fui a casa do Magalhães. Tinha uma cópia da casa dele. Fui ver se havia alguma prova do 666. Existia apenas um filme: Encontro com o 666. Fiquei a ver o filme. Arrepiei-me com as semelhanças que o filme tinha com a realidade. Um assassino que assombrava uma escola. Tudo o que o ator fazia no filme, na vida real acontecia o mesmo. Saí da casa do Magalhães e voltei a casa do Henrique. Estava apenas a minha irmã em casa.
– Precisamos de conversar. – Disse-lhe.
– Eu sei que tu já sabes. Desculpa.
– Nós teríamos te ajudado. Tu podias-nos contar a verdade.
– Desculpa.
Ela estava a ser sincera. Eu respirei fundo antes de fazer a próxima pergunta.
– Trabalhavas para o 666?
– Comecei a trabalhar para ele graças ao Miguel.
Fiquei atenta ao que ela dizia.
– O Miguel conhece o 666.
– Vê a cara dele?
– Ele diz que sim. – Respondeu-me.
– Bem, o 666 é o Magalhães. E confesso que fui uma idiota em tentar protegê-lo. Em tentar convencer-me a mim mesma que ele não era o assassino.
A minha irmã negou.
– Acho que fizeram um erro ao prender o Pedro. Ele não é o 666 de certeza. Como é que a Madalena poderia estar a falar do 666 ao próprio 666?
– Poderia ser um filme. Como foi.
– Não, o Pedro não é o 666.
Fiquei a pensar no que a minha irmã me disse.

***

Quando cheguei à escola, as duas irmãs do Miguel, a Cátia e a Ana Gláucia vieram ter comigo.
– O 666 ainda está à solta! – Exclamou a Ana.
– Não. Era o Magalhães. Já estão fora de perigo. – Disse.
– Não, Diana. O Magalhães não é o 666. – Disse a Cátia.
A Andreia ouviu a minha conversa com as irmãs do Miguel e veio ter comigo, assim que elas se afastaram.
– Eu vou falar com o Magalhães hoje, mas garanto-te, ele é o 666.

Andreia

Eu sabia que ele não era o 666, mas eu estava chateada com ele. Eu só queria que ele pagasse!
Fui falar com o Pedro. Assim que me viu, perguntou-me o que eu estava ali a fazer. Ele estava com a Ana Carretas.
– O que é que a Ana está aqui a fazer? – Perguntei.
– Fui falar com o Pedro. Mas já estou de saída.
Vi a Ana a afastar-se. Depois, comecei a falar com o Pedro.
– Com que então és o 666!
– Andreia, tu sabes perfeitamente que eu não sou. Ambos sabemos.
– Pois, mas a polícia pensa que és.
– Admito que tiveste razão. Tiveste sempre razão. A Diana é polícia.
– Eu sabia. Pelas atitudes dela. – Voltei ao assunto principal – Tu sabes quem é o 666?
Ele afirmou.
– Sem máscara? – Perguntei.
– Sim, sem máscara.
Fiquei séria. Ele sabia quem era ele.
– É algum traidor?
Ele riu-se.
– Trabalhas para a Diana agora?
– Há muito tempo que trabalho para a Diana e, ao mesmo tempo, para o 666.
Ele ficou curioso.
– Desde que a Bruna foi para o hospital.
– Ah, bem me parecia. – Ele ficou calado por breves segundos – A Joana também está cá.
– Quem é que matou a Marta?
– Foi o 666. Achavas que era eu?
– Era possível.
– O 666 não é um assassino, é um psicopata. Já viste o filme Encontro com o 666?
– Não gosto de filmes de terror.
– Bem, o 666 real faz o mesmo que o ator que fez de 666 no filme. O 666 é um obcecado nesse filme.
– Aquele filho da mãe matou os meus pais graças a um filme? – Disse, revoltada.
– Não foi ele quem matou os teus pais.
A resposta do Pedro caiu como uma faca na minha mente.
– Não foi? Então, quem foi?
– O assassino dos teus pais morreu.
– Como é que eu não soube disso?
– Porque o nome do 666 já era falado e tu colocaste a hipótese de ter sido ele.
– E quem é o psicopata? O obcecado?
– Eu não posso dizer!
– Mas, Pedro, ele colocou-te aqui e ainda o defendes? – Parei de falar por breves segundos – Ele é o teu melhor amigo?
O Pedro riu.
– Não.
– Porque é que és o “filho” dele? – Perguntei, fazendo aspas com os dedos.
– Porque eu gosto de filmes de terror. Eu já conhecia o filme Encontro com o 666. É um dos meus favoritos.
– Como é que ele te chantageou?
– Ele disse que ia colocar as provas contra mim.
– Só por isso? Tu podias chantageá-lo também.
– O pior é que eu não tinha provas. A polícia não iria acreditar em mim.
– Pois, mas arranjavas. E, se fosse preciso, criavas.
Ele riu-se.
– É tudo muito fácil para ti, mas não és tu que vais morrer se o 666 saber que te contei.
– A Diana vai-te proteger.
– Só se me tirar daqui. – Disse ele. O Pedro tinha razão. Preso, era um alvo do 666. Eles nem conheciam o assassino.
– Acredito que vais dizer à Diana que eu sou o 666.
– É verdade, eu vou dizer isso.
– Mas, acredita, nunca te fiz mal, Andreia.
– Descobri isso hoje. – Apenas disse.
O meu telemóvel tocou.
– Estou?... a Cátia e a Gláucia?
Apoiei-me à parede com a notícia que recebi da Ana Rodrigues. Terminei a chamada e olhei para o Pedro.
– A Cátia e a Gláucia foram mortas.
– Elas disseram algo sobre o 666?
– Disseram que ele ainda estava à solta.
– Ora aí está! Queres mais pistas? A pessoa está bem perto do vosso nariz.
Fiquei a olhar para ele. A frase dele ficou memorizada na minha mente.
– Alguém sabe quem é ele verdadeiramente?
– Eu e o César somos os únicos. Mas duvido que o César conte. Ele está longe de tudo isto.
Acabei de ouvir o que ele me disse e saí dali.


Fim do Capítulo 63.

sábado, 10 de agosto de 2013

Capitulo 62 - É o Pedro Magalhães

(Observação da autora no dia 18/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "Encontro com o 666". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não alterei nada no enredo, porque é apenas a versão blogue. A versão em livro encontra-se na página "Livros" com o título "Encontro com o Passado" ).


Uma semana depois…

Diana

Não sabemos de nada sobre o João, nem sobre o Magalhães. O Henrique prendeu a Joana. Teve provas suficientes para a prender. O funeral da Marta foi realizado. Estávamos a desesperar. A única coisa, a única boa notícia, era sobre o 666. A Andreia garantiu que o homem que esteve com a Carretas estava com a máscara do 666. O 666 era aquele homem!
Liguei à minha irmã. Pedi que ela voltasse para Portugal. O desaparecimento do Magalhães era estranho. Estaria ele a tentar ir a Espanha? A Andreia tinha dito onde estava a minha irmã ao 666.

***

A Ana saiu do hospital. O João apareceu com ela. O Henrique abraçou-se ao amigo e colega. Eu pedi explicações a ele.
– Deixaste-nos todos preocupados. O que te aconteceu?
– Quis fazer uma experiência. Estive a falar com a Ana. O 666 está muito perto de nós, colegas. Ele soube o que a Ana estava a fazer e quis matá-la. Vocês não acham isto estranho?
– Já pensei que fosse o Pedro Magalhães. Ele sabe de tudo o que se passa. – Disse o Henrique.
– Não, ele não seria capaz. – Disse eu.
– Diana, pára com isso! O Pedro pode ser o 666.
– Ana… tu não sabes o que dizes.
– Diana, a Ana tem razão. – O João concordou com a Ana e o Henrique também, mas eu não acredito. Ele não conseguia fazer isto tudo!

Bruna

Fui ter com o César. Finalmente, consegui ter coragem para lhe contar a verdade. Sem tentar dar grandes conversas, cheguei perto dele e disse-lhe simplesmente:
– Estou grávida!
– Estás grávida? – O César ficou surpreendido.

Pedro Magalhães

O meu “pai” tinha me chamado. Queria me falar sobre a Ana Carretas.
– Quero que lhe vás dizer que o 666 vem à meia-noite.
Fiquei um pouco incomodado.
– Isso não é muito arriscado?
– Arriscaste mais quando foste para Espanha a tentar encontrar a Ana Martins.
Tinha que admitir que era verdade. Aceitei fazer o que ele me tinha mandado.

***

De noite, fui ter com a Carretas como combinado. Ela achou estranha a minha chegada.
– O que estás aqui a fazer?
– O 666 vem hoje à meia-noite.

João

Olhei para o relógio. Era meia-noite. Impossível não ser o Pedro Magalhães. A Ana Catarina ficou atrás do 666. Eu esperei por algum passo em falso do “pai” do Pedro.

Pedro Magalhães

O meu “pai” pediu-me para eu entrar no lugar dele. Fiquei com receio. Estava a começar a despir-me, quando decidi contar à Carretas que era eu.
– Carretas, eu não sou o 666. Sou o Pedro. – Tirei a máscara.
Nesse momento, o João e o Henrique apareceram. A Ana Rodrigues e a Diana estavam atrás deles.
– Afinal eras tu. Vamos embora 666! – O Henrique prendeu-me.
A Diana olhou para mim. Estava decepcionada.
– Não fui eu, Diana. Não sou eu. Eu não sou o 666. – Disse.
– Cala-te! – Olhou para o Henrique – Leva-o!
Neste momento, soube que o 666 queria me tramar.

Henrique

Levei o Pedro Magalhães, levei o 666! Caso resolvido!


Fim do Capítulo 62.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Capitulo 61 - Não foi um acidente

(Observação da autora no dia 18/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "Encontro com o 666". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não alterei nada no enredo, porque é apenas a versão blogue. A versão em livro encontra-se na página "Livros" com o título "Encontro com o Passado" ).


Henrique

Encontrei-me com os meus colegas depois daquele dia difícil.
– O atropelamento da Ana não aconteceu do nada. Não foi um acidente. – Disse o João.
– Foi na altura em que eu estava falar com o Magalhães. O 666 não quer que saibamos sobre o quanto está a minha irmã envolvida neste caso.
– A tua irmã tem algo a ver com o 666. Pode não trabalhar para ele mas tem algo com ele. Soube também que a Bruna foi solta.
Eu apenas ficava calado a ouvi-los falarem.
Nessa altura, a Catarina decide aparecer em minha casa.
– Lamento pela Ana! – E mudando de assunto – A Simone acabou de falar comigo. Voltámos a ser amigas. A Simone deixou…
– Podes falar à frente da Diana. – Disse à Catarina.
Ela encolheu os ombros e completou a frase.
– A Simone deixou os esteróides.
Fiquei chocado.
– Parabéns para ela! – Exclamou o João.
A Catarina mudou de assunto.
– O que é que a Diana está a fazer aqui em tua casa?
– Estamos apenas a conversar. – Expliquei, ou tentei explicar.
Ela aceitou e saiu da minha casa.
– Bem, eu vivo em tua casa agora. – Disse a Diana.
– Podes ficar o tempo que quiseres, Diana. Até a tua casa estar totalmente reconstruída.
A Diana respirou fundo.
– Menos mal. A Simone conseguiu.
– A miúda é forte! – Disse – Mas a Catarina está estranha.
– Porque é que dizes isso? – Perguntou-me o João.
– Ela já não é a mesma.
– Está antipática? – Perguntou a Diana, irónica.
Olhei para ela sério.
– Não. São as atitudes dela.
– Ora aí está! O que eu disse. – A Diana gosta imenso de brincar. Agora eu fui irónico.
– Achas que ela te trai? – Perguntou o João. A pergunta foi como uma faca. O pior da pergunta é que podia ser possível.
– Talvez. – Apenas respondi.

00.00

Ana Carretas

Encontrei-me com o homem mascarado. O Henrique e o João estavam à espreita. A minha colega também.

Ana Catarina

Fiquei a falar com os dois polícias.
– Eu penso que seja o 666. Só pode. Está mascarado. – Disse.
– Nós colocámos uma câmara no sutiã dela… quer dizer, ela colocou. – O Henrique fez-me rir com a explicação.
– E estão à espera de fazer o quê com a câmara?
– A Andreia vai dizer se a mascara é do 666 ou não.
– A Andreia passou a trabalhar para vocês?
– Ela trabalha para nós e para ele.
O João explicava tudo. O Henrique bebia copos de uísque.
– Bem chique, não achas? – Perguntei-lhe, a rir.
– É bem caro também. Pelo menos, para a minha carteira.
Eu sorri.
– Espero que tenham sorte.

Ana Carretas

Bem, a noite foi exatamente a mesma. Como sempre. Esperei que o 666 saísse e dei a câmara aos dois polícias.
– Bem, obrigado, Ana. Vou voltar a casa. Até amanhã. – Disse o João.
– Eu vou continuar aqui e, por favor colega, não vejas pornografia a esta hora da noite. Faz mal aos olhos. – Disse o Henrique, já meio bêbado. Estava a falar do que estava na câmara, com certeza.
João sorriu, antes de atacar o seu colega.
– Cuidado com a Catarina. – Disse ele, a rir.
– Vai-te embora! – Gritou o Henrique.
Eu e a Ana rimo-nos.

Henrique

Estava com a Diana em minha casa. Tínhamos combinado eu, a Diana e o meu colega nessa hora. Ele nunca mais aparecia.
– Também não encontro o Magalhães. – Disse-me a Diana.
– Será que o Pedro o apanhou? Será que o Pedro está com ele?
Pensei no pior, pois a Diana nem sequer me respondeu. Estava finalmente a acreditar que o Pedro não é a pessoa que ela pensa que é?


Fim do Capítulo 61.

sábado, 3 de agosto de 2013

Capitulo 60 - A Andreia tem que ficar viva

(Observação da autora no dia 18/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "Encontro com o 666". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não alterei nada no enredo, porque é apenas a versão blogue. A versão em livro encontra-se na página "Livros" com o título "Encontro com o Passado" ).


Diana

Acabei a conversa cm o João e falei com a minha colega. Ela contou-me que a minha irmã tinha feito um aborto. Fiquei chocada e não acreditei nela.
– Impossível, Ana.
– A Andreia acabou de me dizer. Acredita!
– Ana é impossível. Vou falar com o Magalhães.
– Eu não sei se ele sabe.
– Se a minha irmã também estiver metida com o 666, ele vai saber disto. Vou ter com ele.

Ana Rodrigues

Respirei fundo ao vê-la afastar-se. Ela não acreditou em mim. O meu telemóvel toca. Era a Andreia.
– Sim?
– O 666 quer falar comigo agora. Conto-lhe a verdade?
Fiquei uns segundos calada a pensar.
“– … tu tens que dizer a verdade senão és morta, Andreia.” – Tinha dito a Diana.
– Sim.
Acontecesse o que acontecesse, a Andreia teria que ficar viva. Era a única pessoa a ajudar-nos.

João

Fui ter com o meu colega. Fomos os dois ter com a Ana Carretas. Encaminhámo-nos para casa dela. Ela atendeu-nos com surpresa.
– O que é que estão aqui a fazer?
– Viemos falar contigo sobre o Pedro Guerra. – Comecei – Podemos entrar?
– Claro.
Nós entrámos.
– Não precisam de explicar mais nada. O Diogo contou-me. Já sabia que vocês eram polícias. Querem saber sobre o 666?
Eu não estava tão surpreendido como o meu colega. Era de prever que uma acompanhante de luxo soubesse de tudo o que se passava e até pudesse saber quem era o 666.
– Como sabias que éramos policias? – Perguntou o Henrique.
– Quando me perguntaram sobre o 666 no outro dia. Aquele questionário era suspeito.
Lembrámo-nos do dia em que descobrimos que ela era acompanhante de luxo.
“Eu olhei para o meu lado direito. Era o álcool ou eu estava mesmo a ver bem? Eram... Eram as duas raparigas da turma vestidas de forma sensual ao lado de dois... ora bem, como eu hei-de dizer isto? ...  Dois homens. Comecei a chamar o meu colega com o braço, enquanto continuava a olhar boquiaberto para o meu lado direito.
– Aquelas não são as nossas duas colegas de turma? As "Anas"?
O meu colega olhou na mesma direção que eu e comprovou o que tinha visto. Afinal ainda não estava sob o efeito do álcool. O meu colega pegou nos seus óculos de sol e colocou-os na cara para puder vê-los sem que nenhuma pessoa que estava no bar desse por isso.
– Elas são... – Tentei encontrar uma resposta sem tentar entrar no calão – ... prostitutas?!
O meu colega olhou para mim. Se não fosse os óculos de sol que ele tinha na cara que me impedia de olhar para os olhos dele jurava que estava a mandar-me um olhar de repreensão.
– Elas são acompanhantes de luxo. Não vês as vestes deles? Eles parecem ser empresários.
– Mas elas são nossas colegas! – Disse eu chocado.”
– Eu namorei com o Guerra é verdade. Não era algo sério. Nunca foi.
– A Ana Catarina sabia de tudo? – Perguntei.
– Ela é minha cúmplice! Sabe de tudo. A disputa era só para enganar.
– Sabes tudo sobre o 666?
Afirmou.
– Mais que todos os outros. Mas não chega para saber quem é ele. Penso que seja o mascarado.
– O mascarado talvez seja o 666. – Disse o Henrique.
– Já pensei nisso. Eu e a Ana Catarina.
– Claro, para não mostrar a cara mas se ninguém o conhece, porque tapa a cara? – Perguntei.
Foi uma boa questão, já que os dois olharam para mim sem saberem o que responder.

Diana

Estava em casa do Magalhães. Ele não queria admitir que sabia da minha irmã. A nossa conversa terminou com uma chamada que eu recebi: A minha colega foi atropelada. Saí de casa do Magalhães e percebi que ele respirou de alívio.


Fim do Capítulo 60.