sábado, 24 de dezembro de 2011

Conto: A Separação (Parte I)

(Observação da autora no dia 16/09/2018 - Corrigi possíveis erros ortográficos deste conto. Ganhou título: A Separação).


Um exercício criado pelo professor de Filosofia. As primeiras frases são do professor.


 – E agora? – Perguntou a Matilde.
  Não sei o que fazer.  Comentou o João.
  O teu pai já sabe?
  Não, não lhe disse nada ainda...
Sentados na mesa de café habitual, onde se reúnem normalmente com os amigos, encontravam-se os dois frente-a-frente com aquele problema sobre os ombros. Para já, ainda sem a seriedade de que os adultos lhe iriam dar, porque não tinham dito nada a ninguém.
  Olha  Disse o João  Acho que o melhor é...
  Espera, e se falássemos primeiro com a minha amiga Vera?
  Acho até uma boa ideia.
  Queres ir lá agora?
 – Podemos ir?
  Claro.
Eles saíram do café e foram a casa da amiga Vera. Vera era uma velha amiga da família da Matilde. A mãe da Vera era amiga da mãe da Matilde. Conheceram-se nos tempos da primária e a partir daí, foram-se tornando melhores amigas. Eles respiraram fundo e bateram à porta.
  Olá, Matilde e tu és o João. Vocês não se tinham chateado?
  Vera, a tua mãe está em casa?  Perguntou a Matilde.
  Não não, podem entrar.
A Matilde e o João entraram em casa, nervosos, e a Vera pediu-lhes que se sentassem no sofá.
  Então, algum problema com vocês? Eu não sou nenhuma consultora amorosa. – Disse a Vera, a rir.
  Vera, estou a falar a sério. Eu e o João não podemos continuar juntos. Descobrimos algo que estraga todos os nossos planos.  Disse a Matilde.
A Matilde e o João namoravam há algum tempo, mas com a descoberta tiveram que se separar. A Vera ficou preocupada.
  O que aconteceu?
  A Matilde achou estranho uma conversa que a mãe dela teve com a tua.
A Vera ficou parada, subitamente. A Matilde achou estranha a atitude dela.
 – O que se passa, Vera? – Perguntou a Matilde.
 – Já soubeste a verdade?
  Mas tu sabias a verdade?
O João olhou para a Vera. Um olhar cortante.
  Não, não.  Disse ela, olhando de relance para o João.
  Então - Disse a Matilde, desconfiada  A verdade é esta. Eu e o João podemos ser irmãos.
  Podem ser?
 – Sim, Vera, ainda não temos provas e parece que o meu pai não sabe de nada.  Explicou a Matilde.
A Vera não sabia o que dizer.
 – Bem, talvez... quer dizer, podem ir para casa. Eu depois te direi alguma coisa, Matilde.
  Ok, amiga, até já.
Eles despediram-se da Vera e saíram de casa dela.
 – Mas o que é que se passa contigo, João? Estás diferente.
  Diferente? Não, Matilde, o meu pai é que já deve estar preocupado. Tenho de ir almoçar.
 – Sabes que ele pode não ser teu pai.
João respirou fundo. Estava a ficar cansado da conversa.
 – Matilde, tu não tens provas.
 – Ok, João. Falamos depois.

***

Horas mais tarde, João vai a casa da Vera.
  O que é que estás aqui a fazer, idiota? Vem para aqui, antes que alguém te veja.  Disse a Vera, puxando-o para dentro de casa.
  Preciso de falar contigo.
 – Do que é que queres falar?
  Não te faças de idiota. Qual foi a tua jogada de dizeres à Matilde que eu e ela somos irmãos?
  Eu não lhe disse nada. Ela é que pensou mal. Não eras tu que querias acabar o namoro com ela? Estás a conseguir.
  Eu queria, mas não assim.
  Não assim? Assim como? Inventando coisas? Não é muito longe da verdade.
 – Agora vais me dizer que somos meios irmãos, não?
  Não. Vou te dizer que a mãe dela, a Adelaide, não é a mãe dela.


Fim da Parte I.

5 comentários:

Obrigada pelo comentário, a sua opinião é importante para o escritor.

Avisos:
1- Não costumo responder pelos comentários. Deixe um link do seu blogue, ou contacte-me pelas minhas redes sociais presentes aqui.
2- Caso necessite de resposta, eu responderei pelos comentários, porém deixarei a minha resposta apenas durante algum tempo indeterminado. O Blogger ainda faz contagem de comentários do próprio autor e, como sabe, faço sempre uma retrospectiva todos os anos. Não se esqueça de clicar no "notifique-me" para que receba notificação sempre que eu responder ao seu comentário.