terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Capítulo 25 e Capítulo 26 (Final)

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).

Capítulo 25

O detective chegou ao colégio e viu já a PJ no local. A directora foi ter com o detective.
– A Daniela esteve presa este tempo todo na cave do colégio. A polícia viu que a professora Emília foi à cave com comida para dar à aluna.
O detective afirmou com a cabeça. Foi ter com o inspector Daniel Machado.
– Vão prendê-la?
– Claro, é um crime pôr uma aluna dentro de uma cave fechada.
– Antes disso, queria resolver um caso familiar.
– Claro, já imaginava, por isso ainda não a levámos. Só a prendemos.
O detective afastou-se do inspector e ligou para o dono do terreno.
– Será que podia vir aqui ao colégio? Ficarei à sua espera.
O detective terminou a chamada e foi ter com o inspector.
– Onde está a professora Emília?
– Lá dentro com os meus colegas.
O detective foi ter com a professora.
– Professor Eduardo?
– Professor? Não, antes detective.
– Então foi o senhor. Porquê?
– Algo estava estranho com os alunos e eu fui contratado para resolver o caso.
Nesse momento, entra o dono do terreno.
– Mas o que se passa aqui?
– Pai?
O detective ficou imóvel, espantado pela reacção da professora Emília.
– Afinal sempre conhece o seu pai. – Disse o detective.
– Claro, foi ele que não me deu o seu apelido, foi ele que não quis me encontrar. Foi ele que se casou com uma rica.
– Por isso é que fez esta vingança. Acabando com a maior fonte de rendimento.
– Eu não sabia. – Disse o homem.
– Senhor Júlio, converse com ela mais tarde.
O detective olhou para a polícia.
– Levem-na!
A directora foi ter com o detective.
– Obrigado por ter resolvido isto. Agora o colégio está em paz. Meninos, vão para a cama. Amanhã voltam para casa dos pais e não fica bem irem com olheiras.
A Vânia e os outros afirmaram com a cabeça.
– Obrigado pela ajuda. – Disse ela ao detective.
O dono do terreno olhou para o detective.
– Eu vou fazer o teste de ADN.
O detective afirmou com a cabeça e olhou para o professor de literatura, Artur, o marido da professora Emília.
– Sabia disto?
O professor negou. O detective saiu dali.
O caso estava resolvido.

Capítulo 26

Meses mais tarde, a directora falou com o detective no seu gabinete.
– O senhor Júlio já colocou o seu apelido à professora Emília.
– E quanto à mulher dele?
– Contou a verdade à mulher e eles continuam casados.
– E os alunos?
– Oh, eles estão muito bem e mudei um pouco as regras.
– O que fez?
– Permiti namoros no colégio, mas discretos, não quero descaramentos.
O detective sorriu.
– Claro!
– Eduardo, obrigado por nos ter resolvido este caso. Agora o colégio está em paz.
– É o meu trabalho.
– Desde já, obrigado. 
O detective e a directora deram um aperto de mão e o detective saiu do colégio. Estava vento e o céu estava escuro. O detective caminhou por entre os pingos de água que caíam do céu. 
O caso estava resolvido... ou talvez não.


Fim dos Capítulos 25 e 26.

Agradecimentos:

E este é o fim!
Eu queria agradecer a todos que leram esta história. Não só os que comentaram, mas a todos os leitores. Obrigada! De verdade.
Esta história foi uma das que mais trabalho me deu e empolguei-me completamente. Tive vários planos para ela que tentei concretizar, mas alguns não foram possíveis.
Quero agradecer a todos os que estiveram a comentar e a ler.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Capítulo 24

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).

Capítulo 24

Era Sexta feira, a PJ já estava a tentar resolver o caso e o detective iria falar com o dono do terreno. As aulas acabaram e o detective conduziu até casa do dono do colégio. Era uma grande vivenda. Ao caminhar até lá, bateu à porta. Um empregado da casa atendeu-lhe.
– Boa tarde! Queria falar com o senhor Júlio Domingues. Está?
– Claro, pode entrar, irei chamá-lo.
O detective entrou dentro de casa e sentou-se num enorme sofá que estava na sala. A casa era enorme, mas não teve muito tempo para analisar a casa. O dono do terreno tinha acabado de chegar à sala.
– Boa tarde!
O detective levantou-se do sofá e apertou a mão ao dono da casa. Ambos, depois, sentaram-se no sofá.
– Muito bem. O que quer falar comigo?
– Eu chamo-me Eduardo Almeida.
– Muito bem. Quer falar comigo sobre o quê?
– A sua filha.
– A Manuela está bem.
– Não estou a falar da Manuela Domingues. – Deu ênfase na palavra Domingues.
– Então está a falar da Maria, a mais nova.
O detective abanou a cabeça.
– Estou a falar da Emília Alves, ou melhor dizendo, Emília Pires. Não se recorda deste apelido?
O corpo de Júlio ficou imóvel.
– A minha ex namorada tinha esse apelido.
O detective afirmou com a cabeça.
– Vive aqui sozinho? – Perguntou ele, olhando para a casa.
– Não, mas, neste momento, a minha mulher está a trabalhar.
– E os filhos que tem no seu casamento?
– O que quer dizer com isso?
– Vejo que vou ter que lhe explicar.
– É da Povoa, certo? Sabe do caso que tive... – Júlio olhou para todos os lados – Venha comigo para o meu escritório.
Eles levantaram-se do sofá e encaminharam-se para o escritório. Ao entrarem, Júlio fechou a porta. Sentaram-se nas cadeiras calmamente.
– É da Povoa? Sabe do caso que tive com a Cecília. Já não a vejo há anos.
O detective afirmou com a cabeça.
– Sabe o que aconteceu depois de ela se ir embora?
– Não. Ela foi-se embora, sem me dizer nada. A culpa foi minha, não devia ter casado com a filha dos pais milionários. Quando a perdi é que vi o mal que tinha feito. Agora ela deve ter casado e deve ter filhos.
O detective riu discretamente.
– Filhos. Imagino que o que lhe vou dizer seja preciso fazer um teste de ADN, pois duvido que acredite em mim.
– Como assim?
O detective respirou fundo.
– A sua namorada, quando saiu da Povoa do Varzim, estava grávida de si.
Júlio levou a mão à boca apavorado.
– Como tem a certeza?
– A sua filha trabalha no seu colégio. É a professora de Espanhol. Chama-se Emília Pires, como está casada, disse-lhe Alves.
– Como sabe isso?
O detective respirou fundo.
– Eu sou detective, mas professor de informática no seu colégio. A directora contratou-me, a fim de descobrir quem é o autor desta confusão. Estive a pesquisar e isto vem até si.
– A mim? Porquê?
– Com conhecimentos, pude descobrir que a professora não tinha nome de pai e ao chegar à Povoa do Varzim pude ter a certeza que conhecia a mãe da professora. O senhor conhecia mesmo a Cecília?
– Sim.
– Queria que me dissesse a verdade, que colaborasse comigo, sei que é um assunto delicado, mas queria que me ajudasse neste caso para ser mais rápido.
– Claro.
– O senhor realmente esteve com a Cecília?
– Sim, na Povoa tínhamos namorado por um tempo.
– E o que aconteceu depois?
– Uma rapariga com pais ricos apareceu para umas férias.
– E?
– Essa rapariga apaixonou-se por mim e eu, que na altura interessava-me mais por dinheiro, desisti da Cecília.
– E o que aconteceu depois?
– A minha relação com a Cecília piorou. Depois de umas semanas, ela desapareceu.
– E não sabia por que razão ela tinha desaparecido?
– Só agora. Gostaria de voltar a vê-la.
– Receio que não poderá ser possível, está casado.
– Eu sei, mas eu nunca me apaixonei pela mulher com quem estou casado, sempre gostei da Cecília.
– Pois, imagino como deve se estar a sentir.
– Não poderei só vê-la?
– Lamento, mas a Cecília, a mãe da professora, faleceu já faz algum tempo.
– Como é que isso aconteceu?
– Lamento.
O detective baixou a cabeça.
– Então está dizendo que a Cecília teve uma filha e que a filha é minha?
– Sim.
Nesse momento, o telemóvel do detective toca. Ele desculpa-se ao dono do terreno e atende a chamada.
– Fala Eduardo Almeida! ...  Está a falar a sério? Vou já para aí.
O detective termina a chamada.
– Desculpe, mas vou ter que sair.
– Claro.
– Obrigado pelo seu tempo.
– Nada. Quando quiser algo avise e tem aqui o meu contacto.
O detective pegou no cartão.
– Obrigado.
O detective saiu de casa do dono do terreno. A directora tinha ligado para ele. Tinham descoberto a aluna desaparecida e o culpado.


Fim do Capítulo 24.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Capítulo 22 e Capítulo 23

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).

Capítulo 22

Quarta feira... o detective encaminhou-se de novo para o café, a fim de ter a certidão de nascimento da mãe da professora. No fim do dia, foi analisá-la. E, para espanto, descobriu algo, no mínimo, estranho. A mãe da professora tinha falecido.
“Como é que isto pode ter acontecido?”
Pegou nas outras certidões e viu algo que suscitava as suas questões. O local de nascimento da mãe da professora de Espanhol e do dono do terreno era o mesmo. Povoa do Varzim. Coincidência? O detective achava que não. E as suas ideias/opiniões de detective davam uma resposta muito óbvia. A professora poderia estar a fazer uma vingança. No dia seguinte, iria falar com a directora. Teria que visitar a Povoa do Varzim, a fim de saber informações sobre o passado do dono do terreno e da mãe da professora Emília.

***

No dia seguinte, o detective estava a falar com a directora.
– Queria sair da escola, retirar-me por umas semanas. Será possível?
– Claro. Neste momento, de preferência, antes dos testes dos alunos. Mas porquê?
– Preciso de ir para o norte, mais precisamente para a Povoa do Varzim.
– Ora muito bem. Vamos pôr baixa médica?
– Claro.
– Quanto tempo necessita?
– Não tenho tempo exacto, mas mais de duas semanas.
– Muito bem. Três semanas chegam?
– Claro que sim. Obrigado.
– Pode ir já amanhã.
– Obrigado.
Apertou a mão da directora e saiu do gabinete.

Capítulo 23

Um dia passou, o detective estava a preparar a sua viagem para a Povoa do Varzim. Na escola, estava mais um dia de aulas. Sexta-feira, sem a aula de informática. Quanto aos alunos, esses estavam felizes mas confusos. O Tomás, o antigo amigo do Duarte, estava a namorar com a Melissa. Estranho... e talvez medo, mas até agora estava a correr bem. Mais confusões tinham aparecido, canetas desapareceram, papéis com ameaças entre outras coisas...

***

As três semanas passaram e o detective regressou ao colégio. Tinha novidades para contar à directora e a directora também a ele.
– Encontrei informações valiosas. – Disse ele.
– Eu tenho que lhe contar uma coisa.
– Claro, diga.
– Uma das alunas da turma da menina Vânia, está desaparecida.
O detective ficou estático.
– Como é que isso aconteceu?
– Não sei bem, ninguém sabe. A menina chama-se Daniela.
– Fique tranquila, irei resolver o caso. Agora quanto à minha viagem, estive a questionar os idosos que ainda moravam lá e descobri coisas interessantes.
– O quê?
– A mãe da professora Emília e o dono do terreno eram vizinhos e parece que se apaixonaram. Namoraram durante um tempo, quando aparece uma rapariga, filha de pais milionários que esteve a passar férias ali. Parece que o dono do terreno acabou por se casar com essa rapariga deixando a mãe da professora. Um idoso disse-me que a mãe dela estava grávida e decidiu fugir daquela vila, indo para Lisboa. O local de nascimento da professora Emília é Lisboa. O idoso achava que a mãe dela iria ser maltratada se os vizinhos e principalmente ele, o dono do terreno, soubessem. Isto tudo vem a comprovar o que eu pensava.
– Então o que vai fazer agora?
– Questionar o dono do terreno e tentar provar que foi a professora Emília que fez desaparecer a aluna.
A directora afirmou com a cabeça.
– Tenho a sensação que a professora Emília está a fazer uma vingança. Como não teve o apelido do pai, é bem provável que queira destruir a sua maior fonte de rendimento que é este colégio. Se não houver alunos não haverá trabalho, sem trabalho não haverá dinheiro. O colégio só funciona se tiver alunos.
– Claro.
– Quanto à aluna desaparecida, vá à PSP e comunique o caso.
– Eu já falei para o meu amigo, ele disse a mesma coisa.
- Ligue para ele e vá à esquadra, se quiser, eu tomo conta do colégio ou o professor de Literatura fará isso.
– Eu não ficarei muito tempo. Volto daqui a umas horas.
A directora foi à esquadra e os alunos continuaram as aulas.


Fim dos Capítulos 22 e 23.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Capítulo 20 e Capítulo 21

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).

Capítulo 20

Sábado chegou, às 16:00, o detective estava no café com o inspector.
– Boa tarde! – Saudou o inspector.
– Boa tarde!
– Daniel Machado. Esperava pela sua chamada.
– Então é o seguinte: a directora do colégio deu-me o seu contacto para me dar as informações que necessito para este caso.
– Claro. Há alguém que se arma em engraçado.
– Ando a tentar ter acesso à certidão de nascimento da professora de Espanhol.
O inspector afirmou com a cabeça.
– Por isso é que me adiantei e tenho aqui a cópia da certidão de nascimento dessa tal professora.
O inspector entregou os papéis ao detective.
– Obrigado. Irei analisar estes papéis e logo lhe comunico algo, se precisar de mais informação.
O detective saiu dali e foi ter ao seu escritório. Sentou-se na sua cadeira e começou a ver a certidão.
“Hum... Emília Alexandra Pires Alves. Nome da mãe, Cecília, nome do pai... Que raio?! Onde está o nome do pai? Ela é filha de pai incógnito? Que estranho! É filha única e é casada. Casada com Artur... Alves. Isto é o nome do professor de Literatura. Que coisa mais estranha!”
De uma coisa, o detective agora tinha a certeza: ela estava casada com o professor de Literatura. E se ela não tinha nome de pai, então ela podia ser filha ilegítima do dono do terreno.

Capítulo 21

Segunda-feira chegou e o detective foi falar com a directora antes das aulas.
– Quando tive acesso à certidão de nascimento dela, descobri algo.
– O quê?
– A professora de Espanhol está casada com o professor de Literatura.
– Eles dão-se tão mal.
– Deve ser só um disfarce, algo mais estranho ainda foi ver que ela não tem o nome de pai. Só tem o nome da mãe, o que pode significar que ela pode ser a filha ilegítima do dono do terreno. Mas não diga nada do que ouviu aqui.
– Claro.
– Queria lhe fazer umas perguntas.
– Claro, diga.
– É a dona disto ou foi arrendado?
– Foi arrendado.
– Hum... e sabe onde mora o dono?
– Mora aqui perto, chama-se Júlio Domingues.
– Obrigado pela sua informação.
Apertou a mão da directora e saiu do gabinete. Caminhou por entre o corredor e entrou na sala dos professores.
– Eduardo, será que o colega podia me ajudar aqui? – Perguntou a professora de Espanhol ao falso professor de informática.
– Claro. – Ele encaminhou-se para perto dela.
– Como faço isto?
– Clique no ficheiro, clique na terceira opção e está feito.
– Obrigado, Eduardo.
– Quando quiser, disponha. – Disse ele, sorrindo.
As aulas começaram e, depois de os professores saírem todos, o detective ligou ao inspector.
– Bom dia! Preciso de uma certidão de um homem chamado Júlio Domingues, dono do terreno. Encontramo-nos no café, amanhã às 20:00. Agora tenho uma aula. Até amanhã!
O detective desliga a chamada e vai dar a sua aula.

***

Um dia depois, de manhã, o detective vai ter com a directora.
– Desculpe incomodá-la, mas podia me dizer como é o historial do dono do colégio?
– Por que razão quer saber isso?
– Acho que talvez o pai da professora de Espanhol seja o dono do colégio. Se não for, porque razão ela faria isto?
– A professora está casada com o professor de Literatura, mesmo sabendo que é contra as regras.
– Sim, mas duvido que seja só pelas regras que impôs.
– Bem, o Júlio é um homem muito simpático, tem um feitio muito... digamos que é um homem muito fechado.
O detective afirmou com a cabeça.
– Obrigado.
Apertou a mão da directora e saiu do gabinete.

***

Eram 19:49 quando o detective entra no seu carro. O céu estava escuro e prometia chuva. O vento já estava a soprar levemente. Girou a chave na ignição e conduziu até ao café. A distância era curta. Assim que chega, estaciona no parque e sai do carro. O estacionamento estava quase vazio. Quando entra no café, encontra o inspector já sentado.
– Boa noite! Desculpe o atraso, nestas horas torna-se complicado sair do colégio.
– Não há problema.
O inspector entrega-lhe a certidão de nascimento de Júlio Domingues.
– Obrigado. Em breve lhe comunicarei para conseguir mais informações.
Deu um aperto de mão ao inspector e saiu do café. Entrou dentro do carro e conduziu até ao seu escritório. Ao entrar, pegou na pasta que continha a certidão de nascimento da professora de Espanhol e colocou as certidões, uma ao lado da outra na sua secretária. Sentou-se na cadeira e viu... enfim... nada. Nada era igual, nada comprovava que a professora fosse filha do dono do terreno. O detective respirou fundo vendo que tinha voltado à estaca 0, mas não se fizera de vencido. Algo estava estranho. A professora não tinha nome de pai na sua certidão e, se o pai dela não fosse o dono do terreno, por que razão ela estava a fazer isto? Pegou no seu telemóvel e ligou ao inspector.
– Boa noite! Desculpe incomodá-lo outra vez, mas podia me arranjar a cópia da certidão de nascimento da mãe da professora Emília? A que tem o nome de Cecília? Obrigado.
O detective terminou a chamada e respirou fundo. Não conseguia descobrir por um lado, iria por outro.


Fim dos Capítulos 20 e 21.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Capítulo 18 e Capítulo 19

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).

Capítulo 18

Uma semana passou. A directora tinha contratado um detective. Era quarta-feira e o detective iria se apresentar no colégio. Ao entrar, a directora saudou-o.
– Seja bem-vindo!
– Obrigado.
– Venha ao meu gabinete. – Disse ela, andando.
O homem seguiu-lhe e, ao entrar no gabinete, foi lhe pedido que sentasse.
– Chamo-me Eduardo Almeida.
A directora afirmou com a cabeça e contou o que se passava no colégio. No final, o detective disse:
– Queria lhe pedir uma coisa.
– Claro, diga.
– Para me infiltrar no colégio, poderia dar-me um cargo?
– Claro. Pode ser um professor de informática. Sente-se à vontade para isso?
– Claro.
– Então vou preencher uma hora nos horários dos alunos, misteriosamente só na turma da menina Vânia.
O detective agradeceu e saiu do gabinete da directora.

Capítulo 19

Uma semana passou, o detective tinha visto uma mensagem no espelho do quarto da Melissa e da Estela. Depois soube que a professora de Espanhol tinha dado um papel à Melissa que dizia a mesma coisa que todos os outros. Depois viu algo estranho e falou com a directora. 
– Neste colégio, os seus alunos podem se relacionar com as suas alunas?
– Não.
– E os professores?
– Não. É totalmente proibido. Porquê?
– Descobri que o professor de literatura, Artur, tem um caso ou talvez esteja casado com a professora de Espanhol, Emília. Além do mais, essa mulher de cabelo preto que assusta os alunos pode muito bem ser a professora.
– Como soube isso?
– Tive de entrar, descobrir os processos dos alunos e conhecer algo sobre os professores. Descobri algo muito estranho. Ela é filha ilegítima de um casal de ricos. Antes de este local ser um colégio, isto era uma terra pertencente a uma família rica. E, se reparar, a mulher que assusta os alunos tem cabelo preto e a professora Emília tem cabelo preto.
– E se for mesmo a professora Emília, por que razão ela faria isso?
– Por ser filha ilegítima, não tem direito a nada, sendo que os seus irmãos herdariam tudo.
A directora ficou chocada.
– Isto não é uma certeza, mas pode muito bem ser verdade. Vou tentar saber mais e logo lhe comunico alguma certeza.
– Claro.
– Vou tentar ter acesso à certidão de nascimento dela.
– Eu vou lhe dar o contacto de um amigo meu que é inspector na polícia judiciária. Vá ter com ele que ele sabe o que se passa aqui dentro. Ele o ajudará a obter a informação que necessita.
A directora deu-lhe o contacto e o detective saiu do gabinete.

***

Um dia passou, era quinta-feira, a Camila estava a entrar no seu quarto e, vendo a sua cama, viu uma das suas camisolas com uma tinta e algo que dizia o seguinte:
“És a próxima!”
A Camila gritou. Os amigos e a directora apareceram no quarto.
– O que se passa, menina Camila?
A Camila apontou para a camisola dela em cima da cama.
– Dê-me essa camisola!
A Camila deu-lhe a camisola e a directora saiu do quarto.
– Agora é a Camila, a seguir será quem?
A Zélia reparou que tinha desaparecido de novo a sua caneta de tinta vermelha.
– Mas onde é que ela foi parar?
Os amigos encolheram os ombros.
– Bem que eu gostava de saber quem é. – Disse a Vânia.
A Camila abriu a sua caixa com brincos.
– É esta a tua caneta?
– Sim, foste tu que a levaste?
– Claro que não. Eu não sabia onde ela estava.
– Foi essa engraçadinha que te tirou a caneta e a colocou na caixa da Camila para vocês discutirem. – Disse o Nelson.
– Que raiva dessa mulher, quem quer que seja.

***

Entretanto com o detective.
Marcou o número do inspector da PJ que a directora lhe deu.
– Bom dia! Daqui fala Eduardo Almeida, professor de informática do colégio.
– Bom dia! Estava à espera da sua chamada. Que acha de nos encontrarmos no café “A Bica” às 16:00 no Sábado?
– Claro. Lá estarei, com licença.
Ele terminou a chamada. No Sábado lá estaria.


Fim dos Capítulos 18 e 19.

Selo

Olá, Pessoal! Deixo aqui o selo que a Yumi, a Rafa e a Nanda me mandaram.


Regras:

Tem que passar a tag para 5 blogs;
Repassar com o selo (imagem);
Colocar o link de quem criou e de quem passou;
Assim que receber a tag, tem que repassá-lo no prazo de 1 semana;
Avisar ao blog que tem tag para eles;
Tem que criar 5 perguntas das quais os blogs escolhidos terão de responder.

Quem Criou: Lado Negro
Quem passou: The Rocker That Holds Me e Histórias Fanfics

Perguntas da Nanda:

1. Um dia inesquecível.
R: Quando nasci!

2. O que você jamais fazia?
R: Não faço ideia.

3. O que lhe faz ser especial? (Algo que você tem ou faz que lhe defina ou que lhe diferencie das pessoas que lhe rodeiam)
R: Ouço Eminem 25 horas por dia!

4. Você se lembra de quando recebeu seu primeiro comentário do blog? Se sim, como você se sentiu?
R: Sim. Achei que finalmente alguém via o meu trabalho.

5. Qual foi a coisa mais estranha que você já fez na vida?
R: Não faço ideia.

Perguntas da Rafa e da Yumi:

1- Qual foi a melhor história (sendo de livro ou fanfic) que você já leu?
R: Não tenho favorita.

2- Com quem você teria certeza que passaria o dia rindo (sendo famoso ou não)?
R: Não tenho ninguém em mente.

3- Qual é a música tema da sua vida?
R: Seria alguma do Eminem, muito provavelmente.

4- Quem você chamaria para o seu casamento se pudesse? O Obama ou a rainha Elizabeth II?
R: Elisabeth II.

5- O que achou do filme Em Chamas? Se não assistiu, se sinta envergonhado. E se não gostou, leia o livro, porque tenho certeza que mudará de ideia em 413 páginas (:
R: Não vi o filme, nem tenciono ler o livro. Não aprecio o género.

5 perguntas:

1- Que género de livro gosta mais?
2- É pior ser leitor/a ou escritor/a?
3- Escreve ou lê mais?
4- Tenciona ter o blog por quanto tempo?
5- O que deseja fazer em termos profissionais?

Blogs:

(Quem quiser comente abaixo).

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Capítulo 17

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).

Capítulo 17

Um dia passou. A Camila tinha chegado ao seu quarto com a amiga e colega de quarto, Zélia. Viu um papel na sua cama. Ao pegar nele, leu-o. Dizia o seguinte:
“És a próxima! Não pensas que foges!”.
– Zélia, estou com medo!
– Deve ser só uma miúda idiota que nos quer assustar.
– Espero que sim.
A Zélia viu o seu saco com canetas.
– Para onde foi parar a minha caneta de tinta vermelha?
A Camila encolheu os ombros.
– Tu não mexeste?
– Não. Para que é que queria a tua caneta vermelha, se tenho a minha?
– Isto é estranho.
Não era, efectivamente, nenhuma tragédia, uma vez que podia pedir aos seus pais que lhe levassem uma. No entanto, era estranho. Nesse momento, a Estela entra no quarto.
– Camila, esta caneta é tua? – Perguntou ela, mostrando a caneta.
– É minha. – Respondeu a Zélia, pegando na caneta da mão da Estela – Onde a encontraste?
– Digamos que, estava em cima de um papel escrito em cima da minha cama.
– Eu também recebi um papel, dizia que eu era a próxima.
– Há alguém que anda a gozar connosco. A policia está a começar a investigar. Bem, tenho de ir.
Ela saiu do quarto delas.

***

Entretanto na esquadra da polícia. Um homem alto e moreno de seu nome César Oliveira estava a falar com o seu colega.
– Temos um interessante problema em mãos, Rogério.
– Então?
– O colégio interno, mais conhecido de Lisboa, tem um engraçadinho.
– Como assim?
O colega deu-lhe uns papéis. Depois de os analisar, o polícia Rogério Pereira disse:
– Isto é muito estranho.
– E temos um gravador.
O polícia entregou o objecto ao colega.
– Tens a certeza que resolveremos este caso?
– Não sei, vou questionar as vítimas e veremos o que fazer, mas tenho pensado cada vez mais que um detective faria mais jeito nestes casos.
O colega afirmou com a cabeça.

***

Um dia passou e o polícia questionou os alunos e professores da turma. Algo não batia certo. Um aluno não levaria um gravador para o colégio. Se bem que os alunos já andavam a afirmar que poderia ser a Daniela, a rapariga solitária da turma, embora a policia não se convencesse. Depois do interrogatório, a polícia falou com a directora.
– Se quer que seja sincero, eu recomendaria um detective neste caso. Se bem que, quando soubesse o culpado, ligaria para a esquadra a fim de o levarmos.
A directora afirmou com a cabeça.
– Obrigado. Aqui tem o gravador.
O polícia deu um aperto de mão à directora e saiu do colégio.


Fim do Capítulo 17.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Capítulo 16

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).


Capítulo 16

Uns dias passaram, o Duarte já tinha saído da escola e o Tomás tinha pedido desculpa pelo que o seu amigo tinha provocado. Lá fora, o vento estava a bater nas janelas dos dormitórios. Estava um dia de inverno. O céu estava escuro e prometia chuva. Estava tudo quieto. Até que um grito da Melissa despertou os sentidos de todos.
– Credo, estás pálida! – Exclamou, preocupada, a Estela.
– Eu vi a mulher de cabelos pretos. Vou contar à directora. – Disse a Melissa, encaminhando-se rapidamente para o gabinete.
– Como assim? Menina Melissa, está a dizer que viu a mulher?
– Sim.
Nesse momento, ouve-se um grito. A directora sai do seu gabinete, juntamente com a Melissa. A Estela mostrou um gravador.
– Olhem, isto começou a emitir uma voz meio rouca de mulher. – Explicou a Estela.
Ela apertou no botão de Play. “Pensaram que era fácil? Agora sofrerão as consequências?”
– No outro dia ouvimos isso. – Disse a Melissa.
– Sim, foi alguém que deixou o gravador aqui e nos quis assustar. – Disse a Estela.
– Dêem-me esse gravador.
A Estela deu o gravador à directora.
– Irei chamar a polícia. Quero que os meus alunos se sintam protegidos. – Disse ela às meninas, saindo do quarto.
Horas mais tarde, a polícia entra dentro do colégio e questiona a directora. Esta dá-lhes o gravador. As buscas iriam começar!


Fim do Capítulo 16.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Capítulo 15

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).


Capítulo 15

– Nelson – Disse a Melissa, de cabeça baixa – Desculpa. Desculpa, Vânia. E ainda bem que regressaste.
– Obrigada. – Disse a Vânia.
– Nelson. – Chamou a Melissa.
– Sim?
– Será que dá mais uma oportunidade?
Ele respirou fundo.
– Não, Melissa, não dá.
– Desculpa. – Disse ela, saindo do refeitório.
A Vânia olhava espantada para o Nelson.

***

Enquanto isso, a directora estava no gabinete com o Duarte.
– Menino Duarte, não tenho outra solução senão expulsá-lo deste colégio.
– Não, directora, não pode.
– É a única solução, os meus alunos não podem se relacionar dessa forma com as minhas alunas. Vai contra as regras do colégio.
O Duarte respirou fundo.
– Tudo bem, eu vou.
– E, pelo caminho, chame a Vânia para aqui, por favor.
O Duarte saiu do gabinete da directora. Encontrou a Vânia com o Nelson na saída do refeitório.
– A directora chama-te. – Informou ele.
– Foste expulso? – Perguntou o Nelson.
O Duarte apenas olhou para ele com um olhar cortante, depois saiu.
– Nelson, estou com medo. – Admitiu ela.
– Conta a verdade à directora. Já não adianta esperar. – Disse ele, abraçando-a.
Ela afirmou com a cabeça e foi ter com a directora. Chegando ao gabinete, bate à porta e é concedida a entrada. Ela entra calmamente, fecha a porta e senta-se na cadeira.
– O que queria de mim, directora?
– O que se passou consigo, menina Vânia? Desapareceu e só agora de noite é que voltou a aparecer. Por acaso não saiu do colégio, ou saiu?
– Não, directora. Eu estive trancada na cave do colégio.
A directora colocou a mão na boca, apavorada.
– Quem a meteu lá?
– Não me lembro muito bem, mas foi uma mulher de cabelo preto.
– Reconheceu?
– Não, directora. Há alguém que nos assusta. A mim e à Melissa. É a mesma mulher de cabelos pretos.
– Isso é muito estranho, mas quando houver mais alguma coisa estranha, avise-me.
– Ok, directora.
E a Vânia saiu do gabinete da directora. Caminhou por entre o corredor e viu o Nelson no quarto dele.
– Então... como correu? – Ele estava sentado na sua cama a ver um álbum de fotos.
– Contei sobre a rapariga de cabelos pretos. Contei a verdade.
Ele sorriu.
– Preciso de falar contigo. – Ela sentou-se na cama dele.
– Deixa-me adivinhar, é sobre nós?
Ela afirmou com a cabeça.
– Tu provaste que o Duarte não valia nada.
– Eu pensei e vi que ele não prestava. Tenho que agradecer à Fabiana pelo que fez.
– Tu mudaste, Vânia.
– Achas que sim?
Ele afirmou.
– Bem, tenho de ir. Tenho de falar com a Fabiana.
Ele agarrou-lhe o braço.
– Espera!
– Nelson. – Disse a Vânia, calmamente – Eu tenho de ir.
– Não, tens tempo. Nós precisamos de conversar.
– Eu mudei por causa de ti, mas o tempo não volta atrás. Os erros estão feitos.
– E eu faria um se dissesse sim à Melissa.
A Vânia olhou para ele.
– Acho que está na altura de te dar uma hipótese. – Disse ele, beijando-a.
Nesse momento, aparece a Fabiana com a Estela, a Melissa e os irmãos do Nelson.
– Ups. – Disse a Estela, desviando o olhar.
– Eu sei. – Sussurrou o Fábio para a Estela – Quase gostava mais dela quando estava sob o poder do Duarte. Mas acho que será melhor assim. O Nelson vai doer menos que o Duarte.
– Fabiana, amigos, peço desculpa, eu tinha ficado meio doente com o Duarte. – Disse a Vânia, levantando-se da cama do Nelson.
– Eu também, Vânia. Sejam felizes. – Disse a Melissa.
– O quê? – A Vânia não estava a perceber.
– Tu e o Nelson. Estou contente, aliás estamos todos contentes que vocês já fizeram as pazes.
– Obrigada.
O Nelson sorriu.
– Há alguém que precisa de conversar. – Disse a Fabiana, olhando para a Estela e para o seu ex namorado.
A Melissa empurra-os para fora do quarto.
– Falem no meu quarto. Até já.
Eles olharam um para o outro espantados e encaminharam-se para o quarto da Melissa e da Estela.
– Hum... então, diz-me lá, como é que lhe tentaste mandar o copo com água?
– Não sei, Estela. Na altura, pareceu-me boa ideia.
– Mas como é que sabias? – Perguntou ela – Isto é, como é que soubeste que eu não estava a fingir? Para ele ser apanhado desprevenido, sob um falso sentimento de segurança?
– Queres dizer, para além do facto de ele estar prestes a beijar-te? – O Fábio levantou a sobrancelha –Sem tu fazeres o mais pequeno gesto para o impedir? Sim, acho que compreendi o que estava a acontecer.
– Eu acabaria por me libertar. – Garantiu-lhe ela, com uma confiança falsa – mal sentisse os lábios dele.
– Não – Contestou o Fábio. Ele sorriu para ela – não o farias. Admite, Estela. Precisaste de mim naquele momento.
Os rostos dos dois estavam próximos. Em vez de ela se sentir meio estranha, o coração dela estava a vacilar.
– Pois. Acho que precisei.
– Fazemos uma boa equipa. – Observou o Fábio – Não achas? Quer dizer, temos que nos unir outra vez para descobrirmos quem é a mulher de cabelos pretos que nos atormenta.
Ela engasgou-se. Não conseguia evitar.
– É verdade. E desta vez não virá só atrás de nós, raparigas. Também, talvez, virá atrás de vocês. De ti e dos teus irmãos.
– Deve ser só uma engraçadinha!
– Fábio! – Protestou ela – Isto é a sério! Essa mulher pode estar a preparar-se para nos assustar a qualquer momento e estamos a perder tempo a celebrar a nossa vitória contra o Duarte. Temos de começar a prepararmo-nos! Temos de planear um contra-ataque ou algo para a desmascarar. Temos...
– Estela – Interrompe o Fábio – A mulher pode esperar.
– Mas...
– Estela – Voltou a cortar o Fábio – Cala-te.
E ela calou-se. Ela estava com ele. Além disso, ele tinha razão. A mulher assustadora de cabelos pretos podia esperar... ou talvez não.


Fim do Capítulo 15.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Capítulo 14

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).


Capítulo 14

O fim-de-semana passou. Segunda-feira chegou e a Vânia ainda não tinha aparecido. Estavam todos preocupados. De noite, a hora do jantar estava a chegar. A Estela estava sentada já com o jantar à sua frente. O Fábio foi ter com ela. Segurava dois copos de água, um em cada mão. Entregou-lhe um dos copos e depois disse:
– Esqueceste-te disto.
Ela verificou. Na verdade tinha-se esquecido do copo de água. Não disse nada a ele, limitou-se a dar um gole à água. Ela estava a cometer um erro, ela e a Fabiana, ao deixarem o Fábio fazer aquilo mas... ele tinha qualquer coisa que o distinguia do resto dos desportistas burros do colégio. Talvez tivesse sido a maneira como a salvou no refeitório no outro dia. Ou talvez seja só o aspecto dele quando apareceu no refeitório e teve a gentileza de lhe dar o copo com água que ela esqueceu. Enfim... a Fabiana não parava. Estava a agir pela primeira vez na vida como uma boa amiga. Uma boa amiga para a Estela. Olhava para ela, contava piadas e tentava enfiar notas de 10 euros no bolso das calças do Fábio para ele sair com a Estela algum dia. Enfim... a ex namorada dele a fazer isso era, no mínimo, estranho. Coisa que, francamente, lhe fez decidir que gosta mais da Fabiana quando ela não se tornava muito simpática, extremamente simpática. Ainda assim, ela sabia que estava a cometer um erro por não mandar o Fábio imediatamente embora. Aquilo não era trabalho para amadores.
– Então – Começou o Fábio, enquanto estavam sentados numa das mesas do refeitório sem tocar no jantar em silêncio, o que se tornava desconfortável – Como é que as coisas vão acontecer, já agora?
– Quando a Melissa chegar e eles se sentarem um ao lado do outro nós actuamos. – Informou a Fabiana – É simples e fácil.
– Está bem.
À Estela ocorreu-lhe pela primeira vez que o Fábio pode estar no refeitório com ela por razões diferentes e não por querer libertar a namorada do irmão (ou a ex namorada) do feitiço de um idiota. Só que... será possível uma coisa dessas? Isto é, ele é o Fábio e ela era a nova aluna. É certo que ele gosta dela, mas não gosta dela. Não podia. Não pode. Provavelmente ela só terá mais 20 minutos de vida. A não ser que qualquer coisa altere radicalmente aquilo que tinha quase a certeza que iria acontecer.
Corou.
– Talvez seja melhor manteres a Melissa ocupada – Recomendou a Estela para o Fábio, esperando que ele não reparasse nas suas bochechas vermelhas – enquanto tratamos do Duarte. Não queremos que ela se atravesse à nossa frente só para o tentar salvar.
– Foi por isso que o Nelson veio. – Observou o Fábio, olhando para o irmão que estava a olhar para o seu prato com um olhar triste. Tal como todos os outros amigos, ele só estava à espera que a Melissa e o seu acompanhante idiota chegassem.
– Mesmo assim – Insistiu a Estela – Não quero que estejas perto de mim quando... tu sabes.
– Eu ouvi-te nos primeiros 10 milhões de vezes que me disseste isso. – Murmura o Fábio – Eu decorei o que disseste. Foste extremamente clara.
Não conseguiu evitar estremecer. Ele não se estava a divertir. Via-se bem. Bem, e depois? Ele pediu para que ela não fugisse e ela não podia dizer que não agora.
– Eu não consigo ficar aqui, Raul, eu vou ter com a Zélia. – Disse a Camila, dando um beijo ao namorado.
– Dizem que a Zélia anda com o miúdo solitário da turma. – Disse a Fabiana.
– E andam de verdade, mas eu vou tentar ficar a sós com a minha melhor amiga e colega de quarto. – Disse ela, saindo.
– Fiquem descansados, ela não vai contar nada. – Tranquilizou o Raul.
A Estela colocou a mão na testa.
– Esqueci-me de uma coisa no meu quarto.
– Eu vou contigo. – Disse o Fábio.
– Posso ir com vocês? Preciso de saber se a Vânia está no colégio trancada em algum sítio. – Disse o Nelson.
Eles saíram do refeitório. O Fábio e a Estela entraram no quarto dela e o Nelson seguiu pelo corredor. Ela estava demasiado aturdida para ter dito ao Fábio que não podia ir com ela. Mas, à medida que o choque inicial ia passando, descobriu que não queria impedi-lo. Sentia-se atordoada quando se apercebia de que gostava da sensação de estar ao lado do Fábio. Sentia-se bem. Sentia-se segura. Sentia-se quente. Não se sentia a nova aluna. Apenas ela. A Estela. Era uma sensação à qual se podia habituar.
– Estela. – Disse o Fábio, devagar.
Ela olhou-o sonhadora. Não acreditava que nunca reparou em como ele era atraente, ou talvez tenha reparado, mas nunca ficou realmente registado, porque um tipo como ele iria alguma vez ver uma rapariga como ela? Nunca, nem mesmo um milhão de anos, ela imaginaria que chegaria perto do Fábio. E ele só podia sentir pena dela. Mas ainda assim.
– Hum. – Murmurou, sorrindo para ele.
– Eu – O Fábio, por alguma razão, parecia desconfortável – estava a pensar se, tu sabes, quando isto tiver acabado tudo e tiveres tirado a fama ao Duarte, e a Vânia e o Nelson estiverem novamente juntos, se gostarias de, hum...
O que estava a acontecer? Estará ele prestes a convidá-la para sair? Como um encontro a sério? Não, não estava a acontecer. Era um sonho, ou algo do género. Num minuto ia acordar e ia tudo desaparecer. Porque como é que uma coisa destas é sequer possível? Não conseguia respirar com a certeza absoluta de que ia destruir qualquer que seja o feitiço sob o qual ambos estavam se o fizer...
– Sim, Fábio?
– Bom – Ele era incapaz de manter o contacto visual por mais tempo – se gostarias de, tu sabes, talvez andarmos...
Enquanto eles estavam a falar, o Nelson tinha encontrado a Vânia. Ela estava fechada dentro da cave do colégio. Quando o Fábio disse aquilo à Estela, uma pessoa com voz familiar tinha aparecido no quarto dela.
– Com licença. Mas posso falar com a Estela?
A Estela fecha os olhos, irritada. Não acreditava no que estava a acontecer. Num momento tão importante da vida dela, alguém teve de interromper. Mas, para ela, tinha acabado.
– Olha – Reagiu, virando-se para encarar o Duarte – Como te atreves a aparecer assim sorrateiramente...
A voz dela apaga-se. Ele estava a tentar seduzi-la. A tentar? Ele estava a conseguir. É verdade que não era o Fábio. Mas olhava para ela de uma maneira que deixava bem claro que estava a querer algo. Ela, quando dá por si, o Duarte já estava a levá-la para fora do corredor de mão dada com ela. Chegou ao refeitório, com ela ainda de mão dada.
– Estou tão contente por finalmente termos oportunidade de nos conhecermos. – Disse-lhe o Duarte a fazer uma voz que parecia acariciar-lhe. Tinha deixado todos para trás: O Fábio, o Raul, o Nelson, a Melissa estava a olhar com olhos de ciumenta, a Fabiana, que olhava boquiaberta, a Camila e a Zélia e até o amigo do Duarte, o Tomás.
– Vês? – Continua o Duarte, enquanto se sentava com ela numa mesa do refeitório – Não sou assim tão aterrador, pois não? Na verdade, sou exactamente como tu, simpático.
Ela já estava embalada. Ele era um idiota. Ela não podia estar ali, mas era um perigo doce. De repente, sente a sua camisola molhar.
– Ai – Gritou e virou-se. Foi o Fábio que lhe tinha mandado um copo com água à blusa.
– Desculpa – Intervém o Fábio – Falhei.
Um grito recuperou os sentidos da Estela.
– Esse Duarte é um idiota. Brincou com todas as raparigas deste colégio. – Era a Vânia.
A directora olhou para ela, assustada, mas não disse nada, apenas ouvia a conversa dos alunos.
– Ele meteu-se em inúmeras confusões, por pouco não foi preso. – Disse a Fabiana, séria.
– Foi assim que teve fama. Uma cara bonita, desportista e já está. – Disse o Raul.
A directora interrompeu, dizendo simplesmente:
– Duarte, no meu gabinete agora. – Numa voz calma.
O Duarte mandou um olhar cortante para o Fábio e para a Vânia e saiu. A Estela respirou fundo.


Fim do Capítulo 14.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Capítulo 13

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).


Capítulo 13

O Nelson estava com a Vânia no quarto dela.
– Tu estás bem? – Perguntou ele, preocupado.
– Óptima. – Respondeu ela, a sorrir.
Houve silêncio. Era constrangedor. A Vânia encerrou-o com um assunto sério. Para ela.
– Foi verdade o que disseste?
Ele não sabia ao que ela se estava a referir.
– Que gostavas de mim e eu troquei-te pelo Duarte.
Ele afirmou com a cabeça. Estava com receio da reacção dela. A Vânia simplesmente sorriu.
– Achas que vou acreditar nisso? Tu estás com a Melissa, a minha inimiga.
– É tua inimiga e ela nem te fez mal.
– Ela fez-me mal! Quando me tentou pregar sustos.
O Nelson abanou a cabeça.
– Vânia, não foi ela. Há algo neste colégio que me assusta. – Admitiu ele – Há algo que não bate certo. A Melissa viu a mesma rapariga que tu e só as duas é que a viram. Parece que pregaram sustos uma à outra, mas aquilo que vi no teu espelho do quarto já não podia ser a Melissa. Há qualquer coisa neste colégio que nos manda embora.
– Não desvies a conversa.
– Eu não estou a desviar a conversa. Se queres mesmo saber, sim, gosto de ti, mas foste tu que mudaste por quereres ser a popular e não quereres saber dos outros com esse ar de miúda mandona. E desisti de ti sim, desisti da nossa relação. Eu era popular, mas acima disso estavam os meus amigos, os meus irmãos e, principalmente, tu. Mas tu decidiste mudar. E decepcionei-me.
A Vânia calou-o, abraçando-o. Desabou a chorar.
– Desculpa, eu não dei valor às coisas que estavam na minha vida, às pessoas importantes que estavam na minha vida. Agora é tarde e ninguém me vai ajudar a sair do poço sem fundo.
– Nunca é tarde para mudar e tu... – Deixou de a abraçar, agarrou nas mãos dela e olhou para os seus olhos – ... tu podes te ajudar. Só tu.
“Só eu me podia ajudar? Como assim?” – Pensou ela. Ele saiu do quarto dela sem lhe dizer nada. Ela adormeceu um tempo depois e não reparou que a Fabiana tinha entrado no quarto e se deitado.

***

Umas horas passaram, a Melissa estava na cama dela... com o Duarte. A Estela, ao acender a luz do abajur, assustou-se.
– O que ele está a fazer aqui contigo? – Gritou ela.
Os dois acordaram.
– Estela? Pára de olhar assim para mim! – Pediu a amiga.
– O que é que esse... Duarte está a fazer contigo?
– Acabámos por adormecer, desculpa se te incomodámos, Estela. – Respondeu ele.
– Não me dirijas a palavra, Duarte. – Disse a Estela, apontando o dedo para ele.
– Pára com isso, Estela. O Duarte é um amigo.
- Um amigo?
A Estela não acreditava no que estava a ouvir. Enquanto pensava nisso, os seus pensamentos foram cortados com um grito.
Eles levantaram-se e a Estela reparou que o grito tinha sido do quarto da Fabiana e da Vânia. A directora entrou no corredor a correr, com os seus passos rápidos e abriu a porta do quarto.
– O que se passa aqui? – Quis saber a directora, com um olhar preocupado.
– Tive só um pesadelo, directora. – Respondeu a Fabiana.
– Tenha calma, menina Fabiana. Foi só um pesadelo. – Olhou de relance para a cama da Vânia e não a viu lá deitada como devia – Onde está a menina Vânia?
Todos olharam para a cama dela. A Fabiana gritou.
– Acalme-se, menina Fabiana.
– Não pode ser! – Gritou ela.
– O que se passa? – Perguntou o Fábio.
– Directora, eu vou acalmar-me, fique descansada. – Disse a Fabiana.
– Tem a certeza, menina Fabiana?
A Fabiana afirmou com a cabeça.
– Então eu vou. Meninos, preparem-se! Têm de ir para casa dos vossos pais.
A directora saiu, seguida pelos outros alunos. Apenas ficaram o Nelson e os irmãos, a Estela, a Melissa e a Camila.
– O que se passou? – Perguntou o Fábio.
– Eu tive um pesadelo com uma rapariga de cabelo preto a levar a Vânia.
– De cabelo preto?
O Nelson lembrou-se do que a Vânia e a Melissa falaram.
– Tinha vestido branco? – Perguntou a Melissa.
– Sim.
– Então só pode ser a menina que eu tinha visto.
– E a Vânia. – Acrescentou o Nelson.
– A Vânia?
O Nelson contou tudo aos amigos. Era um mistério.
– Mas por que gritaste quando viste que a Vânia não estava na cama?
– Porque eu tive um pesadelo que ela saía do quarto completamente arrastada por essa rapariga de cabelo preto.
Os amigos olharam uns para os outros.
– Isso não tem cabimento. – Disse a Camila.
– Este colégio tem alguma coisa estranha. – Disse o Raul.
– Pois isto é tudo muito bonito, mas onde estará a Vânia? – Perguntou o Nelson.
Todos se olharam.
– Ela não podia ter desaparecido. – Disse o Nelson.
– Se calhar o meu pesadelo foi para a realidade.
– Mas que rapariga é essa? – Perguntou a Estela.
– Era o que eu queria saber. – Disse a Melissa.
– Era o que todos queriam saber. – Disse o Fábio, respirando fundo.
– Agora, o que fazemos com o Duarte? – Perguntou a Estela.
– Com o Duarte? Parem com isso! – Exclamou a Melissa.
– Melissa, tu podes ter ficado com o Duarte por uma noite, mas só isso.
– A Melissa, o quê? – Perguntou o Nelson, sem acreditar.
– Sim, Nelson, eu passei a noite com o Duarte e, se quiseres, acabamos já.
“O quê? Acabamos já? É assim?” – Pensou ele. Ele não conseguia acreditar no que estava a ouvir. A Melissa a fazer aquilo? Mas quem era ela verdadeiramente? Parecia a Vânia. Ou melhor, parecia pior que a Vânia. Era inacreditável.
– E acabamos mesmo. – Disse ele.
– Bem, na segunda-feira à hora do jantar vamos tentar fazer algo para o Duarte ser descoberto. – Disse a Fabiana.
– Eu estou fora disso. – Disse a Melissa, saindo do quarto da Fabiana.
Eles arrumaram as coisas para passarem o fim-de-semana em casa dos pais. A Vânia continuava desaparecida e a directora estava preocupada. A Vânia devia estar com ela, já que tinha ficado de castigo. Algo estava estranho.


Fim do Capítulo 13.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Capítulo 12

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).


Capítulo 12

Elas encaminharam-se para uma sala de aula com ele atrás. Entraram dentro da sala e fecharam a porta. Estavam fechados numa sala. Se a directora os visse levavam um castigo. Não que isso fosse importante, pois o Fábio já lhes tinha dito que não se ia embora enquanto não soubesse a história toda. O problema é que, naquele momento, ele já não sabia o que pensar. Por um lado, sentia-se aliviado por o Duarte não levar a Estela, mas, por outro, ele podia ser capaz de fazer isso à força, bastava querer.
– Sabias que os alunos têm os seus processos? – Perguntou a Fabiana para o Fábio.
Ele afirmou com a cabeça. Tantas perguntas! Tantas perguntas e tão poucas respostas. Como a nova que acabava de lhe ocorrer: Como é que ia conseguir que a Estela olhasse para ele, da mesma maneira que a Vânia estava a olhar para aquele tipo, o Duarte?
– O Duarte é filho de um pai polícia. – Disse a Fabiana.
– Isso já toda a gente sabia. – Respondeu o Fábio.
– Mas o que não sabes é que ele meteu-se em muitas confusões, por pouco não foi parar à cadeia.
– Mas ele é menor.
A Estela abanou a cabeça.
– Ele já tem 18 anos. Chumbou por causa da quantidade de confusões em que se meteu.
– Os pais, para castigo, meteram-no neste colégio por ser um bom colégio e educar bem os alunos. –Continuou a Fabiana.
– Mas que confusões?
– Uma delas foi ter traído o melhor amigo dele. Ele dormiu com a namorada do melhor amigo. – Disse a Fabiana.
– A rapariga não fez nada?
– Claro que não. Ela era a mais popular do colégio deles. O Duarte apareceu na escola e tornou-se no mais popular, deixando o melhor amigo para trás, além de que ela preocupava-se mais por continuar a ser popular do que com o namorado. – Disse a Fabiana.
O Fábio estava espantado.
– A Vânia...
– Sim, a Vânia é a mais popular deste colégio e ele deve ter pensado que ela era como todas as outras miúdas populares. Ela apaixonou-se por ele, infelizmente.
– Mas tu também és popular. Ele podia ter tentado algo contigo.
– Sim, mas eu desde o principio que dizia que odiava rapazes como ele, e é verdade.
– Porque é que o Duarte não levou a Estela quando a viu? Eu não causo medo.
Isto era uma das coisas que andava a incomodar-lhe.
– Porque ele deve ter descoberto algo. Talvez também por estar lá a Vânia e não ver a sua presença. –Respondeu a Estela.
O Fábio estremeceu. Não conseguia evitar.
– Não vos preocupa que, com a Vânia a ter estes pensamentos de o Duarte ser o melhor, possa a pôr em perigo?
A Fabiana afirmou com a cabeça.
– A Vânia pode ter um ar de durona, mas é sensível.
Houve silêncio.
– Então – A Fabiana olha para o Fábio – Acreditas em nós agora?
– Acredito. – Afirmou. Na verdade não conseguia acreditar no que elas diziam, embora saber que elas não podiam estar a mentir.
– Óptimo. – Disse a Fabiana – Talvez seja melhor não contares isto a ninguém. Agora, se não se importam, podiam ir para a cama.
E saiu da sala, fechando a porta de seguida. A Estela sorriu para ele.
– Obrigada por me teres salvo do Duarte.
– De nada. Quando quiseres, estou aqui.
O rosto dela transformou-se em preocupação.
– Fábio, – Começou ela. E havia qualquer coisa no modo como os seus lábios formavam o seu nome que o fazia sentir-se um tanto ou quanto louco... como se quisesse abraçá-la – Agradeço. Agradeço mesmo. Mas é demasiado perigoso.
– Eu não quero saber se é perigoso.
– Fábio, – Ela abanou a cabeça – Não compreendes. Não te posso deixar que arrisques a tua vida dessa maneira. Para mim é diferente, pois eu e a Fabiana sabemos a verdade, mas tu não compreendes.
O Fábio fez parar a Estela.
– Diz-me só que não vais fugir de mim.
Ela fixou os seus olhos nos olhos dele.
– O quê?
– Desculpa, – Disse – mas não vais fugir de mim, agora que sei a verdade.
Ele deve ter tido um aspecto aterrador, pois ela só disse:
– Está bem. Mas vais sofrer.
Ela teve a última palavra o que, para ele, era óptimo. Ela podia ter a última palavra. Agora ela não iria fugir dele.


Fim do Capítulo 12.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Capítulo 11

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).


Capítulo 11

A Vânia não acreditava no que estava a acontecer! Quer dizer, ela estava no refeitório a falar com o Nelson. O seu ex e namorado da inimiga dela. Que, aparentemente, a Melissa estava a ignorar.
– Agora a sério, Vânia. – Nelson observou-a com os seus olhos castanhos. Era engraçado que, até aquele dia, nunca se tinha apercebido de como ele era atraente. Não era o Duarte, mas ia-se arranjando bastante bem, com bom físico e também popular.
– Qual é o problema? – Perguntou ele – Sei porque não gosto do Duarte. Ele roubou a minha namorada, mas e tu?
– É pessoal. E nós já acabámos a nossa relação. Foste tu que começaste o namoro com a Melissa. – Respondeu-lhe.
Por um lado, ela estava agradecida por o Nelson a ter salvado. Mesmo que ele não o saiba. O Duarte tê-la-ia batido, talvez. A não ser que conseguisse brincar com ela primeiro. Coisa que, conhecendo o pai que ele tem, ainda iria presa.
– Tu conheces este rapaz nem há um dia, Vânia.
– Ele é perfeito!
A conversa dos dois tinha piorado. Nesta altura, eles já estavam a discutir no corredor. Ele tinha de engolir com força para não deixar que o vómito subisse pela garganta.
– Ninguém é perfeito.
O Fábio e a Estela, que estavam a conversar, ouviram a discussão. Quando o irmão respondeu aquilo, ao Fábio viu-se cortada a oportunidade de dizer o mesmo.
– O Duarte – Começou a Vânia a delirar, com os olhos a brilhar – É tão lindo, e inteligente, e maduro, e amoroso.
Agora é que aconteceu. O Fábio tinha ouvido mais do que era capaz de aguentar.
– Vânia! – Gritou – Cala-me essa boca. O Nelson tem razão. Nem sequer conheces o tipo. Porque, se o conhecesses, nunca dirias que é amoroso.
– Mas é – Insiste a Vânia, zangada – Tu nem sequer o conheces.
Dois segundos mais tarde viu-se a Fabiana a agarrar a Vânia pelos ombros e a sacudi-la com força. Ela era alta e magrinha, mas podia com a amiga. Ela queria meter-lhe alguma inteligência na cabeça, nem que fosse à força.
– Ele contou-te, não foi? Pensas que eu gosto dele. Mas ele não presta.
– Eh lá – O Raul estava a tentar despregar as mãos da Fabiana dos ombros da Vânia – Ei, vá lá. Vamos acalmarmo-nos.
A Vânia libertou-se com um puxão. Estava com uma expressão de triunfo.
– Sim – Grita ela, com uma voz triunfante – Ele contou-me e avisou-me sobre pessoas como tu, Fabiana. Pessoas que não compreendem, não sabem como ele é. Ele pode ser um idiota...
– Oh meu Deus! – A Fabiana estava em pulgas para lhe dar um estalo. A única razão para não o fazer foi o Raul ter-lhe prendido o braço, quase como se tivesse lido os seus pensamentos – Vânia, tu sabias? E, mesmo assim, estás com ele?
– Claro que sim. Ao contrário de ti, Fabiana, tenho uma mentalidade aberta. Não tenho preconceitos em relação a pessoas como ele, como tu tens.
– Mentalidade aberta? Preconceitos? Pessoas como ele?
Se não fosse o Raul estar a controlá-la e a murmurar: “Ei, vai com calma”, atirava-se a ela e tentava enfiar-lhe um pouco de senso comum naquela cabeça oca. Ainda diziam que as louras são as burras. A Fabiana era loura e era mais esperta que a Vânia, morena.
– Por acaso, ele disse-te qual era a vida dele? Ele goza com todas. Tu és a única que não percebe.
– Sim, eu sei, mas ele mudou.
– Oh, Vânia! – Nem acreditava no que estava a ouvir. Bem, quer dizer, acreditava, tendo em consideração que se tratava da Vânia. Ainda assim, pensava que nem mesmo ela seria tão ingénua ao ponto de cair numa destas – Isso é o que todos eles dizem. Há séculos que contam essa história às mulheres. “Tu és a única”. É só treta.
– Esperem aí – A mão do Raul deixou de agarrar o braço da Fabiana. Infelizmente, agora que ela estava livre para o fazer, já não tinha vontade de bater na Vânia. Tinha nojo – O que se passa aqui? Isso é verdade?
– Sim, o Duarte é verdadeiramente assim. E nem queiras saber o que descobri mais, juntamente com a Estela, acerca dele. – Disse a Fabiana.
O Raul olhou para a Fabiana sem acreditar, enquanto, ao seu lado, o Fábio assobiava.
– Eu sabia que aquele tipo tinha qualquer coisa que não me agradava.
– Parem com isso! – Grita a Vânia – Todos vocês! Ouçam o que estão a dizer. Fazem ideia da idiotice com que soam? Sim, o Duarte goza com todas, excepto comigo, mas isso não vos dá o direito de gozar connosco. Eu não matei ninguém, só estou com ele.
– Oh, meu Deus. – Suspirou a Fabiana – Isso é só mais uma história das dele, Vânia. Não percebes? Todos eles dizem isso. E ele não gosta de ti.
– Eu gosto de ti – Declarou o Nelson, com a voz a tremer na palavra eu – E tu trocaste-me por um idiota?
– Vocês não compreendem. Nós os dois amamo-nos e quando for o nosso primeiro encontro vou levar um vestido lindo e...
– Acho que vou vomitar. – Avisou o Nelson, sussurrando no ouvido do irmão, Fábio.
– Não vais, não. – Cortou a Fabiana – Vais levar a Vânia para o quarto dela. Quando ela adormecer eu irei para a cama também. O resto, tudo para os dormitórios, antes que a directora nos veja.
Todos foram embora. O Nelson pegou na Vânia pelo braço e começou a levá-la embora. O Fábio ficou na mesma. Não se mexeu. Nem a Estela.
– Precisas de alguma coisa de mim, Fábio?
A Estela olhou para o Fábio.
– Eu vou já para a cama. – Disse a Estela, mas o Fábio pegou-lhe pelo braço.
– Fica aqui. Preciso de falar com vocês as duas. Podem começar pelo princípio. Quero saber tudo. O que descobriram? Porque se o que me estão a contar é verdade, se não fosse eu, a esta hora a Estela estava com o Duarte e a trair a Vânia. Por isso, comecem a falar.


Fim do Capítulo 11.

sábado, 5 de outubro de 2013

Capítulo 10

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).

Capítulo 10

Um dia passou, a directora falou com a turma e disse que iam entrar mais dois rapazes. Chamavam-se Tomás e Duarte. Eles eram de Lisboa. Os rapazes chegaram à escola e partilharam o mesmo quarto. Eram amigos. Um novo ano estava a começar para estes dois rapazes.
A primeira aula começou e o Duarte pediu à Vânia para lhe mostrar a escola. A Vânia mostrou-se prestável e acompanhou-o. A Fabiana comentou algo com a Camila e com a Zélia.
– O que acham daquele rapaz?
– Um pouco convencido. – Respondeu a Camila.
– Parecem ter cara de mafiosos. O Duarte e o Tomás. – Disse a Zélia.
As outras duas concordaram.
– Meninas, por não gostarem deles não quer dizer que sejam mafiosos. – Disse o Raul, indo para perto delas, com os irmãos, a Melissa e a Estela.
– Esse tal de Duarte faz-se acompanhar pela minha melhor amiga. – Disse a Fabiana, cruzando os braços.
– A Vânia? – Perguntou o Nelson.
– Sim, a Vânia.
– Eles devem ser uns meninos ricos mimados. – Disse a Estela.
A Fabiana olhou para a Estela.
– Parece que concordamos em alguma coisa.
As duas olharam-se com desprezo.

***

Umas horas passaram e a Fabiana foi falar com a melhor amiga.
– Vânia, o que se passa contigo? Estás bem?
– Claro, o Duarte ajudou-me imenso. Estamos a conhecermo-nos.
– A conhecerem-se?
– Sim, estamos a pensar em namorar.
– O Duarte?
– Sim.
Foi então que ela compreendeu. Compreendeu mesmo.
– Vânia, olha bem para mim. – Pediu a Fabiana.
A Vânia subiu o olhar para a amiga (a Fabiana era muito alta). Percebeu logo tudo. O seu olhar, a expressão do rosto. Com o desgosto que teve com o Nelson, a Vânia queria outra pessoa que a fizesse feliz. Mas o Duarte? Aquele idiota com cara de “sou o melhor” e já com todas as raparigas do colégio apaixonadas por ele logo no primeiro dia? Ela não podia acreditar. Ele tinha apanhado a melhor amiga dela. Bem... o que é que ela podia fazer? Ficar quieta e deixá-lo levá-la? Não! Não haveria segunda vez para ser tarde demais. Teria que actuar já, ou as consequências seriam terríveis.
Nesse momento, o Duarte apareceu no mesmo corredor que elas. Bem... ele até que era giro, mas não prestava, pensava a Fabiana. Passados uns segundos, o Duarte tinha percebido o olhar da Fabiana e estava a virar-se na direcção das raparigas.
“É agora ou nunca. Está na hora de mostrar quem manda. Adeus, Duarte. A tua fama está prestes a acabar.” – Pensou a loura.
– Bom dia, meninas! – Exclamou ele, com uma cara de sonso.
Por momentos, a mente da Fabiana deixou de funcionar. Ele era mesmo giro, tinha de admitir, mas não podia dar o braço a torcer, pois tinha que ajudar a Vânia.
– Bom dia, Duarte. – Saudou a Vânia.
– Bom dia, idiota. – Disse a Fabiana, séria.
Ele olhou para ela. Parecia admirado.
– O que se passa contigo? Estás contra mim?
– Cara de anjo, alma de terrorista, tens uma bela combinação. – Brincou ela.
– Pára, Fabiana. Queres ir ao bar, Duarte?
– Claro, anda.
Ele deu-lhe a mão e caminharam para fora do corredor. A Fabiana seguia-lhes com o olhar. “Tenho de fazer alguma coisa”. Caminhou no sentido contrário onde a melhor amiga e o idiota tinham saído e viu o Fábio com os irmãos e as duas inimigas. Decidiu ir ter com eles.
– Já viram esse Duarte?
– Aqueles rapazes são muito estranhos. – Disse a Melissa.
– Pelo que sei o Duarte é filho de um pai polícia. – Disse o Nelson.
– Coitado do pai dele. Não deve querer pôr o filho na cadeia. – Comentou a Fabiana.
– Mas ele não é assassino. – Disse a Estela.
– Não sabemos. – Disse a Melissa.
O Nelson olhou para a Melissa.
– Também tu? Ele é só um idiota que decidiu mudar este colégio.
– Anda a enganar a minha melhor amiga. – Disse a Fabiana.
– A Vânia sabe o que faz.
– Acredita em mim, Nelson, ela não sabe.
– Aquele tipo deve ser só sarilhos. – Disse o Raul.
O Nelson respirou fundo. Não havia maneira de o Raul ter a certeza disso. Basicamente, o Duarte tinha aparecido do nada só naquele dia. Eles nem sequer o conheciam. Como é que ele podia saber alguma coisa sobre o rapaz? Qualquer coisa que fosse? Mas quando o Nelson disse isso, a Fabiana ripostou:
– Tu já olhaste bem para ele?
O Nelson tinha de admitir, eles tinham razão. Quer dizer, o tipo tem o ar de quem acabou de sair de uma prisão de luxo ou algo do género. Não se pode confiar num tipo assim tão, enfim, perigosamente charmoso para o sexo feminino.
– Vamos segui-lo. – Disse a Fabiana.
– Estás louca?! – Disse o Nelson.
Ainda que fosse estranho, não se sentia bem a seguir outras pessoas de um lado para o outro. Não é bonito. Mesmo que, tal como os amigos disseram, seja só para se certificarem de que a Vânia não se meteria em confusões. Sabia que a Vânia era a sua miúda, agora ex-miúda, graças ao Duarte (e também pela Melissa). E, bem, ela também nunca foi flor que se cheirasse. Mas ir atrás dela juntamente com o gajo que ela engatou? Parecia simplesmente um desperdício de tempo.
– Vamos desmascarar aquele idiota. – Disse a Fabiana.
Todos concordaram, excepto o Nelson.
Sujar a camisa do Duarte sem querer? A directora iria acabar por descobrir. Mas o Nelson também pensou que raio de outra coisa ele iria fazer numa sexta-feira à noite? Mas enfim... ele acabou por dizer aos amigos que concordava com o plano.
– Eu só queria saber uma coisa. – Disse ele para os amigos.
– Saber o quê? – Perguntou o Raul.
– O que é que este Duarte tem que mais nenhum rapaz tenha?
Os amigos olharam uns para os outros. A Fabiana sorriu.
– Comparando contigo acho que só a altura. Ele é mais alto que a maioria dos rapazes deste colégio.
– Claro que não é comparando com ele. O Nelson namora comigo, não com a tua melhor amiga. – Disse a Melissa.
O Raul travou a conversa delas, antes que fosse tarde demais.
– Bem, esse Duarte tornou-se popular. – Disse o Fábio.
A resposta à pergunta do Nelson era bastante óbvia, para qualquer pessoa que olhe para o Duarte, o que é que ele tem que o Nelson não tenha. O Nelson tem um aspecto decente e tudo, mas não é um anjo caído do céu. O Nelson estava a sofrer com aquilo. E todos os amigos podiam compreender o porquê. A Vânia decepcionou-lhe muito, enquanto ainda namoravam. A Vânia era aquela miúda que qualquer rapaz quereria namorar, mas não era uma boa rapariga. Tinha aquele ar de Bad Girl que significava um grande perigo, em algumas situações. O Nelson gostava dela, mas a relação entre eles piorava dia após dia até definitivamente acabar.

***

Enfim, sexta-feira chegou e ao jantar, o Nelson entornou a sua bebida na camisa do Duarte. A Fabiana só ria, vendo que a ideia dela estava a funcionar. O Nelson até achou engraçado ver aquelas manchas na camisa do rapaz. Tudo estava a correr maravilhosamente, até à reacção dele. Foi tudo o que menos se esperava. A directora chegou e ia dar um castigo ao grupo, mas o Duarte salvou-os dizendo que tinha sido sem querer e foi trocar de camisa. A Fabiana não queria acreditar. A Vânia, destroçada, foi ter com a amiga e pediu-lhe explicações. A Melissa mandou um copo com água à camisola da Vânia e ela foi trocar de camisola. O Nelson abanou a cabeça, reprovando o gesto da namorada.
– O que foi? Ela estava a querer fazer-me alguma coisa, eu fui mais rápida. – Disse ela.
O Duarte apareceu de novo no refeitório e caminhou para perto do amigo, Tomás. Olhou, com olhos arregalados, para a Estela. Parecia que só agora lhe estava a prestar atenção. O Fábio notou o olhar do rapaz.
“Há qualquer coisa na maneira como ele está a olhar para ela que me faz... bom, só sei que não é para ali que quero que aquele tipo olhe.” – Pensou ele.
– Anormal. – Murmurou. Principalmente para o Duarte, mas também um pouco para si próprio. Depois pegou num copo com água e encaminhou-se para perto dos dois rapazes. Nesse momento, o Duarte olhou para o Fábio. O Fábio tinha chamado a sua atenção. Ao olhar para ele, Fábio recebeu um olhar flamejante.
“Vá lá. É isso mesmo. Anda lá, Duarte. Queres lutar? Tenho muito mais do que copos com água.” – Pensou ele.
O que não é exactamente verdade, pois o Duarte deitava abaixo o Fábio uma única vez, sem precisar de muito esforço. Mas acaba por não interessar nada, porque, de qualquer maneira, o Duarte não vai à luta. Em vez disso, desaparece. Não quer dizer que se vire calmamente e se vá embora do refeitório. Quer dizer que, num minuto está naquele sítio de pé, no outro está... bem, não está. Durante um segundo, ele tinha desaparecido do refeitório a correr e a Vânia estava sozinha.
– Toma. – Disse o Fábio, dando o copo com água ao irmão Nelson.
– Que raio...? Tu apareceste e ele fugiu. Para onde é que ele foi? – Perguntou o Nelson ao Fábio.
– Traz a Vânia e anda comigo ao corredor. – Disse o Fábio, indo embora do refeitório.
O Nelson olhou para os amigos com um olhar inquisidor. A Melissa olha para o Nelson. Ele não disse nada, apenas foi ter com a Vânia, seguido pelo olhar perigoso da Melissa. Quando a alcançou, esta respirava fundo.
– Ei! – Chamou-a, suavemente. Não a queria assustar, mas acabou por o fazer. Ela praticamente deu um salto e fitou-o com os seus olhos castanhos grandes e assustados.
– Ei, calma. – Tranquilizou-a – Ele já se foi. Não está por perto.
– Foi-se? – Os olhos dela descreviam o terror e o medo – Como... porquê? O quê?
– Desapareceu, simplesmente – Encolheu os ombros – Ele não é boa pessoa, também estava a criar outra vitima. A Estela. Eu simplesmente alinhei na conversa deles e estive certo.
– Tu o quê?
O terror desapareceu rapidamente no rosto dela, como o Duarte. Mas, ao contrário do Duarte, qualquer coisa tomou o seu lugar: A raiva. A Vânia estava irritada, furiosa.
– Oh meu Deus, Nelson! – Explodiu – Perdeste a cabeça? Fazes sequer a mais pequena ideia do que aquele tipo é?
– Sim. – Respondeu. A verdade é que a Vânia ficava gira quando se zangava. O Nelson nem acreditava que nunca tinha dado por isso. Bem, ele nunca a tinha visto furiosa. Era o novo namorado da Vânia. Aquele tipo não valia nada.
– O que estás aqui a fazer? – Perguntou ela, num tom de voz suavemente atordoado.
– Aparentemente, o mesmo que tu. – Replicou ele.
– A Fabiana gosta do Duarte. – Disse ela.
Então o problema era esse. O Duarte era adorado por todas, até pela rapariga que dizia odiá-lo. Ele tinha de admitir, sentia-se um bocado esquisito quando se apercebia disso. Ele estava com a Melissa, mas gostava da Vânia e a Vânia gostava e namorava com o Duarte. Estava um pouco desiludido. Ele pensava que uma rapariga como a Vânia teria mais bom gosto, em vez de andar com um tipo como o Duarte. O que só ia provar que era verdade aquilo que os irmãos lhe estavam a dizer, principalmente o Fábio.


Leitores que são do Brasil:
- Tipo/Gajo/Rapaz = Garoto;
- A expressão: "Flor que se cheirasse" = A Vânia não era boa rapariga/garota).

Fim do Capítulo 10.

Selo

Olá, Pessoal!
Passaram-me um selo. Foram a Sílvia e a Estela que me passaram. Obrigada. Aqui está ele.


Regras:
Repassar o selo para 6 blogs;
Responder as perguntas abaixo.

01. Qual a história da sua URL?
É o meu nome.

02. O que mais gosta de fazer nas horas vagas?
Ouvir música, escrever...

03. Animal preferido?
Não tenho preferência.

04. Cite algumas músicas que goste.
Eminem - Berzerk
Jason Derulo & 2 Chainz - Talk Dirty
Eminem - Cinderella

05. Comida preferida?
Não tenho preferência.

06. Cite algumas esquisitices suas:
- Nunca coloco anéis na mão esquerda, a não ser que me case.
- Gosto de filmes de terror, mas sou muito crítica.

Repassando para:
Reviver Stories

Quem quiser comente no post.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Capítulo 9

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).

Capítulo 9

O Nelson levou a Melissa para o seu quarto.
– Estás melhor?
A Melissa afirmou com a cabeça.
– Eu não acredito ainda no que a Vânia fez.
– Ela é capaz de tudo, Nelson, tu é que ainda não percebeste.
– Sim, se calhar namorei com uma vilã.
A Melissa sorriu.

***

Entretanto, a Estela estava com o Fábio e vê a Fabiana a ir ter consigo.
– A tua amiguinha idiota tentou meter medo à Vânia, por isso vai pagar.
O Fábio interveio na conversa.
– Pára com isso! Foi a Vânia quem agrediu a Melissa.
– Porque a Vânia estava farta do que a Melissa lhe andava a fazer.
– Não era motivo para a tua amiga agredir a Melissa. – Disse a Estela.
– Ou vocês param de se armar em vítimas, ou eu conto à directora. – Disse a Fabiana.
– Tu não estás bem. – Disse o Fábio.
– Fábio, tem cuidado com a Estela. Não penses que ela é melhor que eu. As pessoas enganam. – Disse ela saindo.
O Fábio olhou para a Estela.
– O que é que ela quis dizer com aquilo? Eu não namoro contigo.
Eles ficaram em silêncio.

***

As aulas continuaram. No final do dia, o Nelson contou a todos que estava a namorar com a Melissa. A Fabiana e a Vânia saíram dali.
– Eu já tinha quase a certeza que era isso que ia acontecer. Eu e o Nelson acabámos. – Disse a Vânia.
– Vânia, como podes dizer que as coisas entre ti e o Nelson acabaram – Perguntou a Fabiana – Vocês andaram há séculos.
Aquela confusão com o Nelson intrigou a Fabiana. Porque a Vânia adora o Nelson. São o casal mais sólido, ou eram, de escola perfeito. Ela é a popular e ele é o bonitão, com cara de bebé... Foram feitos um para o outro, adolescentemente falando.
– Talvez eu deva falar com outro e esquecer.
– Eu não concordo com isso. A Melissa só teve o Nelson, porque tu lhe bateste e ela fez-se de coitadinha.
– E o Nelson já não me ama.
– Ainda te hei-de convencer do contrário.
Elas foram jantar.


Fim do Capítulo 9.

sábado, 14 de setembro de 2013

Capítulo 8

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).


Capítulo 8

A aula de Espanhol terminou e a professora saiu, deixando os alunos a arrumar os livros. A Vânia esperou que os colegas saíssem para falar com a Melissa.
– Melissa, preciso de falar contigo.
– Eu não tenho nada para falar contigo. – Disse ela, encaminhando-se para fora da sala, mas a Vânia foi mais rápida e fechou a porta.
– Deixa-me sair, Vânia.
– Tu precisas de aprender.
Em menos de segundos, as duas já estavam a rolar pelo chão, a puxarem os cabelos uma à outra. Com o barulho, os alunos começaram a encaminharem-se para a sala. O Nelson abre a porta da sala e vê as duas a agredirem-se.
– Vocês estão malucas? – Perguntou ele, no meio delas.
– A Vânia quer acabar com a minha vida. Ela quer fazer-me ter medo. – Disse a Melissa, a chorar.
O Nelson olhou para a Vânia com um olhar reprovador.
– Ela é que tenta me meter medo. – Defendeu-se a Vânia, sem estar a chorar.
– Nelson, confia em mim! – Pediu a Melissa.
O Nelson olhou para a Melissa e, de seguida, para a Vânia.
– Desiludiste-me, Vânia! Nem acredito que namorei contigo. Anda, Melissa.
O Nelson puxou a Melissa e levou-a para fora da sala. A Vânia sentou-se no chão e começou a chorar. A directora foi ter com ela.
– Menina Vânia, isto foi inadmissível!
– Eu vou para casa por uns dias, acho que é melhor, professora. – Disse ela, levantando-se.
– Não, não é. Vai ficar comigo este fim-de-semana, sozinha. Só eu e a menina.
– Tudo bem, directora.
A Vânia saiu da sala e os alunos também saíram. A directora suspirou e voltou para o gabinete. A Fabiana foi ter com a amiga, preocupada.
– O que te aconteceu, Vânia?
– A Melissa é que me anda a meter medo.
– Não pode ser! – Exclamou, chocada, a Fabiana.
– Tanto pode como é. Eu sabia que ela tinha inveja de mim, mas não sabia que ela era capaz de fazer aquilo.
– E tu perdeste a razão batendo nela.
– O pior não é isso.
– E qual é?
– O Nelson. Agora é que ele nem vai olhar para a minha cara.
– Mas vocês acabaram em bem.
– Sim.
– A não ser que tu ainda sintas algo por ele.
– Acho que sim.
A Fabiana abraçou a Vânia.
– Vais ver que vai correr tudo bem!
As duas foram ao bar.


Fim do Capítulo 8.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Capítulo 6 e Capítulo 7

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).


Capítulo 6

Um novo dia apareceu, pior para a Melissa. Durante toda a manhã, receou que algo lhe acontecesse. Enquanto estava deitada, sem sono, na cama, chegou a imaginar o que será que estava a acontecer e a confrontar, mas ela conhecia-se demasiado bem para pensar se teria mesmo coragem para o fazer. Ela tinha a certeza que algo de estranho se estava a passar naquele colégio. E embora não admitisse que fosse algo com a Vânia, ela sabia que poderia ser.
Com pressa que o dia acabasse, foi a primeira a chegar à primeira aula. Quando chegou à sala viu que estava algo escrito no quadro e reparou que estava dirigido a ela.
“Melissa, és a próxima, ou sais deste colégio ou sofrerás as consequências”.
A Melissa começou a chorar, enquanto se sentava na cadeira.
“Quem é que faz isto? O colégio não está assombrado coisa nenhuma” – Pensou ela.
Melissa levantou-se da cadeira e gritou. Segundos depois, a Estela e os amigos estavam ao lado dela.
– O que se passa, Melissa? – Perguntou o Nelson.
A Melissa apontou para o quadro. O Nelson olhou e ficou boquiaberto.
– O que é isto?
A directora olhava para o quadro, atentamente.
– Isto é alguma piada? Quem fez isto?
A Vânia interveio.
– Não se vê que foi ela própria quem escreveu isso.
A directora olhou para a Vânia com um olhar reprovador.
– Menina Vânia, no meu gabinete já!
A Vânia saiu da sala.
– Professor Artur, faça a sua aula sem a menina Vânia, por enquanto.
– Claro.
A Fabiana interrompe.
– Directora, desculpe, mas a Vânia não fez nada disto no quadro.
– Não defenda a sua colega sem provas, menina Fabiana.
A Fabiana baixou a cabeça. O professor Artur apagou o quadro e começou a sua aula. A directora foi falar com a Vânia.
– Diga-me menina Vânia, a menina não simpatiza muito com a menina Melissa, verdade?
– Na verdade não, directora.
– Então a menina vai ser castigada.
– Porquê? – Perguntou, assustada, a Vânia.
– A menina podia fazer isso à sua colega.
– Mas não tem provas.
– Não tenho, mas prefiro cortar o problema pela raiz.
– Qual é o meu castigo?
– Vai ficar uma semana sem ver os seus pais.
A Vânia respirou fundo.
– Está bem, directora.
– Vá para a aula, menina Vânia.
A Vânia saiu do gabinete da directora.

Capítulo 7

A Vânia entrou dentro da sala.
– Entra, Vânia! Estava a começar a dizer que íamos ler um excerto de uma história parecida com a deste colégio, mas sem as partes assustadoras.
A Melissa olhou para a Estela e para os três irmãos.
– Melissa, a menina podia ler o primeiro parágrafo?
A Melissa leu o primeiro parágrafo. Arrepiou-se ao ler. A Estela sentiu-se meio incomodada.
– Estela, continue. – Pediu o professor.
Seguiram-se o Nelson, a Vânia, o Fábio e o Raul. A Melissa chegou a questionar-se se o professor sabia do que se passava. A aula parecia não ter fim, mas quando finalmente acabou, a turma saiu quase às pressas para fora da sala. A Vânia foi ter com a Melissa.
– Eu fui culpada de algo que tu fizeste.
– Eu não fiz nada, Vânia.
A Vânia abanou a cabeça.
– A próxima vez que tu me fazeres isto, estás feita.
E sem dizer mais nada saiu para o bar. O Nelson foi ter com a Melissa.
– Olá!
– Olá!
– Estás melhor?
A Melissa afirmou com a cabeça.
– Eu ouvi o que a Vânia te disse. – Disse ele.
– Mas eu não tive a culpa.
– Eu sei que não, passa-se algo neste colégio.
– O colégio não pode estar assombrado.
– Talvez. Mas agora não vamos falar mais disto. Queres ir ao bar?
– Pode ser.
A Melissa e o Nelson foram ao bar, deixando os dois irmãos e a Estela sozinhos.
– Pessoal, já que o meu irmão decidiu ir com a Melissa e esqueceu-se de nós, eu vou ter com a Camila. Vemo-nos na aula de Espanhol. – Disse o Raul, saindo.
O Fábio respirou fundo.
– Parece que ficámos só nós os dois.
A Estela sorriu.
– Sim, parece que sim.
Eles ficaram a falar, indo a caminho do bar.

***

Tinha chegado o tempo da aula de Espanhol. A professora, alta de cabelo preto, já aguardava a chegada dos alunos na sala. Quando a Melissa entrou dentro da sala, a professora, de seu nome Emília, entregou-lhe um envelope dizendo que alguém pediu que lho entregasse. A Melissa abriu e assustou-se quando reparou que era um recado escrito a tinta vermelha e dizia o seguinte:
“Melissa vais sofrer as consequências”.
Melissa olhou para todos os seus colegas de turma e reparou que a Vânia estava com um sorriso cínico para ela. A Melissa saiu da sala a correr, sem pedir autorização à professora. Olhares curiosos olhavam para a porta pela qual a Melissa tinha saído. Ela foi para o gabinete da directora.
– O que aconteceu, menina Melissa? – Perguntou a directora, preocupada quando a viu entrar.
– Veja isto, directora. – Disse a Melissa, entregando o papel.
A directora pegou no papel e leu.
– Quem fez isto?
– Vi a Vânia a olhar para mim com um sorriso cínico.
A directora afirmou com a cabeça.
– A menina Vânia precisa de um castigo maior. Pode ir, menina Melissa. Eu ficarei com o papel para entregar aos pais dela.
A Melissa saiu do gabinete da directora e voltou à sala pedindo desculpas à professora.
Minutos depois, a directora apareceu na sala para falar com a Vânia. A directora e a Vânia foram falar no gabinete.
– A menina Vânia precisa de um castigo maior.
– Porquê? O que é que eu fiz?
– Pregou sustos à sua colega Melissa.
– Eu prego sustos a ela? Ela é que prega a mim e eu é que sou a culpada?
– Mandou-lhe este papel. – Disse a directora, mostrando o papel.
– Eu não escrevi nada para ela.
– Eu vou falar com os seus pais, menina Vânia.
– Mas eu...
– Pare! Vá para a sua aula agora. Irei falar com os seus pais e contar o que aconteceu e eu pensarei num castigo para a menina. – Disse, firme, a directora.
A Vânia saiu do gabinete da directora. 
“Não é justo. Eu não fiz nada. Aquela Melissa vai sofrer.” – Pensou a Vânia, entrando de novo na sala.


Fim dos Capítulos 6 e 7.

sábado, 7 de setembro de 2013

Capítulo 5

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).


O Nelson tinha colocado a Vânia na cama dela. A directora deu-lhe o copo com água e açúcar.
– A menina Vânia sofre de alguma doença, tem algo que eu deva saber?
A Vânia tremia dos pés à cabeça e simplesmente abanou a cabeça à professora dizendo que não.
– Então tente dormir. Nelson, sei que isto vai contra as regras, mas primeiro que tudo está a protecção dos meus alunos, por isso fique com ela, mas durma na cama da menina Fabiana.
– Claro, directora.
– Boa madrugada. E as melhoras, menina Vânia.
A directora saiu do quarto, fechando a porta atrás de si e o Nelson falou com ela.
– O que se passou, Vânia?
– A rapariga apareceu atrás de mim.
– Qual rapariga?
– A menina que eu vi antes, com cabelos pretos e vestido branco.
– Vai dormir, Vânia, de certeza que foi só um pesadelo.
– Tens a certeza?
– Eu te garanto.
E eles começaram a dormir.

***

Horas passaram e a Vânia acordou. O Nelson estava a olhar para ela.
– Bom-dia! – Exclamou ele, meio preocupado.
– Bom-dia!
– Como estás?
– Melhor.
– Pronta para mais um dia de aulas?
– Tem que ser. – Respondeu ela, a sorrir – Obrigada por teres estado aqui.
– O que é isso? Nem era preciso isso.
Eles sorriram um para o outro.
– Eu preciso de me ir vestir, até já. – Disse o Nelson, se levantando da cama da Fabiana.
– Até já.
O Nelson saiu do quarto da Vânia. Meia hora depois já as aulas tinham começado. A Fabiana soube tudo o que se tinha passado pela Vânia e ela não queria acreditar. Era incrível.
– Eu juro que não acredito no que disseste. O colégio só pode estar assombrado, ninguém iria brincar com estas coisas.
– Pois, mas eu não sei se foi mesmo um pesadelo ou não. Eu tenho quase a certeza que não.
– Então não sei o que aconteceu.
– Isto foi estranho.
– Eu sei que é.
A conversa das duas continuou até ao final do intervalo. As aulas continuaram e no final das aulas, de noite, a Estela e a Melissa foram para o quarto. A Melissa, no seu telemóvel, tinha escrito o seguinte: “És a próxima! Sai daqui. Vai-te embora ou verás as consequências.”
– Estela!
– Sim? O que se passa?
– Tu foste ao meu telemóvel?
– Não. Porquê?
– Então isto anda muito estranho. Esta mensagem foi escrita no meu telemóvel. – Disse a Melissa entregando o seu telemóvel para a Estela.
A Estela pegou no telemóvel e leu.
– Tu és a próxima? O que é que isto quer dizer?
– Não sei, mas começo a ficar com medo.
– Será que tem alguma coisa a ver com a Vânia?
– Espero que não. – Disse a Melissa, assustada.
– Vamos dormir. De certeza que isso foi só uma brincadeira. – Disse a Estela, a sorrir.
– Vamos.
Elas foram para as suas camas. 
O perigo estava a chegar?!


Fim do Capítulo 5.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Capítulo 4

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).


A Vânia e o Nelson estavam no gabinete da directora.
– Vocês estão bem? Nelson, Vânia, eu sei que os meninos namoram, mas...
O Nelson interrompe a directora.
– Nós já não namoramos.
A directora olhou séria para os dois adolescentes.
– Então porque é que o menino Nelson estava a dormir com a menina Vânia?
– Eu assustei-me, directora.
– Com o quê, menina Vânia?
A Vânia e o Nelson olharam um para o outro.
– Foi só um pesadelo que a Vânia teve, directora. – Disse o Nelson.
– Tentem não fazer isto muitas vezes. A sua colega de quarto não está cá hoje, Vânia, e queria que a menina tivesse mais respeito.
– Desculpe, directora. – Disseram eles.
– Vão embora! Dentro de três horas estão a ter aula.
A Vânia e o Nelson saíram do gabinete da directora.
– Vais ficar bem? – Perguntou o Nelson.
A Vânia afirmou com a cabeça.
– Então eu vou para o quarto.
– Eu vou beber água e depois volto para a cama.
Ele sorriu.
– Então, até já.
– Até já.
O Nelson começou a andar, mas a Vânia chamou-o.
– Obrigada, Nelson.
– Quando precisares, estou aqui.
– Pensava que a nossa relação tivesse mudado da última vez que falámos.
– A nossa relação não ficou má, Vânia. Tu é que mudaste.
A Vânia sorriu.
– Talvez, Nelson, talvez.
E começou a andar.
“Não sei o que se passa comigo. Eu não o amo.” – Pensou a Vânia, enquanto ia a caminho do refeitório. Pegou numa garrafa de água, abriu-a e começou a beber. Atrás dela estava a rapariga de cabelo preto e com a camisa de dormir branca. A Vânia não reparou que ela se inclinou para o seu ouvido e sussurrou:
– Vai embora.
A Vânia virou-se rapidamente e com o susto deixou cair a garrafa de água.

***

Entretanto, o Nelson estava no quarto com os irmãos.
– Assustei-me. Aquilo estava escrito no espelho... a sangue.
– Nelson, tu não estás bem. – Disse o irmão Fábio.
– Sim, Nelson, um recado escrito a sangue? Isso foi algum pesadelo que tiveste. – Disse o Raul.
– Eu estou a falar a sério.
Nesse momento ouvem um grito.
– O que foi isto? – Perguntou o Fábio.
– Foi a Vânia. Tenho a certeza. – Disse o Nelson, saindo a correr do quarto.
O Fábio e o Raul foram atrás. Quando chegaram lá, estava um grupo de gente a impedir a vista. A Melissa e a Estela estavam lá e os rapazes foram ter com elas.
– O que se passou? – Perguntou o Fábio.
– A Vânia sentiu-se mal. É tudo o que sei. – Respondeu a Estela.
Os rapazes olharam para a Vânia. O Nelson foi ter com ela.
– O que se passa contigo?
– Nelson, eu não quero estar aqui, eu não quero!
A Vânia chorava, ao mesmo tempo que gritava. Era assustador. A directora aparece, preocupada.
– O que se passa aqui?
O Nelson respondeu:
– A Vânia gritou e fomos ver o que se passava e a vimos assim.
– Traga um copo com água e açúcar à menina Vânia. – Disse a directora a um rapaz que estava ao lado dela.
A Melissa sussurrou para a Estela.
– A miudinha está com medo.
– Eu acho que é verdade, Melissa.
– Não sei, não.
A directora falou com o Nelson.
– O menino Nelson pode levar a menina Vânia para o quarto?
– Claro, directora. – Disse ele, pegando na Vânia ao colo.
– Vocês podem ir para os vossos quartos.
Os alunos foram para os quartos e só ficaram o Nelson e a directora com a Vânia.


Fim do Capítulo 4.

sábado, 31 de agosto de 2013

Capítulo 3

(Observação da autora no dia 23/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste projeto chamado "O Colégio Interno". Já é possível relê-lo de forma mais adequada. Não sei se será lançado em livro algum dia, mas não alterei qualquer palavra ou enredo, apenas erros).


A Vânia estava desmaiada. O Nelson agarrou-a.
– Vânia!
Ele pegou-a ao colo, foi ao quarto dela e colocou-a na cama.
– Vânia? Responde.
Nesse momento ele vê um recado escrito a sangue no espelho: “Vão embora ou sofrerão as consequências”.
– Que bom! Agora este lugar está a começar a assustar-me. – Disse ele, voltando a sua atenção para a Vânia –Vânia, acorda! – Dizia ele, enquanto a balançava.
A Vânia acorda.
– Nelson?
– Vânia? Está tudo bem? O que aconteceu?
– Eu vi uma menina.
– E quem era? A Zélia? A Camila? A Estela?
– Não! Eu não sei quem é. Não conheço.
O Nelson acha estranho, pois a Melissa também disse ter visto uma menina.
– Como ela era? – Perguntou ele.
– Cabelo preto, com um vestido branco e rastejava pelo chão. Acho que não rastejava, mas eu vi a cabeça dela, parecia que estava de gatas.
– Ok, Vânia, deve ter sido um sonho. Vai dormir. – Ele cobriu-a com o lençol – Boa noite!
O Nelson tinha a certeza que algo não estava bem.
– Não, Nelson, fica aqui! Por favor!
– Tudo bem. – Disse ele, deitando-se ao lado dela.
O Nelson e a Vânia acabam por adormecer um ao lado do outro.

***

No dia seguinte, Melissa acorda e lê no seu espelho do quarto o mesmo recado que o Nelson tinha lido no espelho do quarto da Vânia e assustou-se. A Estela acorda, assustada.
– Melissa, será que dá para parares de gritar?
A Melissa não conseguiu falar, apenas apontou para o espelho. A Estela olha e assusta-se.
– Eu não quero ficar aqui. – Disse a Melissa.
– E tu achas que eu quero? – Disse a Estela.
– Vamos falar com a directora. – Disse a Melissa, levantando-se da cama.
– Boa ideia!
Elas vão ao gabinete da directora. A directora ao vê-las, disse:
– Estela, Melissa! O que estão a fazer? E de pijama?
A Estela e a Melissa olham para si mesmas e começam a sorrir, envergonhadas.
– Desculpe-nos directora, mas a directora tem de ver isto. – Disse a Melissa, levando a directora até ao quarto delas. A mulher vai ao quarto delas e não vê nada.
– O que foi? Está tudo normal aqui.
– O quê? – A Estela olha para o espelho e não vê nada.
– Mas estava ali. – Disse a Melissa.
– Melissa e Estela, eu tenho mais que fazer. – Disse a directora, saindo do quarto delas.
A Melissa e a Estela vão atrás da directora e dão de caras com o quarto da Vânia e da Fabiana com a porta aberta e o Nelson a dormir com a Vânia.
– Oh! Não são lindos? – Perguntou a Estela.
– É... lindos. – Disse a Melissa.
A directora vê.
– Que pouca vergonha é essa?
A Vânia e o Nelson acordam assustados.
– D... d... directora? – Perguntou a Vânia, atrapalhada.
A Melissa tenta segurar a risada.
– Directora, não é o que parece! – Exclamou o Nelson.
– A mim parece que vocês dormiram juntos. – Disse a directora.
– Não! Quer dizer, sim. Mas...
O Nelson é interrompido pela Melissa que começa a rir. A directora olha para a Melissa.
– Algum problema, menina Melissa?
– Nenhum, directora. – Respondeu a Melissa, tentando segurar o riso.
– Vocês dois – Aponta para a Vânia e para o Nelson – no meu gabinete! Nelson arranje-se melhor. Melissa e Estela para o quarto, agora!
A Vânia e o Nelson vão ao gabinete da directora. A Melissa e a Estela vão a caminho do quarto.
– Do que estavas a rir, Melissa? – Perguntou a Estela.
– Nada, só é bom ver a Vânia e ficar tramada. – Respondeu a Melissa.
Elas entraram no quarto e fecharam a porta. De seguida, uma voz soou no quarto.
– Pensaram que era fácil? Agora sofrerão as consequências.
A Melissa e a Estela olharam uma para a outra, assustadas.
– Ouviste o mesmo que eu? – Perguntou a Melissa.
A Estela afirmou com a cabeça. Elas foram a correr deitar-se na cama e taparam-se com o cobertor.
Só pesadelos naquela noite.


Fim do Capítulo 3.